Pplware

Análise: Xiaomi Redmi Pro

A Xiaomi apresentou, recentemente, o flagship da linha Redmi, que promete oferecer um desempenho de topo a um preço reduzido.

Durante as últimas semanas testámos o Redmi Pro e hoje apresentamos a nossa análise pormenorizada deste fantástico smartphone.

1 – Características gerais

O Redmi Pro é um auto-denominado flagship que vem equipado com um ecrã OLED 2.5D de 5.5″ FHD (1920 x 1080 píxeis), suportado por um processador deca-core Mediatek X20 ou X25, um GPU Mali-T880 MP4, 3/4 GB de RAM e um armazenamento interno de 32, 64 ou 128 GB, expansível através de cartão microSD. De notar que o modelo em análise é o de 3 GB de RAM e 32 GB de armazenamento interno.

Vem equipado com Android 6.0.1 (Marshmallow), personalizado com a interface MIUI.

Para fotografia conta com uma câmara principal dupla de 13 MP + 5 MP com PDAF e flash duplo LED e uma câmara frontal de 5 MP. Conta ainda com um sensor de impressões digitais frontal no botão Home, uma bateria de 4050 mAh, LTE e VoLTE.

Vídeo do Unboxing

Assista ao unboxing através do YouTube.

Especificações completas

  • Ecrã
    • OLED 2.5D 5.5″ (1980 x 1080 píxeis), densidade ~403 ppi
  • Processador
    • Mediatek X20/X25
    • Mali-T880 MP4
  • Rede
    • GSM/HSPA/LTE
  • Sistema operativo
    • Android 6.0(Marshmallow)
  • Memória
    • 32, 64 ou 128 GB com expansão por microSD e 3/4 GB de RAM
  • Câmara
    • Principal (Traseira): Câmara dupla 13 MP + 5 MP
    • Secundária (Frontal): 5 MP
  • Dimensão e peso
    • 151,5 x 76,2 x 8,2 mm, 174 g
  • Conectividade
    • Wi-Fi 802.11 b/g/n
    • GPS com A-GPS e GLONASS
    • Bluetooth 4.2 (BLE)
    • USB tipo-C
  • Bateria
    • Li-Ion 4050 mAh não removível

 

2 – Hardware e Design

No início da linha Redmi, todos os modelos eram construídos em plástico. Mais recentemente, com o lançamento do Redmi Note 3, a Xiaomi começou a apostar em melhores materiais de construção, começando a incluir o alumínio nestes modelos.

Um dos principais destaques que temos de referir na análise ao Redmi Pro é, sem dúvida, o seu design e a sua qualidade de construção onde se nota uma grande influência das linhas já observadas no Mi5. A evolução do Redmi Note 3 (meu smartphone pessoal) para este modelo é bastante significativa, permitindo que o Redmi Pro tenha um aspecto premium, mais sólido e mais elegante.

No painel frontal, o Redmi Pro possuí um ecrã 2,5D de 5,5″ FHD que ocupa cerca de 72% do painel. Na parte inferior encontra-se o botão Home, onde está inserido o sensor de impressões digitais, e na parte superior e os tradicionais sensores de proximidade e luminosidade, o LED de notificações, o auscultador e a câmara frontal de 5 MP.

No friso lateral podemos encontrar, do lado esquerdo, o slot híbrido onde é possível colocar dois cartões SIM ou um cartão SIM e um cartão de memória microSD e do lado direito os botões para regular o volume e o botão de bloquear ou desbloquear.

Em baixo está localizado um altifalante, um microfone e uma entrada USB Tipo-C. Em cima encontra-se o jack 3,5 mm, o sensor de infravermelhos e o segundo microfone.

Na parte traseira, destaca-se a presença de uma câmara dupla de 13 MP + 5 MP que aproveita a estrutura utilizada no Redmi Note 3, acrescentando uma segunda câmara no local do sensor de impressões digitais. Adicionalmente, podemos encontrar também o logo da Xiaomi e o duplo flash LED.

 

3 – O que torna o Redmi Pro num flagship?

Processador Mediatek X20/X25

Em 2015, a Mediatek obteve bons resultados com o lançamento do seu SoC Helio X10, sendo este capaz de oferecer um bom desempenho a um preço relativamente baixo. Este ano, a marca chinesa apresentou o Helio X20, um processador que quase duplicou as pontuações em benchmark face ao seu antecessor e que se figurou como o SoC de topo da Mediatek para este ano.

Embora o modelo base do Redmi Pro venha equipado com este SoC, as versões com maior armazenamento vêm equipadas com uma edição especial deste SoC, o X25, que veio aumentar ainda mais o desempenho, para valores ligeiramente melhores face ao modelo normal.

Com a utilização deste SoC, o Redmi Pro oferece um desempenho fluído e sem quebras de desempenho, que o transforma num bom companheiro diário para os mais exigentes.

Construção premium

Se existe um ponto onde este modelo se destaca é na sua qualidade de construção. Ao longo do tempo, a gama Redmi tem evoluído a sua qualidade de construção, tendo atingido o pico neste novo modelo.

Embora a utilização do alumínio na construção de smartphones desta gama tenha sido inserida no lançamento do Redmi Note 3, nota-se uma clara evolução nos materiais usados, tendo este novo modelo uma construção mais sólida, mais agradável à mão e mais premium, fazendo lembrar um pouco o Mi5.

Ecrã OLED

O Redmi Pro é o primeiro modelo da Xiaomi a vir equipado com um ecrã OLED. Este ecrã permite bons ângulos de visão e uma boa qualidade de imagem, onde se destacam a vivacidade das cores e o seu bom contraste.

 

4 – Interface e desempenho

Como é normal na Xiaomi, o Redmi Pro vem pré-instalado de fábrica com a interface MIUI 7.3 China Stable baseada em Android 6.0. Logo após o iniciar do telemóvel estava já disponível a actualização para a nova versão MIUI 8. Sendo a versão 7.3 a ROM que acompanhou o lançamento deste modelo, continha alguns bugs que influenciavam o desempenho. Ao instar a MIUI notou-se uma melhoria significativa, tendo o AnTuTu sofrido uma evolução de 10 mil pontos.

Estando equipado com a versão estável chinesa da MIUI 8, o Redmi Pro apenas possuí a linguagem chinesa e inglesa, o que poderá ser um grande entrave para alguns utilizadores. Como aconteceu com a versão Mediatek do Redmi Note 3, este modelo deverá ser vendido em exclusivo no mercado chinês, não sendo esperado que seja disponibilizada uma ROM global. Para aqueles que pretendem a língua portuguesa, o utilizador pode instalar uma das muitas ROMs criadas pela grande comunidade Xiaomi espalhada pelo mundo, às quais são acrescentadas várias línguas como o português.

Outro dos problemas por ser utilizada a ROM chinesa, é a falta da Play Store como aplicação de fábrica. Embora o Redmi Pro venha configurado da loja com Play Store, ao mínimo restauro de fábrica, esta irá desaparecer.

Para a instalação dos serviços da Play Store é apenas necessário descarregar a app Google installer da mi app store, instalar e correr, como se de uma aplicação normal se tratasse. Esta aplicação irá instalar automaticamente tudo o que necessita para ter a Play Store a funcionar.

Embora muitos dos problemas de desempenho tenham sido resolvidos com a actualização para a MIUI 8, ainda existem uns quantos erros a resolver, contudo, tendo em consideração a política de actualizações da Xiaomi esses problemas deverão ser dissipados muito em breve.

Para os fãs de benchmarks, o Redmi Pro registou 87975 pontos no AnTuTu 6.2.1, 1544 pontos no teste de single-core e 4307 pontos no teste multi-core do geekbench. Comparativamente ao Redmi Note 3, verifica-se uma evolução bastante significativa, com este último modelo a registar 49046 pontos no AnTuTu, e 765 pontos no teste single-core e 2173 pontos no teste multi-core do Geekbench.

Um dos grandes problemas do Redmi Note 3 é o excessivo aquecimento que atinge durante uma utilização normal. Ao contrário do seu “primo”, o Redmi Pro consegue manter uma temperatura mais baixa.

Já na questão do desempenho, reparei que se fizer dois ou mais testes de AnTuTu seguidos, com o aumento da temperatura do telemóvel a pontuação do teste vai baixando, podendo haver aqui alguma influência de throttling.

Mi Mover

Para aqueles que já possuam um smartphone Xiaomi, existe uma ferramenta fantástica que permite a migração de todos os dados e definições entre o seu Xiaomi antigo e o novo.

Dado que vinha de um Redmi Note 3, ao iniciar o Redmi Pro, a primeira ferramenta que utilizei foi o Mi Mover. Através de um processo de configuração simples, onde é estabelecida uma ligação entre ambos os modelos e são analisados os dados presentes no smartphone antigo. Após esta análise, é dada a hipótese de escolher quais os dados, programas, definições e outros elementos do backup que pretendemos transferir e a aplicação encarrega-se de configurar o novo modelo tal e qual como estava o antigo, incluindo a organização dos homescreen.

5 – Câmaras

Um dos grandes destaques deste modelo é sem dúvida a incorporação de uma câmara dupla na traseira do smartphone, característica que começa a ser uma presença habitual nos novos modelos de topo a nível global.

Esta câmara dupla é composta por uma câmara principal de 13 MP com sensor Sony IMX 258 e uma câmara secundária de 5 MP com sensor Samsung que serve para trabalhar a profundidade das fotografias. Numa utilização normal do Redmi Pro para fotografia é usada apenas a câmara principal, sendo preciso activar um modo específico para utilizar todas as potencialidades das duas câmaras.

Câmara dupla

Com uso da câmara dupla do Xiaomi é possível jogar com a profundidade nas fotografias. Para activar este modo é necessário abrir a câmara e carregar no ícone que se encontra acima dos botões de escolha de modos de fotografia e de tirar fotografia. Após activar esta opção, irá surgir um novo menu onde será possível escolher a abertura de lente que queremos, entre F0.95 e F5.6, originando diferentes níveis de desfoque.

O efeito aplicado neste modo parece, por vezes, muito artificial, notando-se bem a zona de corte entre a parte focada e desfocada da imagem.

De seguida são apresentados alguns exemplos de fotos captadas com este modo:

Um pormenor introduzido pela Xiaomi para as fotografias tiradas neste modo é a visualização 3D. Esta opção poderá ser encontrada na galeria nas fotos tiradas no modo de câmara dupla, introduzindo um efeito de movimento controlado pelos sensores do smartphone, como se pode ver no seguinte vídeo:

Esta opção, embora não encontre uma utilização prática para ela, acaba por ser engraçada, nem que seja para mostrar aos amigos.

Modo de fotografia normal

Para o modo normal de fotografia, o Redmi Pro utiliza a câmara principal de 13 MP com sensor Sony IMX 258.

Neste modo de fotografia estão disponíveis vários tipos de opções como panorama, manual, modo nocturno, temporizador, modo beleza, entre outros.

No desempenho em fotografia, o Redmi Pro mostrou-se um fiel companheiro para fotografias durante o dia com boa iluminação, conseguindo captar muito bem as cores e com um bom foco e boa definição. Quando passamos para fotografias com pouca luz, nota-se alguma fragilidade nesta câmara, embora tenha um desempenho bastante aceitável.

Deixo alguns exemplos de imagens capturadas com este modelo em vários ambientes:

Download de fotos originais

Xiaomi Redmi Pro vs Samsung S7

Durante o período de testes, tive a oportunidade de fazer uma pequena comparação entre a câmara do Redmi Pro e do Samsung S7 de forma a perceber se existem grandes diferenças entre elas. Embora a câmara do Samsung seja claramente superior, especialmente na captação de cor, a câmara do Redmi Pro mostra as suas qualidades, não se deixando ficar muito para trás nesta comparação.

Gravação de vídeo

Na questão de gravação de vídeo, o Redmi Pro dispõe das opções de gravação de video normal com resolução máxima Full HD (1920×1080), gravação em câmara lenta e gravação em intervalo de tempo.

A gravação oferece uma boa qualidade de imagem, uma boa captação de cores e uma boa adaptabilidade às diferentes condições de luz.

Algo que notei em comparação com o Honor 8 é que tanto em modo vídeo como em modo fotografia, especialmente em ambientes com menos luz solar ao fim do dia, o Xiaomi apresenta uma imagem mais escurecida, não conseguindo fazer um aproveitamento tão bom da luz disponível.

De seguida, deixo um exemplo de uma pequena gravação feita em Full HD que poderá ser descarregada com qualidade original aqui.

6 – Autonomia

Um dos pontos negativos que é apontado várias vezes aos smartphones equipados com SoC Mediatek é a sua má autonomia. No Redmi Pro, a bateria aguenta-se perto de um dia inteiro, para uma utilização moderada de Internet, redes sociais, e-mail, mensagens e chamadas com os dados activos e modo equilibrado activo.

Em relação às horas de ecrã activo, este modelo da marca chinesa registou sempre valores entre as 4 e 5 horas, sendo considerado um desempenho bastante satisfatório.

Para carregar a bateria de 4000 mAh do Redmi Pro, são necessárias cerca de 2 horas de carregamento, embora possua tecnologia de carregamento rápido que permite carregar um carregamento inicial mais rápido permitindo um uso prolongado com pouco tempo de utilização.

7 – Veredicto

Quando a Xiaomi lançou a gama Redmi, desenhou-a para receber os modelos mais económicos da marca chinesa. Mas, com os sucessivos sucessos de vendas destes modelos, esta gama tem ganho algum destaque na estratégia da Xiaomi, levando a que a Xiaomi tivesse lançado o Redmi Pro, um auto-denominado flagship que alia a sua grande qualidade de construção ao seu bom desempenho.

Para o lançamento deste modelo, a Xiaomi decidiu incluir algumas novidades como o ecrã OLED e a câmara dupla, duas características que ainda não existiam na gama de produtos da Xiaomi, assim como uma qualidade de construção bem acima da média.

A nível de desempenho, o Redmi Pro nunca se recusou a correr qualquer aplicação, fazendo-o sempre de modo suave e sem qualquer lag. Como foi referido anteriormente, o aquecimento é muito inferior ao que era sentido no Redmi Note 3 equipado com o SoC Helio X10. Embora não influencie na utilização normal no dia-a-dia nem em jogos, ao fazer vários testes de AnTuTu seguidos, parece haver algum throttling à medida que o smartphone vai aquecendo.

Na parte fotográfica, a câmara dupla é um dos grandes chamariz deste modelo. Embora o resultado final da fotografia seja bastante positivo, nota-se que ainda existem alguns pontos a afinar, uma vez que existem fotos onde o desfoque parece muito artificial. A possibilidade de editar a intensidade e a posição da focagem na galeria é uma grande vantagem, assim como a opção do efeito 3D, embora, na minha opinião, careça de uma utilidade prática, acaba por ser um efeito muito original.

A nível de autonomia, a bateria aguenta praticamente um dia numa utilização moderada de navegação web, redes sociais, chamadas, mensagens e um ou outro jogo. Caso a bateria não aguente o dia todo, o carregamento rápido também garante que com poucos minutos de carga se consiga repor uma parte significativa da bateria.

Como ponto negativo, destaco a falta do idioma português na ROM oficial, a falta da banda 20 de LTE que impossibilita a utilização do 4G fora dos grandes centros populacionais e o facto da ROM oficial ainda precisar de algumas melhorias a nível de desempenho, que deverá ficar resolvido com as próximas actualizações.

Para concluir, este é um verdadeiro flagship dentro da gama onde se insere, notando-se uma grande evolução face aos antigos Redmi, especialmente na qualidade de construção que oferece.

O Redmi Pro pode ser adquirido na HonorBuy por cerca de 180€, com envio a partir de armazém europeu, evitando qualquer custo alfandegário. Está disponível um vale de desconto de 5€ que pode ser usado na compra, sendo apenas necessário inserir o código “PPLWARE”.

O Pplware agradece à HonorBuy a cedência do Xiaomi Redmi Pro para análise.

Xiaomi Redmi Pro

Exit mobile version