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“Doença X”: para quê debater sobre uma doença hipotética?

A “Doença X” é hipotética e trata-se, essencialmente, de um espaço reservado para representar agentes patogénicos que ainda não foram encontrados e que podem provocar pandemias. Assim sendo, para quê alarmar as pessoas com um debate sobre ela?


A Organização Mundial de Saúde (OMS) aproveitou a oportunidade da recente reunião anual do Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, para pedir aos líderes mundiais que considerassem a possibilidade da “Doença X”, que inclui os agentes patogénicos que ainda não foram encontrados e que podem provocar pandemias.

Em 2015, as organizações membros da OMS reconheceram a extrema falta de preparação da comunidade internacional para surtos significativos de doenças. Um plano denominado “R&D Blueprint for Action to Prevent Epidemics” (em português, “Plano de Ação de I&D para a Prevenção de Epidemias”) foi, então, iniciado, com uma lista de agentes patogénicos com os quais o mundo deveria preocupar-se.

Após uma reunião, em fevereiro de 2018, a OMS acrescentou uma caixa em branco ao seu compêndio de potenciais assassinos: a “Doença X”. A intenção passava por forçar as autoridades a manterem-se flexíveis nos seus preparativos e a não se limitarem às doenças conhecidas.

Dois anos mais tarde, a rápida propagação de uma nova forma de coronavírus pôs à prova todos os planos destinados a uma pandemia, resultando em milhões e milhões de mortes.

Durante a pandemia provocada pela COVID-19, centenas de cientistas reuniram-se, em 2022, para analisar 25 famílias de micróbios conhecidos e especular sobre as ameaças que um futuro surto poderia representar.

Agora, numa série de reuniões com representantes de vários países, a OMS está a discutir questões relacionadas com a descoberta, a vigilância, a investigação e os desafios sociopolíticos que se colocam para evitar um agente patogénico sobre o qual nada se sabe, atualmente.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a organização tem planos, incluindo a criação de um fundo para a potencial pandemia e a construção de um centro de transferência de tecnologia, em África do Sul, para resolver as desigualdades na distribuição de vacinas.

Então, para quê antecipar uma “Doença X“? Para o diretor-geral da OMS, apesar de haver “pessoas que dizem que isto pode criar pânico”, a resposta é simples:

É melhor antecipar algo que pode acontecer, porque já aconteceu muitas vezes na nossa história, e prepararmo-nos para isso.

Afinal, conforme recorda o Science Alert, gerir uma pandemia igual ou pior do que a COVID-19 significaria:

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