A Apple e a Google são duas empresas gigantes no mundo do software. Mais concretamente, as suas lojas faturam milhares de milhões de dólares e moldam a forma como a humanidade interage com os smartphones e, na verdade, com o mundo online. Os reguladores querem mudar a forma como é gerido este mercado. Uma nova legislação nos EUA pretende mudar radicalmente o negócio destas duas empresas e das suas lojas de aplicações.
A Apple e a Google vão-se unir para rebater o que dizem ser um golpe pesado para a App Store e Play Store. Mas há mais empresas interessadas em defender o seu negócio online.
Senadores dos EUA preparam lei que limita as lojas App Store e Google Play
Uma nova “organização da indústria de tecnologia” chamada Câmara do Progresso, que conta com a Apple e a Google entre os seus principais membros, diz que a nova legislação voltada para a App Store do iOS e a Google Play no Android são um “dedo no olho” para os clientes de ambos.
Um novo projeto de lei bipartidário anunciado no início desta semana pode explodir o iOS ao forçar a Apple a permitir que os utilizadores façam o sideload de aplicações e que isso vai impedir de canalizar programadores e clientes através dos seus próprios canais de compra na aplicação.
Agora, a Câmara de Progresso, que conta com Apple, Google, Amazon, Facebook, Twitter, Lyft e outros, manifestou-se contra a medida. Num comunicado, o CEO do grupo, Adam Kovacevich, disse:
Este projeto é um dedo no olho de qualquer pessoa que comprou um iPhone ou Android porque os telefones e as suas lojas de aplicações são seguras, confiáveis e fáceis de usar. “Eu não vejo nenhum consumidor a marchar em Washington exigindo que o Congresso torne os seus smartphones mais burros. E o Congresso tem coisas melhores a fazer do que intervir numa disputa multimilionária entre empresas.
Segundo o comunicado à imprensa, o grupo afirmou que a nova legislação determinaria “que os fabricantes de telefones e tablets permitam a instalação de lojas de aplicações de terceiros arriscadas e o uso de sistemas de pagamento alternativos”, alegando que as novas medidas “prejudicariam a segurança, a confiança, e conveniência que os consumidores valorizam nas lojas de aplicações e dispositivos móveis.
Lobby da Epic Games e Spotify poderá estar a ganhar força no Senado
Conforme é referido na descrição do grupo, o projeto de lei “toma o lado de empresas como Epic Games, Spotify e Tile nas suas batalhas legais e de lobby contra a Apple e a Google – o que não deve ser uma prioridade para os legisladores”.
A Câmara de Progresso, que luta para proteger o status quo atual de plataformas como a App Store da Apple, parece ter a intenção de posicionar a nova legislação como o governo a tomar o lado de empresas como a Epic Games, atualmente bloqueada numa disputa legal pela App Store, com uma decisão sobre o assunto esperada a qualquer momento.
Apesar do ponto fundamental ser a perda de receitas, para as empresas em causa, para o utilizador poderá haver um incremento forte de insegurança, com mais malware a invadir os smartphones. Portanto, haverá nos próximos meses uma nova batalha nos EUA e na Europa para “regular” as receitas das lojas.