A vacina contra a COVID-19 já demonstrou ser bastante eficiente. O número de mortos diário baixou drasticamente assim como o número de internamentos.
No entanto, segundo um estudo recente, os anticorpos caem a pique meses após vacinação e nesse sentido a terceira dose é quase inevitável. Conheça os resultados da Universidade de Coimbra.
Anticorpos caem para um sexto do valor inicial ao fim de 90 dias
Os serviços de Patologia Clínica e de Saúde Ocupacional do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) quiseram avaliar a resposta dos profissionais à vacina contra a covid-19 e qual a durabilidade dos anticorpos protetores.
De acordo com o DN, mais de quatro mil pessoas: 97,7% responderam com nível elevado de anticorpos, mas estes caem para um sexto do valor inicial ao fim de 90 dias. A revacinação de profissionais e população em geral é necessária.
Lucília Araújo, uma das especialistas que coordenou o estudo, refere que…
[…]a vacinação é a única arma que temos de reduzir a gravidade da doença, a mortalidade e de mitigar o aparecimento de mutações mais agressivas.
[…]uma terceira dose será necessária em breve, porque o que verificámos é que a nossa população teve uma resposta extraordinária à vacina – 97,7% responderam com um nível muito elevado de títulos de anticorpos ao fim dos 14 dias da segunda dose da vacina -, mas que estes desceram abruptamente ao fim de três meses, em média para um sexto. Esta descida manteve-se ao fim dos seis meses.
O estudo realizado no CHUC permitiu observar, em termos de idade, que a resposta imunitária, ao nível de títulos de anticorpos, “foi descendo ao longo de década para década.
Os funcionários mais jovens responderam de uma forma mais exuberante, com títulos de anticorpos mais elevados, enquanto nos mais idosos a resposta ia descendo”. Outro dado curioso “é que o género masculino respondeu pior do que o género feminino ao longo do tempo”. Ou seja, os homens foram registando pior nível de anticorpos do que as mulheres, e mesmo assim a resposta ainda foi baixando mais com a idade.
Com tudo isto, Lucília Araújo não tem dúvidas: “Sou totalmente favorável à administração de uma terceira dose e acredito que, mais dia menos dia, esta terá de ser disponibilizada, sobretudo para o contexto hospitalar”.