Com o desconfinamento motivado pela COVID-19, as pessoas estão a começar a regularizar as suas vidas. Por exemplo, se há uns meses apenas um membro de cada família entrava no supermercado, hoje, podem entrar vários, sem problema. Isto dá aos gestores dos espaços públicos uma outra responsabilidade, na medida em que devem tentar precaver ao máximo o contágio nos seus espaços.
Em março, mostrámos-lhe como robôs utilizavam feixes de luz UV para eliminar o vírus e outras ameaças dos hospitais, na China. Hoje, mostramos-lhe uma solução para os espaços públicos, através da luz UV-C.
Robô na luta pela proteção do ser humano
Investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram um robô equipado com luz UV-C (radiação ultravioleta de comprimento de onda curto), projetado para desinfeção de espaços comuns. Além da proteção contra o novo coronavírus, ainda protege contra outros patogénicos.
Esta luz UV-C desinfeta as superfícies e neutraliza partículas do vírus. Além disso, é, por vezes, utilizada para esterilizar quartos de pacientes e outros ambientes médicos. Todavia, o método utilizado na desinfeção é prejudicial ao ser humano e, por isso, o ideal seria um robô autónomo.
Nesse sentido, o Laboratório de Ciências da Computação e Inteligência Artificial do MIT (CSAIL) associou-se à Ava Robotics, a fim de desenvolver um robô capaz de desinfetar as superfícies dos espaços públicos, de forma autónoma.
Estamos entusiasmados por ver o robô a apoiar a nossa comunidade neste tempo de necessidade.
Disse a diretora da CSAIL e líder do projeto, Daniela Rus.
Uma parceria de sucesso
A equipa colocou uma luz UV-C personalizada, projetada pela CSAIL, na base dos robôs portáteis da Ava Robotics. Depois, testou o protótipo no Greater Boston Food Bank (GBFB). No teste, o robô atravessou o armazém da organização, a cerca de 0,35 km/h. Pela velocidade registada, os investigadores concluíram que poderia percorrer todo o armazém em meia hora e neutralizar cerca de 90% das partículas de coronavírus das superfícies que provocam a COVID-19.
Além disso, acreditam que este método robotizado poderia ser introduzido noutros espaços, para a sua desinfeção, tais como fábricas, restaurantes, supermercados, aviões, dormitórios e escolas. Isto, porque o sistema é capaz de mapear o ambiente em que se encontra e pode circular entre pontos de passagem e outras áreas específicas.
À medida que conduzimos o robô, estamos também a investigar novas políticas de controlo, que irão permitir que o robô se adapte às mudanças do ambiente e garantir que todas as áreas recebem a dosagem adequada.
Estamos focados na operação remota, para minimizar a supervisão humana e o consequente risco de propagação da COVID-19.
Revelou, em comunicado, Alyssa Pierson, investigadora no CSAIL e líder técnica do projeto.
Agora, é esperar que este protótipo tenha sucesso e seja produzido em grande escala, para que chegue às grandes superfícies.