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Cientistas descobrem um (verdadeiro) sexto sentido

Desde tenra idade, são ensinados e explicados os cinco sentidos com os quais nascemos dotados. Popularmente, às mulheres, é somado mais um, o sexto, que não é bem um sentido, mas mais uma intuição. Segundo novos estudos, os humanos, no geral, poderão contar com este sexto sentido.

Embora não seja usado pela maioria das pessoas, há possibilidade de aprender.


Os seres humanos possuem cinco sentidos conhecidos como visão, audição, paladar, olfato e tato. Estes permitem às pessoas percecionar o meio envolvente e dotam-nas de capacidades que lhes permitem sobreviver a esse mesmo meio. Contudo, invisuais, por exemplo, na falta de um dos sentidos, apuram os outros e, aparentemente, um sexto que não sabíamos existir.

De acordo com dois novos estudos, as pessoas podem explorar um sexto sentido e aprender a orientar-se, mesmo sem ver o que está à sua volta. Mais do que isso, os estudos revelam que é apenas uma questão de tempo até que as pessoas, no geral, descubram como utilizar o seu sexto sentido.

As pessoas usam a ecolocalização passivamente o tempo todo.

Revelou o doutorado e professor de psicologia na Durham University, Lore Thaler, acrescentando que, quando uma pessoa entra numa sala, percebe, intuitivamente, se o espaço é pequeno ou grande, se possui mobiliário, entre outros elementos. Nesse momento, a pessoa está a basear a sua intuição em reflexos e ecos.

À semelhança de um invisual – que, por exemplo, pisa objetos para percecionar o que o rodeia – os humanos podem aproveitar as ondas sonoras que um estalar de dedos cria para se orientar, por exemplo. Segundo Thaler, mesmo pessoas que não tenham qualquer treino podem aprender a utilizar os ditos ecos para determinar a forma, textura ou tamanho de um objeto.

Ecolocalização: O sentido adquirido

Num dos novos estudos, a equipa de Thaler testou se as pessoas podem efetivamente aprender a ecolocalização, utilizada, por exemplo, pelos golfinhos, quando encontram águas demasiado turvas, ficando impedidos de se localizar. Os participantes tiveram 20 sessões de formação (duas por semana, durante 10 semanas). Posteriormente, tentaram utilizar a nova capacidade – o sexto sentido – para identificar o tamanho de um objeto e a sua própria orientação no laboratório.

Tínhamos uma larga faixa etária – 21 a 79 anos – e incluíamos tanto pessoas avistadas como cegas, e todas elas aprenderam.

Revelou Thaler.

Tendo incluído no estudo invisuais, estes viram a sua capacidade sensorial ativa aumentada, bem como a destreza de se deslocarem de forma independente, melhorando o seu bem-estar.

Invisuais têm sexto sentido muito mais apurado

Num segundo estudo, foram reunidos 15 participantes sem formação em ecolocalização. A partir de computadores, foram enviadas ondas sonoras semelhantes aos ruídos dos morcegos quando voam através da escuridão. Então, foi perguntado se um cilindro, que não conseguiam ver, estava parado ou em movimento; a maioria dos participantes soube a resposta.

Portanto, de acordo com Miwa Sumiya, doutorada e responsável por este segundo estudo, as pessoas compreendem a técnica à medida que interagem com o seu ambiente.

Em conclusão, as pessoas invisuais têm uma capacidade quase nata para a ecolocalização. Isto, porque, estando o cérebro humano predisposto a usar a visão, as pessoas invisuais confiam nos outros sentidos – incluindo o sexto – para explorar o meio envolvente.

Acredito que os primeiros humanos eram altamente auditivos e provavelmente usavam a ecolocalização. A maior parte da existência humana ocorreu sem luz artificial, por isso, passámos muito tempo no escuro. Passávamos muito tempo em cavernas e tínhamos de saber o que estava à nossa volta para evitar ameaças e predadores. Podemos ouvir nos cantos muito mais facilmente do que podemos ver à nossa volta e podemos ouvir através da folhagem muito mais facilmente do que podemos ver através dela.

Disse o fundador da World Acess for the Blind, Daniel Kish.

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