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Cientistas descobrem misteriosa rocha radioativa no lado negro da Lua

A Lua continua a ser uma caixa de surpresas, apesar do homem já lá ter pisado, já ter enviado várias missões para conhecer profundamente o seu solo e apesar de estar prestes a lá voltar. Surpreendentemente, os cientistas encontraram agora uma rocha radioativa com cerca de 50 quilómetros de diâmetro.


Jazidas de rochas radioativas no nosso satélite?

Os cientistas descobriram uma grande formação de granito radioativo sob a superfície do lado oposto da Lua – e, de acordo com um novo artigo, esta formação rochosa inesperada pode oferecer aos investigadores algumas pistas sobre a longa história da nossa Lua.

No artigo, publicado esta semana na revista Nature, os investigadores afirmam que a existência do granito subsuperficial sugere que o lado mais afastado da Lua, menos estudado, que está sempre ocultado da Terra, albergou em tempos um ou vários vulcões, que entraram em erupção há cerca de 3,5 mil milhões de anos, no início da história da Lua.

Qualquer grande corpo de granito que encontremos na Terra costumava alimentar um grande grupo de vulcões.

Os depósitos subterrâneos de rocha ígnea deixados pelos vulcões que arrefeceram, chamados batólitos, são muito maiores do que os vulcões que alimentam à superfície. Por exemplo, as montanhas da Serra Nevada são um batólito, deixado por uma cadeia vulcânica no oeste dos Estados Unidos que existiu há muito tempo.

Disse o coautor do estudo Matthew Siegler, professor da Southern Methodist University e investigador do Planetary Science Institute, num comunicado.

Os batólitos são um modo de jazida de rochas plutónicas, caracterizados pela sua grande massa, que afloram à superfície em grandes extensões, normalmente maiores que 100 quilómetros quadrados. O contacto com as rochas encaixantes é uma superfície irregular, em geral discordante com essas rochas. Se o diâmetro do batólito é de poucos quilómetros, denomina-se stock. Os batólitos aumentam em extensão à medida que se afundam, sem chegar a definir-se um limite inferior.

 

Bombardear a Lua com micro-ondas para determinar a rocha

Para determinar a composição química do depósito lunar radioativo, os investigadores utilizaram frequências de micro-ondas para medir a atividade geotérmica do composto. A partir dos dados obtidos, conseguiram deduzir que o depósito continha certos elementos radioativos que só podiam ser atribuídos ao granito.

Ainda assim, os resultados foram um pouco surpreendentes. Embora a região da Lua onde a rocha misteriosa foi descoberta – muitas vezes referida como a “anomalia” de Compton-Belkovich – contenha um complexo vulcânico conhecido, o granito raramente foi encontrado na Lua.

A localização da Anomalia Compton-Belkovich Thorium na Lua.

O pedaço de granito recém-descoberto, no entanto, é bastante grande e mede cerca de 50 quilómetros de diâmetro.

A surpreendente magnitude e extensão geográfica desta caraterística implicam um sistema granítico evoluído, semelhante ao da Terra, maior do que se pensava ser possível na Lua.

Escreveram os investigadores no artigo.

Apesar das novas e fascinantes descobertas, os cientistas podem ficar com mais perguntas do que respostas.

Se não houver água, são necessárias situações extremas para fazer granito. Portanto, temos aqui um sistema sem água e sem placas tectónicas – mas temos granito. Será que havia água na Lua – pelo menos neste ponto? Ou era apenas especialmente quente?”

Questionou Matthew Siegler.

A Lua casa vez é um mistério maior e precisa efetivamente de ser estudada para percebermos que corpo nos acompanhada desde há muitos milhões de anos.

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