A Apple tem conseguido dar aos AirTags uma utilidade que não existia nos muitos dispositivos que existiam neste mercado. Pequeno, competente e dentro de uma rede gigante, o AirTag voltou a ser preponderante para detetar mais uma fraude com ajuda humanitária. Desta vez os donativos que iam para a Turquia foram parar aos mercados de rua!
Cidade do México vende donativos que eram para a Turquia, dizem AirTags
Os AirTags e o serviço Find My (Encontrar) revelaram como alguns produtos doados pelos mexicanos, na ajuda ao povo turco que sofreu com os sismos no passado mês de fevereiro, nunca saíram do país e foram revendidos nos mercados da Cidade do México.
Aliás, esta prática deve ser corrente e as pessoas desconhecem os esquemas. Conforme demos a saber, em fevereiro, as AirTags da Apple foram utilizadas para revelar como o governo de Singapura estava a exportar e a revender sapatos de desporto que oficialmente recolhia para reciclagem. Agora, no México, a jornalista Pamela Cerdeira utilizou os AirTags para provar que o governo estava a manipular incorretamente os donativos de ajuda humanitária para o terramoto.
As doações destinavam-se a ajudar a Turquia a recuperar dos terramotos devastadores. Mas Cerdeira doou dois objetos com AirTags, para ver se chegavam à Turquia. Nenhum deles chegou. A jornalista enviou arroz e um pacote de rolos de papel higiénico, mas não só não chegaram aos destinatários pretendidos, como nunca saíram do México.
Rede Encontrar leva a jornalista a cada um dos produtos desviados
Cerdeira monitorizou o progresso dos artigos através da aplicação Find My (Encontrar). No final, viu que, na realidade, os dois itens foram enviados para mercados diferentes na cidade. Ela não conseguiu aceder ao local onde parece estar o seu pacote de arroz, mas conseguiu chegar aos rolos de papel higiénico – e usou a opção Encontrar por perto para confirmar que a doação era a sua. AirTags não enganam!
Cerdeira documentou o caso num vídeo em espanhol no YouTube chamado “O negócio da tragédia: os mantimentos que nunca chegaram à Turquia”.
Um funcionário, Oscar Gutierrez Camacho, disse a Cerdeira que o governo não tem nada a ver com o facto de os artigos serem desviados e revendidos.
Não tenho nada a ver com eles [os mercados], mas teremos todo o gosto em investigar.
Disse Oscar Gutierrez Camacho.
Estes são apenas dois casos entre tantos que deverão existir. As pessoas doam de boa vontade, para ajudar, mas organizações criminosas e, como vimos aqui, organizações governamentais desviam e ainda ganham dinheiro com a generosidade de quem doa um pouco do que tem.
Mais uma vez os AirTags mostraram que funcionam muito bem e que podem ser cada vez mais uma forma de perseguir certos burlões.