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Apple apanhou o “bufo” que passou anos a contar segredos dos novos iPhones e do iOS

Uma das armas da Apple, no tempo de Steve Jobs, era o segredo bem guardado. Não era por acaso que o “one more thing” trazia o mistério da novidade. Com o tempo, Cook começou a perder a capacidade de manter o segredo sepulcral. Havia um “bufo” dentro da Apple e andou anos a revelar novidades do iPhone e das atualizações do iOS. Agora, foi apanhado!


Andrew Aude passou sete anos a divulgar informações confidenciais da Apple. O caso está agora a aguardar julgamento e a Apple vai reclamar-lhe mais de 25.000 dólares.

One more thing…

Talvez já se tenha perguntado de onde vêm as fugas de informação sobre o novo iPhone. Sabemos quem são os “rostos” das fugas de informação, com nomes como Mark Gurman e Ming-Chi Kuo entre os mais fiáveis. No entanto, não são eles que as revelam diretamente, mas sim as suas fontes.

Estas fontes, secretas como não podia deixar de ser, podem ser variadas e ir desde um simples estagiário que observa todos os processos até um importante engenheiro envolvido no desenvolvimento. Andrew Aude é um destes últimos e, nos últimos meses, tem estado metido em grandes sarilhos.

Apple não quer fugas de informação

Podemos suspeitar que algumas fugas de informação da Apple e de outras grandes empresas são intencionais. Não é de surpreender que isso ajude a gerar entusiasmo em torno dos seus produtos. No entanto, no caso particular da gigante da tecnologia, não será bem o caso.

De facto, as evidências mostram que são especialmente contraproducentes. Ainda mais quando eles próprios não confirmam alguns factos simples e óbvios, como se vão anunciar novos iPhones nos eventos de setembro.

O caso de Andrew Aude reafirma, portanto, a postura da Apple contra as fugas de informação. Aude chegou à Apple em 2016 como parte da equipa de engenharia do iOS, pelo que tinha conhecimento e envolvimento direto no avanço do sistema operativo, especificamente em elementos como o trabalho de otimização da bateria dos iPhones.

Não entramos com processos de ânimo leve.

Andrew Aude foi despedido em dezembro de 2023, quando a Apple citou “má conduta” como a principal razão. Mas foi em março deste ano que entraram com uma ação judicial contra ele, com o argumento de que estava a violar a lei ao divulgar segredos comerciais.

Armadilha deu frutos e “caçaram” o prevaricador

Não se sabe qual o modus operandi que a Apple Park utilizaria para detetar as fugas de informação de Aude, mas a empresa é inflexível quanto ao facto de o seu antigo funcionário ter divulgado mais de uma dúzia de informações confidenciais relacionadas com produtos e políticas da empresa.

Esta situação é agravada pelo facto de a maioria dos funcionários assinar acordos de confidencialidade.

A este respeito, a Apple chegou ao ponto de afirmar categoricamente que “a Apple não instaura processos contra antigos funcionários de ânimo leve”. De facto, afirmou que o contactaram depois de ter sido despedido, a fim de esclarecer os factos e evitar mais danos. No entanto, Aude recusou-se a cooperar com a investigação.

As suas revelações incluem informações como o progresso da aplicação “Journal (Diário)” quando esta ainda não tinha sido anunciada.

De facto, aqui ele especifica a quem enviou a fuga de informação. Foi para o The Wall Street Journal, que publicou um artigo que falava das intenções da Apple de lançar uma aplicação “Journal”, tal como acabámos por ver no iOS 17.

A Apple é clara quanto ao preço da indemnização

Diz-se também que revelou segredos sobre os Vision Pro em 2020, muito antes do seu grande anúncio oficial na WWDC 2023. Revelou-os a uma jornalista do The Information, a quem enviou mais de 1.400 mensagens.

Fala-se mesmo que terá viajado milhares de quilómetros só para se encontrar com ela e, pessoalmente, enviar-lhe mais dados confidenciais. Por acaso, Aude guardou esta jornalista nos seus contactos com o nome “Homeboy”.

Assim, será o tribunal estadual da Califórnia que se pronunciará em última instância sobre os factos que a Apple considera provados. Será num julgamento com júri para o qual ainda não são conhecidas datas, mas no qual se sabe que a Apple vai exigir mais de 25 mil dólares de indemnização. Pelo menos é o que se afirma no texto da ação judicial.

Consideram que os sete anos de Aude foram “altamente prejudiciais” para a empresa, constituindo uma “ameaça constante” devido ao seu registo criminal de fuga de informação confidencial. A isto, dizem, junta-se “a recusa em reconhecer os seus erros”.

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