Foi durante a IFA que a Huawei aproveitou o evento de lançamento do Kirin 980 para apresentar um novo smartphone que antecede o lançamento da linha Mate completa.
A marca lançou o Mate 20 lite, um modelo de gama média que tivemos em testes durante os últimos dias. Hoje trazemos-lhe uma análise preliminar a este modelo com tudo o que precisa saber… para já.
O Huawei Mate 20 lite foi apresentado ao mundo no último dia de agosto, num evento onde a marca quis surpreender e levantar um pouco o véu àquilo que será a próxima linha Mate. Os “lite” da Huawei são sempre smartphones de enorme sucesso e, talvez por isso, a marca tenha optado por colocar este modelo já no mercado.
Um design de excelência, fotografias de grande qualidade, Inteligência Artificial, ecrã realmente “infinito”, são apenas alguns dos atributos que a Huawei trouxe à gama média com este novo smartphone.
No título refiro “tudo o que precisa saber… pelo menos para já!”. O porquê desta indicação prende-se com o facto de hoje não trazer uma análise completa, uma vez que a questão do desempenho, da experiência de utilização real e de testes à bateria, não serem contemplados ainda.
A justificação prende-se com o facto deste ser um modelo de testes, que nos chegou ainda com uma versão da EMIU (8.2) instável, e de ter ainda alguns problemas que, dada a experiência em análises anteriores, sabemos que vão ser corrigidos muito em breve e que a experiência de utilização deverá melhorar substancialmente.
Ainda assim, depois de vários dias de utilização, existem já muitos aspetos que valem a pena partilhar.
Especificações gerais
O Huawei Mate 20 Lite vem equipado com um enorme ecrã de 6,3 polegadas, com resolução FullHD+ e uma proporção de 19,5:9. O seu processador é o Kirin 710, desenvolvido pela Huawei para os seus modelos de gama média, já adaptado à tecnologia de Inteligência Artificial. A GPU é uma Mali-G51.
Está disponível com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno, sendo que é possível expandir este armazenamento através de cartão microSD até 256 GB. A utilização de um cartão microSD implica que não seja possível tirar partido da funcionalidade dual-SIM uma vez que o slot para cartões é híbrido.
O Mate 20 Lite traz consigo 4 câmaras, sendo que, tanto na frente como na traseira, a segunda câmara tem um sensor de profundidade, utilizado na captura de imagens em modo retrato e em realidade aumentada. Na frente vem um módulo de 24 MP (f/2.0) + 2 MP e na traseira um módulo de 20 MP (f/1.8) + 2 MP.
A bateria é de 3750 mAh, com tecnologia de carregamento rápido, que, para já está a durar um dia. Vamos ver se se mantém. Vale ainda a pena referir que vem com Wi-Fi ac, tem Bluetooth 4.2, NFC, interface USB Tipo-C e também jack de áudio de 3,5 mm, algo que já não se encontra na gama alta da Huawei. Vem com Android na versão 8.1 e a EMIU na versão 8.2, não apresentando alterações face aos modelos já analisados no Pplware ao nível de imagem e utilização.
Na caixa
- Huawei Mate 20 lite
- Adaptador de corrente
- Cabo USB/USB Tipo-C
- Auricular com fios e jack 3,5mm
- Manual de instruções rápidas
- Clip para abrir slot de cartões
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Construção e Design
A estrutura do Mate 20 lite é em metal com as laterais boleadas e a frente e traseira são em vidro com acabamento 2.5D. O Modelo que temos em análise é o “Azul Safira”, uma cor que torna o smartphone muito elegante, mas também está disponível em preto e ouro platina.
Na frente encontramos o ecrã de 6,3″ com cantos arredondados (o primeiro da linha Mate com esta configuração) e com recorte que alberga as duas câmaras frontais, os sensores de luminosidade e proximidade, e o altifalante, com um pequeno LED de notificações por baixo da grelha. Ao contrário dos P20, o Mate 20 Lite não tem nenhum botão à frente, nem inscrição da marca, fazendo com que o espaço do ecrã esteja muito mais bem aproveitado… aliás, este é um aspeto que caracteriza a linha Mate.
Nas laterais encontramos a configuração típica dos modelos lite: slot para cartões híbrido à esquerda; botões de volume e power à direita; altifalante, microfone, porta USB Tipo-C e jack de áudio de 3,5mm em baixo; e microfone auxiliar, em cima.
Na traseira, as câmaras surgem destacadas numa faixa central vertical, com o sensor de impressões digitais abaixo, seguido ainda da informação comum relativa à câmara dupla. O flash LED encontra-se à esquerda das câmaras. Em baixo ao centro, a inscrição da marca Huawei.
O Mate 20 Lite tem para mim desde já um aspeto menos positivo. Não traz som em stereo, sendo o mais recente modelo da marca, ainda que não pertença à gama alta, merecia uma melhor qualidade de som. Dentro da gama onde se insere não deixa de ser bom.
Ecrã
O ecrã, apesar das margens e do seu notch, está muito bem integrado em toda a estrutura e dá, finalmente, uma verdadeira sensação de ecrã “infinito”. Com uma excelente definição de contornos, com um “camuflar” do notch perfeito, quando se está a assistir a conteúdo multimédia e com uma exibição de cores muito boa.
Mas nem tudo é bom… Em ambientes com incidência de luz direta existe alguma dificuldade em ver os conteúdos do ecrã.
Fotografia
A fotografia rouba as atenções ao Mate 20 lite. Uma vez mais, a marca quis mostrar que, mesmo sem tecnologia Leica, é capaz de oferecer ao utilizador algo muito bom, com especial foco nas fotografias com a câmara frontal.
A câmara frontal é dupla, com um sensor de 24 MP e abertura 2.0 e outro de 2MP apenas destinado ao efeito de profundidade. A câmara traseira é de 20 MP com abertura f/1.8, o que lhe garante uma maior captação de luz. A segunda câmara traseira tem também senso de profundidade de 2 MP.
Em vídeo, o Mate 20 lite grava a 1080p a 30 fps, contando com estabilizador eletrónico de imagem, que funciona relativamente bem. Na câmara frontal, grava a 720p.
A grande novidade nesta câmara, além das melhorias ao nível da Inteligência Artificial, agora com mais cenas reconhecidas e ajustes adaptados automaticamente a cada um deles, é a introdução da Realidade Aumentada.
Realidade aumentada
O Mate 20 Lite na aplicação câmara tem agora um novo modo de captura que é o Realidade Aumentada. Neste modo, pode-se optar por criar Emojis com a nossa expressão facial adaptada a diversas figuras, desde peixes, a coelhinhos ou robôs. Tem ainda efeitos, ao estilo daquilo que conhecemos do Snapchat ou Instagram Stories. Tem imagens de fundo onde a câmara de profundidade ajuda a fazer este trabalho, e, por fim, efeitos 3D, que colocam pinguins à nossa frente.
Estes efeitos 3D mereciam um pouco de mais imaginação, mas os outros efeitos, estão bem conseguidos. De notar que além de fotos e vídeos é possível criar GIFs com estes efeitos.
Retrato – Efeito 3D e Boken
A Apple com o seu iPhone X introduziu nas suas fotos de retrato alguns filtros que jogam com a luz da fotografia e a Huawei recriou algo do género com os efeitos 3D. Conta assim com efeitos de: Iluminação suave; Borboleta; Dividida; Iluminação de Palco; e Clássica.
Ainda neste modo retrato é possível ativar o Boken, ou melhor, o efeito desfocado no plano de fundo das fotografias.
Estes modos estão disponíveis para a câmara frontal e para a câmara traseira. A captação de fotos com ambas as câmaras é muito satisfatória, mas a câmara traseira consegue captar mais detalhes e uma cor mais realista do que a frontal. Eis alguns exemplos. As primeiras foram captadas com a câmara frontal e as seguintes com a câmara traseira.
Em ambos os casos é notório que o “boken” consegue um efeito muito bom, principalmente, nesta gama de smartphones.
Inteligência artificial
Ligar e desligar o modo de AI é bastante simples, já que marca incluiu agora um atalho direto para ele, sem ter que se aceder às definições da câmara.
O Modo AI ativado reconhece cenas e adapta as suas definições às mesmas. De uma forma geral, os resultados são bons, mas há uma tendência para que a foto ganhe demasiada saturação, ou seja, as cores podem ficar ligeiramente mais fortes do que são na realidade.
No caso de fotos captadas à noite, como se vê no exemplo abaixo, a AI consegue melhores resultados que o modo automático, no entanto, o Modo Noite é imbatível. Qual é o problema? O Modo Noite exige a utilização de um tripé, ou então uma estabilidade tremenda por parte do utilizador, o que para captar os momentos mais rápidos se torna pouco prático. Já no caso da AI, a captura não é tão exigente.
Ao nível da fotografia existem ainda os outros modos de captura como modo Abertura para a câmara traseira, onde é possível ajustar o nível de desfoque e o ponto focado; o câmara lenta; time laps, panorama, noite… e tantos outros.
Veredicto
Ainda sem explorar muito a questão do desempenho, algo que será esmiuçado num próximo artigos. O Mate 20 lite está a comportar-se à altura de um modelo de gama média, mas onde (ainda) são notórios alguns problemas de instabilidade, que, tal como em modelos anteriores, deverão ser resolvidos entretanto.
O sensor de impressões digitais, bem como o reconhecimento facial, são parte integrante deste modelo e estão a funcionar de uma forma muito eficiente sem falhas a apontar. A autonomia encontra-se dentro daquilo que é o esperado, durando a bateria para um dia inteiro de utilização.
O ecrã do Mate 20 lite surpreende pela qualidade mas deixa ainda a desejar em ambientes com muita luz e o quanto ao som… a gama média já merecia som em stereo.
A qualidade fotográfica está à vista, com resultados muito bons em diferentes ambientes, onde a AI atua bem em muitas situações, mas noutras exagera na saturação da imagem. Já o modo retrato, com efeito desfocado apresenta bons resultados nas duas câmaras.
O Huawei Mate 20 Lite já está oficialmente disponível em Portugal, com um preço a rondar os 400€. Ainda se encontra em fase de pré-venda (a terminar hoje), podendo aproveitar a oferta dos Active Noise Canceling Earphones 3.
Caso tenha alguma dúvida em relação ao Mate 20 lite, deixe a questão nos comentários, que todas as questões serão respondidas no próximo vídeo.
O Pplware agradece à Huawei a cedência do Huawei Mate 20 lite para análise.