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Cientistas descobriram como converter sangue doado num tipo universal

Os bancos de sangue vivem sempre no limite e multiplicam-se as mensagens para que cada um de nós seja dador. Em Portugal, segundo informações do site dador, existem reservas de sangue para 7 a 10 dias, na generalidade dos tipos de sangue.

Para combater este tipo de problemas, cientistas da University of British Columbia podem ter encontrado uma forma de converter um tipo de sangue menos utilizável num que qualquer pessoa possa receber.


Sangue doado pode tornar-se universal

Embora hoje já exista tecnologia que permite produzir sangue artificial em escala industrial, a verdade é que ainda não é prática que esteja em utilização e o sangue continua a ser um bem precioso.

Existem quatro tipos de glóbulos vermelhos: A, B, AB e O. Para perceber as diferenças, em termos simplistas, podemos dizer que a diferença entre eles é que o tipo A tem um tipo de aglutinogénio na superfície dos glóbulos vermelhos, o tipo B tem outro tipo de aglutinogénio, o tipo AB tem os dois tipos de aglutinogénios, enquanto o O não tem nenhum.

As pessoas que têm do tipo O não pode receber nenhum tipo de sangue com aglutinogénios. Quem tem tipo A não pode receber do tipo B e vice-versa. Já as pessoas com mais sorte são as que têm do tipo AB, pois podem receber de todos os tipos.

Estas diferenças acontecem porque o sistema de defesa do nosso corpo interpreta a presença das células vermelhas com aglutinogénio “estranho” como um inimigo, e ataca essas células rapidamente, matando-as. Nessa situação, uma pessoas que receba uma transfusão de sangue numa emergência ou cirurgia não teria eficácia alguma se não for de sangue do mesmo tipo.

 

Luz ao fundo do túnel mostra sangue “universal”

Este problema da falta de sangue é mundial, é algo que pode decidir nalgum momento se uma pessoa vive ou morre. A boa notícia é que investigadores da Universidade de British Columbia (Canadá) encontraram uma forma de “converter” os tipo A, B e AB no disputado tipo O.

A tecnologia aplicada permite que todos os pacientes em necessidade poderiam receber sangue tipo O como rotina, procedimento natural.

Não é uma técnica revolucionária da atualidade, na verdade, este procedimento já havia sido detalhado há algum tempo, mas era caro e ineficiente e não tinha perspectiva de ser aplicado em larga escala. Agora, esta equipa de investigadores conseguiu desenvolver uma técnica aplicável.

O processo envolve a utilização de enzimas específicas para remover essas glicoproteínas da superfície dos glóbulos vermelhos. O cientista Stephen Withers explicou num press release que glicoproteínas semelhantes são digeridas no nosso intestino com ajuda de bactérias que são ricas nessas enzimas. Com base neste conhecimento, os investigadores conseguiram isolar esta enzima e utilizá-la no sangue.

Agora a equipa está a confirmar os resultados para então realizar um teste clínico, para determinar se o processo de conversão realmente é seguro.

O trabalho foi publicado na revista American Chemical Society e dá conta que esta fase de testes pode ser um pouco demorada, mas os investigadores estão otimistas de que a enzima pode proporcionar um salto enorme na história da doação e receção de sangue.

Já é dador de sangue? Se não é, veja aqui como se tornar dador.

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