Isto estará significativamente longe de fazer de si astronauta, mas pode resultar numa experiência interessante. Os cientistas querem que o público os ajude a detetar buracos negros.
Os buracos negros são impressionantes, mas o seu estudo é altamente complexo. Afinal, são muito densos, têm muita massa, e possuem um forte efeito gravitacional.
Apesar de engolirem tudo o que se aproxima deles, é possível detetá-los, pois os seus efeitos podem ser observados a anos-luz de distância. Tendo em conta a (in)finitude do Universo, os cientistas querem, agora, que o público os ajude a identificar mais buracos negros, em nome da exploração científica.
De nome Black Hole Hunter, este projeto convida o público a investigar os dados recolhidos pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, por forma a procurar sinais de um buraco negro.
Os cientistas cidadãos deverão recorrer a uma técnica chamada microlente gravitacional, observando como o brilho da luz de várias estrelas se altera ao longo do tempo, procurando indícios de que um buraco negro possa ter passado à frente de uma estrela e distorcido a luz que dela emana.
Desta forma, os participantes do projeto deverão identificar estas potências espaciais que, de outra forma, seriam invisíveis.
Os buracos negros são invisíveis. A sua força gravitacional é tão forte que nem a luz consegue escapar, tornando-os incrivelmente difíceis de ver, mesmo com equipamento especializado.
Mas essa força gravitacional é também a forma como os podemos detetar, porque é tão forte que consegue distorcer e focar a luz, atuando como uma lente que amplia a luz das estrelas. Podemos detetar esta ampliação e é assim que sabemos que existe um buraco negro.
Sabemos que a nossa galáxia está repleta de buracos negros, mas só encontrámos uma mão cheia deles.
Explicou o investigador Matt Middleton, da Universidade de Southampton, num comunicado, dizendo ao público que pode ajudar os cientistas a mudar isso.
O público interessado, “qualquer pessoa de qualquer idade”, pode procurá-los no Zooniverse, que também acolhe outros projetos de ciência cidadã e inclui formação sobre como detetar indícios de um buraco negro.
Tudo o que é preciso é um interesse pelo espaço e o pouco ou muito tempo que se possa dedicar à análise dos gráficos e ajudar-nos a detetar os padrões que podem revelar um buraco negro.
O teu trabalho contribuirá diretamente para a investigação científica real e estarás a ajudar a tornar visível o invisível.
Disse, apelando, o investigador Adam McMaster.