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Cientistas dizem ser os primeiros a transmitir energia solar gerada no espaço para a Terra

O tema da criação de energia solar a partir do espaço parece estar a ganhar força, à medida que os recursos na Terra se começam a esgotar. Há agora uma equipa de cientistas da Caltech que reclama para si o título da primeira transmissão de energia solar a partir do espaço para a Terra, ainda que vários testes nesse sentido já tenham acontecido por outras equipas, nomeadamente da NASA.


Foi na semana passada que o surgiu a notícia de que o Japão, numa parceria publico-privada com a agência espacial JAXA, estaria a prepara-se para começar a criar energia solar a partir do espaço já em 2025, concretizando assim um trabalho de décadas. Em 2015, foi feito um grande avanço incrível quando os cientistas da JAXA transmitiram com sucesso 1,8 quilowatts de energia, energia suficiente para alimentar uma cafeteira elétrica, a mais de 50 metros de um recetor sem fio.

Em 1968, um engenheiro da NASA, Peter Glaser, produziu o primeiro projeto conceptual para um satélite movido a energia solar. Mas há agora um grupo de cientistas que reclama para si o verdadeiro título nesta corrida.

Uma equipa de investigadores da Caltech anunciou na semana passada que o seu protótipo espacial, chamado Space Solar Power Demonstrator (SSPD-1), recolheu luz solar, converteu-a em eletricidade e transmitiu-a para recetores de micro-ondas instalados num telhado no campus da Caltech em Pasadena, na Califórnia.

Este teste serve também de prova de que a configuração, lançada em 3 de janeiro, é capaz de sobreviver à viagem ao espaço e no seu ambiente hostil.

Até onde sabemos, ninguém jamais demonstrou a transferência de energia sem fio no espaço, mesmo com estruturas rígidas caras. Estamos a fazer isso com estruturas leves e flexíveis e com os nossos próprios circuitos integrados. Esta é a primeira vez

Disse Ali Hajimiri, professor de engenharia elétrica e engenharia médica e co-diretor do Projeto de Energia Solar Espacial da Caltech (SSPP), num comunicado à imprensa publicado na quinta-feira.

O teste – conhecido na íntegra como Microwave Array for Power-transfer Low-orbit Experiment (MAPLE) – é um dos três projetos de pesquisa realizados a bordo do SSPD-1. O esforço envolveu dois conjuntos de recetores separados e transmissores de micro-ondas leves com chips personalizados. A equipa acrescentou que a configuração da transmissão foi projetada para minimizar a quantidade de combustível necessária para enviá-los ao espaço e que o design também precisava ser flexível o suficiente para que os transmissores pudessem ser dobrados num foguete.

A energia solar baseada no espaço tem sido uma espécie de santo graal na comunidade científica. Embora cara na sua forma atual, a tecnologia carrega a promessa de energia renovável potencialmente ilimitada, com painéis solares no espaço capazes de recolher a luz solar independentemente da hora do dia. O uso de micro-ondas para transmitir energia também significaria que a cobertura de nuvens não representaria uma interferência.

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