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COVID-19: Portugueses fazem descoberta importante sobre o SARS-CoV-2

Como temos referido, Portugal tem estado também muito presente na parte científica na investigação do SARS-CoV-2.

Recentemente, investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) do Porto descobriram uma razão porque a infeção pelo SARS-CoV-2 causa doença leve ou doença grave nos indivíduos.


Investigação sobre o SARS-CoV-2 focada nas células T

Os resultados do estudo, financiado no âmbito da iniciativa ‘Research 4 Covid’ da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), foram publicados na revista The Journal of Immunology e o artigo foi destacado como um ‘top reader’ da edição de setembro.

O estudo, liderado pela investigadora Salomé Pinho, mostrou que as células T circulantes “trocam os seus glicanos [moléculas de açúcar] de forma específica após a infeção com o SARS-CoV-2” e que essa alteração é “mais pronunciada” em indivíduos assintomáticos do que sintomáticos.

Segundo o comunicado do Instituto…

Está assim identificada uma resposta imunológica, baseada em formas glicosiladas de linfócitos T, que confere proteção contra o vírus

A mudança no perfil de glicosilação na resposta imunológica após a infeção pelo SARS-CoV-2“parece ser desencadeada por um fator inflamatório presente no plasma dos indivíduos”.

Segundo a investigadora Salomé Pinho, esta glico-assinatura específica de células T, mais pronunciada em pacientes assintomáticos, “pode ser detetada no diagnóstico” e constituir um “novo biomarcador de prognóstico e de gravidade COVID-19, bem como um novo alvo terapêutico”.

A equipa de investigação descobriu também que em doentes assintomáticos, as células mononucleares do sangue exibem uma “expressão aumentada de uma proteína específica”, capaz de reconhecer eficientemente o vírus e cujos níveis de expressão em monócitos [células inflamatórias que pertencem à primeira linha de defesa] foram correlacionados com “um melhor prognóstico do doente”

O papel das células T na resolução ou exacerbação da covid-19, bem como o potencial para fornecer proteção a longo prazo contra a reinfeção pelo SARS-CoV-2, “ainda está por desvendar na sua totalidade”, salienta o i3S.

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