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Descobertos dois super planetas com potencial para receber vida. Serão a “nova Terra”?

Um dos grandes impulsos da astronomia é a descoberta de potenciais planetas onde haja vida ou possa abrigar a nossa. A humanidade para prolongar a sua existência por mais de 4 mil milhões de anos tem de partir, tem de conseguir um novo planeta que seja a casa dos terráqueos. Numa das recentes descobertas, os astrónomos detetaram dois super planetas potencialmente habitáveis.

Ambos estão a apenas 100 anos-luz, são planetas rochosos em órbita da estrela LP 890-9. Esta é uma descoberta que está a prender a atenção dos caçadores de exoplanetas “que podem ter condições de habitabilidade”.


Será este o planeta que poderá ser “a nova Terra”?

Um par de planetas rochosos, em órbita da estrela LP 890-9 – também conhecida como SPECULOOS 2, poderão ter condições para serem habitados. Pelo menos um deles pode ser o segundo exoplaneta mais habitável descoberto até agora. Os planetas são chamados LP 890-9b – que já tinham sido avistados antes, mas sabíamos pouco sobre isso – e LP 890-9c, também chamado de SPECULOOS-2c.

Apenas alguns detalhes são conhecidos sobre a SPECULOOS-2c além do seu tamanho e os oito dias que leva para orbitar a sua estrela, LP 890-9. Amaury Triaud na Universidade de Birmingham, Reino Unido, e os seus colegas, que a avistaram, esperam que o Telescópio Espacial James Webb (JWST) possa trazer mais dados em relação a aspetos como a existência de atmosfera e outras características que se suspeita que tenham.

Aliás, são estas resposta que nos informam sobre o potencial do planeta para acolher vida. Estar na zona habitável em torno de uma estrela significa que as condições não são demasiado quentes ou demasiado frias, pelo que poderá existir água líquida na superfície.

Como foi descoberta esta dupla de exoplanetas?

Para encontrar planetas noutros sistemas solares, os astrónomos podem procurar o escurecimento da luz de uma estrela quando um planeta passa em frente dela, perturbando a nossa visão. No entanto, isto é difícil de conseguir quando uma estrela é tão brilhante como o nosso próprio sol, porque os planetas são comparativamente mais escuros, mas mais fáceis de detetar se a estrela hospedeira for mais fria e mais escura, como as anãs vermelhas.

Figura 1: Uma renderização concetual da descoberta. (Crédito: Astrobiology Center/MuSCAT team)

Segundo o que foi dado a conhecer, SPECULOOS 2c tem um raio 30 a 40% maior do que o da Terra e leva apenas 8,4 dias a orbitar a sua estrela (a Terra leva 365 dias).

Tem uma característica, contudo, muito diferente da Terra. Sofrem de acoplamento gravitacional. Isto é, há um lado do planeta que é sempre dia e o outro é sempre noite.

Exemplo de um corpo celeste “preso” gravitacionalmente”.

 

Apesar destas diferenças, a equipa estima que parece ser o segundo planeta mais habitável descoberto até agora, depois do TRAPPIST-1e, fora do nosso sistema solar, e ainda pode potencialmente ter água líquida na sua superfície.

O planeta exterior está no limite interior do que se chama a zona habitável, um pouco como a Terra. A partir dos meus cálculos, o sistema é o segundo melhor no momento para estudar o clima ou descobrir a atmosfera com um instrumento como o JWST.

Disse Amaury Triaud, um estudiosos dos exoplanetas.

 

Há uma lista de possíveis exoplanetas que podem ser habitáveis

Em 2021, o satélite Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, que procura exoplanetas pelo espaço, divulgou uma lista de planetas potenciais recentemente descobertos.

Um destes planetas, o TOI-4306.01, também chamado LP 890-9b, chamou a atenção de Triaud e da sua equipa, pelo que seguiram com telescópios terrestres em todo o mundo, durante mais de 600 horas de observação na sua estrela anfitriã.

Para além de confirmarem a descoberta inicial do TESS, descobriram também um segundo planeta, SPECULOOS-2c. Não conseguiram medir quaisquer outros detalhes para além do seu raio e órbita, mas com base na proximidade das órbitas da sua estrela e da sua radiação estimada, e uma massa projetada a partir do seu raio com base no que sabemos sobre outros exoplanetas, Triaud e a sua equipa calcularam que se encontrava diretamente na zona habitável.

A definição de uma zona habitável para uma determinada estrela muda dependendo das propriedades dessa estrela, mas os investigadores esperam que as observações com JWST possam ajudá-los a ajustar a sua definição e revelar muito mais, tais como as massas dos planetas e se têm atmosferas.

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