Queixamo-nos dos dias mais curtos, por recebermos a noite mais cedo. Contudo, os cidadãos de Utqiaġvik, uma cidade do Alasca, não voltarão a ver a luz do Sol até 2023.
Já ouviu falar da noite polar?
A cidade de Utqiaġvik, anteriormente conhecida como Barrow, está localizada na região mais longínqua do norte do Alasca. Além de remota, tem um clima extremamente frio, pelo que as temperaturas variam entre -5 °C e -22 °C.
Se, para nós, o inverno pode ser custoso, porque os dias são mais curtos, para os habitantes desta cidade do Alasca o inverno consegue ser mais desafiante. Afinal, pela sua localização, a estação do ano é mais longa e a luz do dia está muito mais condicionada.
Sabemos que alguns lugares perto do Ártico e do Círculo Polar Antártico têm menos horas de sol nesta altura do ano. Isto, porque o eixo de inclinação da Terra não permite que o Sol se levante acima do horizonte, causando por vezes a escuridão por mais de 24 horas. Este fenómeno é conhecido como noite polar, e, embora não seja algo extraordinário e os habitantes de cidades como a de Utqiaġvik estejam já habituados, para nós, parece impensável.
Este ano, a noite polar, em Utqiaġvik, começou no dia 18 de novembro e irá durar até 23 de janeiro do próximo ano. Portanto, terão de esperar 65 dias para voltar a ver a luz do Sol.
Como é o quotidiano durante uma noite polar?
A escuridão a que os habitantes estão expostos é quase total. Isto, significa que, todos os dias, durante um curto período de tempo, é possível ver o crepúsculo, ou seja, aquele tempo antes do nascer do Sol e depois do pôr do Sol. Para os 4.500 residentes de Utqiaġvik, este intervalo de tempo suficiente para realizar certas atividades que noutras alturas do ano fariam durante um dia normal.
Nestas condições, com a ausência de nevoeiro ou outras restrições, as estrelas e planetas mais brilhantes podem ser vistos, o horizonte e os objetos terrestres podem ser discernidos e, em muitos casos, não é necessária iluminação artificial.
Revela o National Weather Service do Alasca.
No verão, por sua vez, os mesmos habitantes conhecem um fenómeno oposto chamado “Sol da Meia Noite”, que entrega luz natural durante mais do que 24 horas.
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