Há cerca de 2 milhões de anos, um asteroide atingiu Marte e criou a cratera Corinto. Uma enorme quantidade de pequenos detritos do impacto formou quase 2 mil milhões de outras crateras mais pequenas em Marte. Estes dados e outros com interessante relevante, foram obtidos pela sonda norte-americana Mars Reconnaissance Orbiter.
1 asteroide = 2 mil milhões de crateras
Há cerca de 2,3 milhões de anos – relativamente recente em termos de tempo geológico – uma rocha espacial dirigiu-se para Marte. Chocou contra o Planeta Vermelho, lançando enormes quantidades de estilhaços da cratera recém-formada.
Sem placas tectónicas e com pouca meteorização, Marte ainda hoje tem as cicatrizes desse impacto. Os investigadores contaram as crateras secundárias formadas pelas rochas e sujidade marcianas que voaram. Encontraram centenas? Milhares? Não, os investigadores encontraram quase dois mil milhões de crateras mais pequenas!
Estas crateras têm um mínimo de 10 metros de tamanho, situando-se até 2.000 km da cratera principal. Os investigadores apresentaram as suas descobertas na Conferência de Ciências Lunares e Planetárias (LPSC 2024) em The Woodlands, Texas, em março.
Uma grande cratera de impacto e muitas outras mais pequenas
A equipa internacional de investigadores concentrou-se numa cratera chamada Corinto, a norte do equador marciano, em Elysium Planitia. Corinto é bastante grande, com cerca de 14 km de diâmetro e 1 km de profundidade. Assim, quando o asteroide que a originou atingiu Marte, produziu muitos detritos chamados ejectos.
Os impactos secundários criaram crateras mais pequenas, tanto dentro como fora da cratera principal.
Os investigadores utilizaram dados de imagem da HiRISE e da Câmara de Contexto (CTX) da Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) para estudar Corinto.
O artigo afirma:
Os conjuntos de dados orbitais de imagens térmicas e visíveis são utilizados para descrever a cratera, o manto de ejectos, quatro fácies de raios e crateras secundárias, e para estimar a idade do impacto e o número total de crateras secundárias.
Os investigadores examinaram quatro tipos diferentes de crateras à volta de Corinto. Esses cinco grupos são conhecidos como fácies. Cada grupo tem um aspeto distinto, em grande parte devido à distância a que se encontram da cratera Corinto. As crateras mais próximas de Corinto são semicirculares e não têm ejectos próprios. Têm também bordos distintos. Mas algumas das crateras mais afastadas são longas e estreitas.
Estudos da cratera principal também mostraram que o solo estava provavelmente saturado com gelo de água. Como resultado, o gelo sobreaquecido desgaseificou-se durante o impacto.
Crateras em Marte
Os cientistas calcularam que o ângulo de impacto foi de cerca de 30-45 graus, com o asteroide a vir de norte. Vindo desse ângulo do norte, a maior parte dos detritos caiu na superfície a sul da cratera.
Considere-se a grande distância entre o impacto principal e as crateras mais afastadas, com uns incríveis 2.000 km de distância. Seria como se um asteroide atingisse Los Angeles e os destroços atravessassem metade dos Estados Unidos até Dallas. Como terá sido testemunhar esse impacto e essa enorme chuva de detritos?
Resumindo: Um asteroide criou uma grande cratera marciana chamada Corinto, há cerca de 2 milhões de anos. Os detritos do impacto também criaram 2 mil milhões de crateras mais pequenas em Marte.