Pplware

Desapareceu misteriosamente a amostra de rocha de Marte que o rover da NASA perfurou

A NASA quer perceber o que se passou em Marte e uma das formas de recolher informação é estudar as rochas que estão depositadas em locais onde supostamente há milhões de anos havia água. A agência espacial anda a programar esta missão já há nove anos e já gastou mais de 2 mil milhões de dólares a preparar o momento para procurar, perfurar e armazenar amostras de rochas marcianas. O rover Perseverance finalmente iniciou os trabalhos na sexta-feira passada. O rover escolheu o alvo, apontou a broca e fez um furo para recolher o material.

Misteriosamente, o conteúdo do furo desapareceu. A amostra não está onde deveria estar e não há rasto dela.


Desapareceu misteriosamente a amostra de rocha de Marte

A missão pode parecer fácil, mas levou anos até se conseguir chegar ao local onde se suspeita poderem existir indícios que Marte já teve vida alienígena. Com milhões já investidos em tecnologia do mais avançado que há, foi iniciado o processo para perfurar uma rocha num antigo leito do lago de Marte. Depois do furo feito, ninguém sabe onde está o material extraído!

Embora esta não seja a ‘tacada certeira’ que esperávamos, há sempre o risco de se abrirem novos caminhos. Estou confiante de que temos a equipa certa a trabalhar nisto, e insistiremos numa solução que assegure o sucesso futuro.

Disse Thomas Zurbuchen, administrador da NASA, num comunicado de imprensa.

Após uma análise aos dados e várias tentativas de explicação sem sucesso, a NASA instruiu o Perseverance para tirar fotografias de perto do buraco de perfuração que fez na tentativa de conseguir uma pista. No entanto, os controladores da missão estão já a preparar a máquina para voltar a fazer nova tentativa de recolha de rocha marciana.

O pensamento inicial do tubo vazio é que provavelmente o resultado do alvo rochoso não reagiu da forma que esperávamos durante a perfuração, não será provável que seja um problema de hardware com o Sistema de Amostragem e Armazenamento. Nos próximos dias, a equipa vai passar mais tempo a analisar os dados que temos, e também a adquirir alguns dados de diagnóstico adicionais para apoiar a compreensão da causa raiz para o tubo vazio.

Explicou Jennifer Trosper, gestora de projeto do Perseverance.

 

A missão para descobrir vestígios de vida marciana

O principal objetivo deste rover da NASA em Marte é explorar uma região chamada Cratera Jezero e recolher amostras de rocha. O tubo que surgiu vazio é um dos 43 que o Perseverance está a transportar para este fim. O plano a longo prazo da NASA é enviar outra missão a Marte dentro de cerca de uma década para aceder às amostras recolhidas por esta máquina e trazê-las de volta à Terra.

Então, os futuros cientistas poderão investigar se a vida microbiana poderá ter vivido no lago que uma vez encheu a bacia.

Portanto, esta missão alocou uma grande quantidade de esforço e dinheiro para trazer para a Terra estas amostras que serão preciosas. Para isso, nesta tentativa de tirar a sua primeira amostra, o rover usou primeiro uma ferramenta de abrasão para limpar o pó e os revestimentos superficiais da rocha.

Em seguida, o rover estendeu o seu braço de 2 metros de comprimento, que tem uma ferramenta de recolha de amostras na extremidade. Esta utiliza uma broca percussiva para empurrar uma broca oca na rocha.

Claro que todo este esforço tem a ver com o facto de haver milhões de quilómetros de distância entre o centro de controlo da NASA na Terra e a máquina que está a executar a tarefa. Todo este processo é autónomo. Os controladores da missão simplesmente enviam um comando “ir” para o rover.

No entanto, depois da sua ação, o Perseverance enviou de volta à Terra a sua tentativa. Pelo que foi mostrado, a máquina executou todos os passos corretamente e os que foram planeados e testados.

 

Correu tudo bem na ação de perfuração, mas misteriosamente a rocha desapareceu

Este trabalho foi testado exaustivamente em Terra antes da NASA enviar o rover para o planeta vermelho e tudo correu sempre bem conseguindo cá os resultados pretendidos. Por isso, e porque não se sabe onde está a rocha em forma de tudo que foi cortada, existe um mistério a envolver esta primeira tentativa.

Imagem do tubo de recolha vazio que deveria estar carregado com o miolo de uma rocha.

A imagem em cima é reveladora do insucesso desta primeira tentativa.

A rocha que o rover estava a tentar recolher é típica da região por onde este robô tem vindo a passar. O chão da cratera de Jezero está coberto pelo que a NASA chama de “pedras de pavimentação”. Estas pedras porosas podem ser sedimentares (ou seja, feitas pela atividade fluvial e lacustre) ou vulcânicas.

A recolha de uma amostra ajudaria os cientistas a determinar o tipo de rochas que revestem o chão da cratera, melhorando assim a sua compreensão da história da área.

A NASA sabe que há esta dificuldade na perfuração. Aliás, outras missões a Marte também encontraram dificuldades inesperadas para perfurar rocha e solo. A agência espacial norte-americana abandonou recentemente a sua “toupeira” do InSight, uma ferramenta de sondagem que deveria escavar na crosta marciana e medir a sua temperatura. A toupeira viu-se a saltar no lugar sobre uma fundação de solo firme chamada “duracrust”.

Exit mobile version