Há tecnologias que hoje nos poderiam fornecer baterias para muitas décadas de interrupção de fornecimento de energia. Contudo, nem sempre é viável a sua utilização, por variados motivos. Aliás, ainda existe uma bateria, com mais de 180 anos, a fornecer energia à chamada Oxford Electric Bell. Portanto, a caminho de dois séculos sem qualquer substituição ou alteração. Contudo, hoje vamos falar de energia autónoma inovadora.
Esta bateria atómica foi desenvolvida pelos cientistas da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia “MISiS” que é a principal universidade tecnológica da Rússia. A pilha atómica tem uma potência aumentada em 10 vezes.
No preâmbulo deste artigo apontávamos para a inovadora, histórica e curiosa Dry Pile. Uma bateria que fornece energia, de forma ininterrupta, à Campainha de Oxford, desde 1840, é digna de um Guinness World Record e, acima de tudo, é merecedora da nossa admiração. Portanto, fica aqui a menção para que tudo, desde então, seja devidamente dimensionado e acondicionado na história tecnológica.
Bateria atómica que pode durar 20 anos
Os cientistas da NUST MISIS apresentaram uma fonte de energia autónoma inovadora. Conforme é mostrado, trata-se de uma bateria atómica compacta que pode durar até 20 anos. Devido à estrutura 3D original do elemento beta-voltaico, as suas dimensões diminuíram em três vezes, a potência específica aumentou em 10 vezes e o custo diminuiu em 50%.
O dispositivo original usa a estrutura 3D de microcanal de um elemento beta-voltaico de níquel. A particularidade nesta pilha tem a ver com o elemento radioativo que é aplicado em ambos os lados da chamada junção PN. Este é a técnica que simplifica a tecnologia de fabrico de células, bem como o controlo da corrente inversa que rouba a energia da bateria.
A estrutura microcanal especial proporciona um aumento da área de conversão eficaz da radiação beta em 14 vezes, o que resulta num aumento global da corrente. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento permitirá aumentar a potência específica numa ordem de magnitude, devido ao qual o peso e as dimensões das baterias baseadas nelas diminuirão três vezes, mantendo o nível de potência de saída necessário.
Bateria para dispositivos especiais e utilizações especificas
A bateria pode ser usada em vários cenários e equipamentos. Por exemplo, este tipo de pilha pode ser usada como fonte de alimentação de emergência, como fornecimento de energia para um sensor de temperatura, a operar em dispositivos usados em temperaturas extremas e em locais de difícil acesso (ou totalmente inacessíveis). Outros locais são o espaço, debaixo de água e em áreas de grande altitude.
O projeto nesta altura está na fase de criação e registo de patente internacional. O projeto foi já reconhecido pelos pares e a NUST MISIS foi nomeada um dos principais players no mercado global de baterias beta-voltaicas.
Esta bateria baseada em células beta-voltaicas (BVE) – tem um grande potencial, uma vez que a procura por baterias confiáveis com longa vida útil está a crescer em todas as indústrias.
Os resultados foram publicados na revista científica internacional Applied Radiation and Isotopes.