Pplware

Análise Huawei P40 Lite – O ataque à gama média sem Play Store

A Huawei apresentou-nos este ano o Huawei P40 Lite, uma das suas apostas para tentar conquistar o mercado de gama média de smartphones Android.

Nos últimos dias analisámos este equipamento e contamos agora como foi a nossa experiência.


A Huawei segue com força no mercado dos smartphones, estando a preparar-se para lançar a série P40 já no próximo dia 26 de março.

Se todos conhecemos modelos como o P30 ou o Mate 30 que se destacam na gama alta, a verdade é que a marca chinesa também tem bastante mercado na gama média. Certamente muitos se lembram do P8 Lite, que se tornou um dos modelos mais vendidos e conhecidos da Huawei no nosso país e que, ano após ano, tem sido renovado.

Para este ano, a Huawei lançou o P40 Lite, um modelo redesenhado com as novas tendências do mercado. No entanto, tendo em conta as divergências que a marca chinesa mantém com o governo americano, este é também o primeiro modelo de gama média lançado sem os serviços da Google. É possível sobreviver sem a Play Store? Vamos descobrir.

Características gerais do Huawei P40 Lite

Este novo smartphone chega-nos então com um ecrã IPS LCD de 6,4″ com rácio 19.5:9 e resolução FullHD+ (2310×1080 pixeis). A acompanhar teremos um processador Kirin 810, com construção em 7nm, e uma GPU Mali G52.

Ao nível de RAM e ROM irá existir apenas uma opção, estando disponível com 6 Gb + 128 Gb, podendo ser ampliada com um cartão NMCard até 256 Gb.

Para fotografia contamos com um conjunto de quatro câmaras liderado por um sensor de 48 MP com abertura f/1.8 e lente grande angular. A este soma-se um sensor com 8 MP com abertura f/2.4 e lente super grande angular, um sensor de 2 MP com abertura f/2.4 e lente bokeh e, por fim, um sensor de 2 MP com abertura f/2.4 com lente de macro. Já a câmara frontal está inserida no ecrã, ao estilo Punch-hole, com 16 MP e abertura f/2.0.

Ao nível de bateria encontramos uma capacidade de 4200 mAh com carregamento rápido de 40W. Além disso, contaremos também com 4G, WiFi 5, Bluetooth 5.0, GPS, USB Tipo C e jack 3,5mm. O leitor de impressões digitais encontra-se na lateral do equipamento e em relação ao software teremos a EMUI 10, baseada em Android 10.

O P40 Lite será comercializado nas cores Midnight Black, Crush Green e Sakura Pink.

Especificações completas

Ecrã
  • 6,4″ IPS LCD (1080 x 2310 píxeis), densidade ~398 ppp
  • Protecção Corning Gorilla Glass 5
Processador
  • HiSilicon Kirin 810 Octa-core (2×2.27 GHz Cortex-A76 e 6×1.88 GHz Cortex-A55)
  • GPU: Mali-G52 MP6
Rede
  • GSM/HSPA/LTE
Sistema Operativo
  • Android 10 com interface EMUI 10
Memória
  • 128 GB de armazenamento interno com expansão até 256 GB por cartão NM e 6 GB RAM
Câmara
  • Principal (traseira): Quadcamera 48 MP f/1.8 Wide Angle+ 8 MP f/2.4 Ultra Wide Angle + 2 MP f/2.4 Bokeh + 2 MP f/2.4 Macro
  • Secundária (frontal): 16 MP f/2.0
Vídeo
  • Gravação: 1080@30fps
Dimensões e peso
  • 159.2 x 76.3 x 8.7 mm, 183 g
Conectividade
  • Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac
  • GPS, A-GPS, GLONASS, GALILEO, BDS, QZSS
  • Bluetooth 5.0
  • USB v2.0 Type-C 1.0
  • NFC
Bateria
  • Li-Po 4200 mAh, não removível com carregamento rápido de 40W
Cores
  • Midnight Black, Crush Green e Sakura Pink
Preço:
  • Preço: 329€ (PVP recomendado para Portugal)

Na caixa

Um equipamento de gama média com aspeto renovado

Com o P40 Lite, a Huawei renovou um pouco o aspeto desta gama, dando-lhe um ar um pouco mais premium. Na traseira introduziu um conjunto de 4 câmaras com uma ligeira saliência, que passaram a coabitar na traseira apenas com o logo da marca. O sensor de impressões digitais, que sempre foi colocado na parte traseira, passou para a lateral do equipamento, um local que pessoalmente gosto bastante, mas que apenas deve dar jeito para destros.

Ao nível de construção encontramos um equipamento robusto, com vidro na frente, um plástico premium na traseira que aparenta ser vidro e um plástico nas laterais que aparenta ser alumínio. Ao nível de dimensões, não estão de todo exageradas, uma vez que assenta bem na mão e é fácil de manusear. No entanto, os 8,7 mm de espessura podem ser considerados um pouco exagerados, embora a curvatura da traseira ajude a diminuir o impacto no manuseamento.

O som da coluna tem boa qualidade e o volume é também ele bem nivelado apresentando um bom desempenho tanto a ouvir um vídeo no Youtube, como a jogar ou em chamada. Como apenas temos uma coluna na base, é importante ter cuidado para não a abafar.

Na frente temos então um ecrã de 6,4″ LCD IPS com câmara recortada no ecrã em Punch-Hole. Em cima, aproveitando uma fina moldura, encontramos o auscultador e, em baixo, encontramos uma moldura algo maior, mas sem a presença do logo da marca que passou para trás.

No topo localiza-se apenas um microfone, enquanto na base está o conector USB tipo-C, a coluna, o jack 3,5mm e outro microfone.

Na lateral esquerda está localizado o slot para dois cartões microSIM, caso queira utilizar em modo Dual Sim, podendo optar também por utilizar 1 cartão microSIM mais um cartão NM. Na lateral direita estão os botões de controlo de volume e o botão de ligar/desligar que integra o sensor de impressões digitais.

Por fim, na traseira encontramos o sistema de câmara quádrupla, colocado num espaço com uma ligeira saliência, e o flash LED.

Huawei P40 Lite – O ataque à gama média sem Play Store

O Huawei P40 Lite é a grande aposta da Huawei para a gama média. Neste equipamento encontramos argumentos de peso para competir com a concorrência desta gama, embora parta com uma desvantagem. O não suporte da loja de aplicações da Google poderá ser um problema, que a marca tenta ultrapassar com a sua própria loja de aplicações e com a sua app de backups.

Interface EMUI 10

Como já é habito nos equipamentos da Huawei, o P40 Lite traz Android 10 com uma interface costumizada pela marca, a EMUI 10.

Aqui encontramos um sistema bonito e fácil de utilizar, com bastantes opções costumizáveis para o utilizador adaptar a sua experiência. Ao iniciar a primeira vez, iremos correr a tradicional área de configuração inicial, sem que em ponto algum seja pedida a conta Google, uma vez que este smartphone não integra os serviços e aplicações da empresa americana.

Ao entrar no smartphone, encontramos um ecrã inicial populado com todas as apps, divididas por separadores e pastas. Caso prefira ter tudo guardado numa única zona, é possível ativar a gaveta de aplicações.

No separador mais à esquerda, poderemos encontrar o Huawei Assistant, uma zona personalizada para o utilizador com atalhos, notícias, informações, o número de passos, uma zona de pesquisa e outros módulos que poderão ser definidos para acesso rápido.

Para o dia-a-dia, a Huawei disponibiliza várias aplicações (calendário, música, gestor de ficheiros, temas, saúde, etc) que diminuem a necessidade de aplicações de terceiros. Além disso, destacamos a aplicação Suporte, onde é possível relatar problemas, efetuar diagnósticos e pedir assistência técnica. Encontramos também a aplicação Gestor que permite otimizar ou limpar o sistema, gerir a utilização da ligação de dados, aceder ao antivirus, entre outras ferramentas.

Nas definições, além das opções tradicionais, podemos ainda encontrar as seguintes opções:

A experiência de utilização sem Play Store

Este é possivelmente o ponto mais negativo deste equipamento. Fruto de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a Huawei foi alvo de um bloqueio comercial que limita bastante a sua interação com as empresas americanas.

Tal como já aconteceu com o Mate 30, este novo P40 Lite não traz serviços da Google, ou seja, não inclui nenhuma aplicação da gigante americana (Play Store, Gmail, Chome, Play Jogos, Photos, Drive, etc).

Tendo em conta que sempre nos habituámos a associar o Android a todo o ecossistema Google, este é um grande desafio que a Huawei vai enfrentar no mercado. Para tentar resolver este problema, a marca chinesa tem investido forte no desenvolvimento da sua loja de aplicações, que já conta com várias das principais aplicações internacionais e portuguesas.

No entanto, para aqueles que estão a pensar comprar este equipamento, a verdade é que é fácil manter praticamente todas as aplicações que estão acostumados a usar, mesmo que estas não estejam na loja de aplicações.

Phone Clone

Depois da configuração inicial do smartphone, a primeira coisa que fiz foi abrir o Phone Clone. Esta é uma aplicação da Huawei que vem integrada no sistema e que permite passar todo o conteúdo do smartphone antigo para o novo.

Ao utilizar esta função, também as aplicações que tem instaladas no seu equipamento anterior (com exceção das aplicações Google) serão transferidas para o novo, quer existam na loja de aplicações da Huawei ou não.

Deste modo terá praticamente todas as aplicações que tinha anteriormente, sem necessidade de andar a procurar noutros sítios. No entanto, surge um problema. Se a aplicação não existir oficialmente na AppGallery, não poderá atualizar nenhuma delas, a não ser que o faça manualmente descarregando o apk de fontes externas.

AppGallery – Uma loja de aplicações em crescimento

Já muito temos falado sobre o esforço que a Huawei tem aplicado para melhorar a sua loja de aplicações. Além de procurar reunir algumas das aplicações principais tem também tido o cuidado de tentar incluir as aplicações mais importantes de cada país.

Embora já se notem alguns nomes mais conhecidos nesta loja, a verdade é que ainda falta um pouco para conseguir ser uma real e completa alternativa à loja da Google. No entanto, destacamos aqui alguns dos nomes que já podemos encontrar na AppGallery:

Aplicações presentes na AppGallery

  • Peoople
  • TikTok
  • Joom
  • Telegram
  • Alibaba
  • Maps.me
  • Clean Master
  • VIMAGE
  • Microsoft Office
  • MX Player
  • TheFork
  • Truecaller
  • Kodi
  • Banggood
  • Sygic
  • Amazon Shopping
  • Booking.com
  • AccuWeather
  • FlashScore
  • Canva
  • WeChat
  • Ryanair
  • Zara
  • Samsung Health
  • Trivago
  • Blue Mail
  • Retrica
  • Opera Mini
  • 365Scores
  • TeamViewer
  • AnyDesk
  • WPS Office
  • ES Files Explorer
  • Sofascore
  • Tidal
  • UEFA Champions League
  • UEFA Europa League
  • Fortnite
  • Asphalt 9
  • Deezer
  • Toilet Time
  • Cut the rope
  • Entre outras

Além disso, como referimos, estão também presentes várias aplicações específicas do mercado português:

Aplicações portuguesas na AppGallery

  • Telepizza
  • AUTODOC
  • Correio da manhã
  • Autenticação GOV
  • RTP Play
  • TVI24
  • Meo Go
  • KuantoKusta
  • RFM
  • OLX
  • Sic Notícias
  • Mega Hits
  • TVI Player
  • Fogos.pt
  • Sapo
  • My Meo
  • RTP Notícias
  • Record
  • Meo Cloud
  • Carris
  • H3
  • Renascença
  • Expresso
  • Sapo Tempo
  • Sapo Desporto
  • TVI
  • Maisfutebol
  • Sapo 24
  • Moovit
  • Rádio Comercial
  • Entre outras

Alternativas às Google App

De forma a tentar contornar a necessidade das Google Apps, a Huawei tem feito um grande esforço para lançar alternativas. Assim, podemos encontrar no ecossistema da Huawei a loja de aplicações AppGallery, a app email, a app de calendário ou o browser.

Pelo que se sabe, a marca chinesa está também a preparar outras novidades, como é o caso da aplicação de mapas em conjunto com a TomTom.

De qualquer forma, para quem é fã das aplicações da Google, existem várias que podem continuar a utilizar. O Google Chrome continua a funcionar, permitindo fazer login na conta Google, assim como o Google Maps, embora esta sem ser possível fazer login na conta Google.

Já o Google Photos funciona apenas como galeria, não permitindo aceder a fotos da conta Google ou fazer backup.

Outras aplicações como é o caso do Google Drive, do Youtube ou do Google Play Jogos não funcionam, uma vez que obrigam à instalação dos serviços da Google. Como alternativa para o Google Drive e o Youtube, pode aceder através do browser e criar um atalho direto para a página utilizando o Chrome.

Instalação de aplicações por fontes externas

De forma a poder obter mais aplicações para além das disponíveis na AppGallery pode utilizar também outras lojas, como é o caso da Amazon Store ou da Aptoide. Em alternativa pode também descarregar os APK, por sua conta e risco, e tentar instalar.

Foi através deste último método que instalei algumas aplicações, como é o caso da Netflix, que funcionou sem problemas.

E se quiser ter os serviços da Google e a Play Store, é possível?

Embora não seja um procedimento oficial, sim é possível. Nós já explicámos como o pode fazer num artigo, que poderá consultar no link abaixo.

Testes de Desempenho

O Huawei P40 Lite vem equipado com um processador Kirin 810, com construção em 7nm, e uma GPU Mali G52. Além disso, traz também 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno.

Na experiência de dia-a-dia, não notei qualquer dificuldade do equipamento em desempenhar qualquer função, quer seja em navegação ou a jogar. O Kirin 810 mostrou-se bastante competente e adaptado às diversas exigências que lhe coloquei. Acredito assim que este processador será suficiente para grande parte dos utilizadores.

A nível de bechmark, foram obtidos os seguintes resultados:

Câmaras

No Huawei P40 Lite podemos encontrar um sistema de quatro câmaras disposto em quadrado. Na câmara principal encontramos um sensor de 48 MP com abertura f/1.8 e lente grande angular. A este soma-se um sensor com 8 MP com abertura f/2.4 e lente super grande angular, um sensor de 2 MP com abertura f/2.4 e lente bokeh e, por fim, um sensor de 2 MP com abertura f/2.4 com lente de macro.

A nível de software, encontramos uma aplicação muito similar ao que a marca já nos habitou. Ao abrir a aplicação, encontramos diversos modos de fotografia que podem ser selecionados através de uma barra colocada acima do botão para tirar fotografias, além de outros incluídos dentro da opção mais. Estes são os modos que se podem encontrar neste equipamento:

Além destes modos de fotografia, surgem ainda outras opções. Falamos do tradicional modo beleza, da opção de inteligência artificial que escolhe automaticamente o modo de fotografia mais indicado e o AI Lens que permite pesquisar objetos para compra online.

Quando iniciamos a câmara esta abre no modo fotografia, que se pode considerar como o modo principal. Ao aceder às definições, podemos perceber que por predefinição e de forma recomendada as fotografias são captadas com 12 MP. No entanto, há também a possibilidade de captar imagens a 48 MP e a 48 MI modo ultraclaridade AI.

A nível de fotografia, podemos ver que a qualidade final não está ao nível de um topo de gama, mas que para a gama onde se insere é bastante aceitável. Nota-se que em alguns cenários o software força demasiado a adaptação à luminosidade quando estamos para captar a imagem. No entanto, visto como estamos com uma versão inicial deste modelo, pode ser resolvido posteriormente com uma atualização.

Deixamos algumas imagens captadas em modo normal:

Mudando as configurações para 48 MP, obtemos as seguintes fotografias:

Em modo ecrã completo, diminui a resolução para 7 MP:

Em algumas fotos nota-se uma nitidez demasiado puxada. Em modo fotografia, embora supostamente não haja ação do HDR, parece que o próprio sistema utilizou um pouco dessa tecnologia:

Na configuração de câmaras do P40 Lite, podemos encontrar duas lentes específicas de grande angular, mas nenhuma para telefoto. Assim, é fácil de verificar que conseguimos tirar fotografias com um ângulo mais abrangente, no entanto o zoom é projudicado dado que será totalmente digital (6x). Deixamos abaixo a comparação entre uma foto normal, a mesma foto em grande angular e outra com zoom.

Deixamos mais alguns exemplos de imagens em grande angular quer de dia como de noite. No caso das fotografias noturnas, nota-se uma cor mais esbatida em comparação com a câmara principal:

Ficam aqui também alguns exemplos de imagens captadas com zoom digital, onde claramente se nota uma grande perda de qualidade:

No modo Supermacro, podemos obter boas imagens de pormenores, com o sistema a recomendar colocar o smartphone a uma distância de 4cm do objeto:

Outra opção que encontramos é o modo retrato, que consegue aplicar o desfoque sem grande problema e sem grandes falhas. De noite, como é de esperar, o resultado não é tão bom, mas consegue resultados satisfatórios:

Já o modo noite surge como uma grande aposta da Huawei neste equipamento. Este modo obriga ao máximo de estabilização possível, mas oferece uma boa qualidade quando captamos imagens com pouca luz:

No modo realidade aumentada, o sistema reconhece caras de pessoas, quer seja com a câmara frontal ou traseira, e permite aplicar efeitos ou simular emojis 3D:

Por fim, no modo vídeo, apenas podemos captar a 1080p 30fps, algo que acaba por desapontar. Embora não seja algo que todos os utilizadores usem, esperava-se pelo menos a captação em 4K. Além disso, também não está disponível nenhum tipo de estabilização.

Bateria e carregamento rápido

Um dos grandes destaques deste equipamento é, sem dúvida, o carregamento rápido de 40W que acompanha os 4200 mAh.

Se a bateria já permite uma utilização despreocupada durante o dia, em caso de falta de bateria, rapidamente esta é reposta.

Segundo a marca, o Huawei P40 Lite carrega em 30 minutos 70% da sua bateria. Como este era um valor bastante ambicioso, decidimos colocar à prova para nos certificar se era real. Assim, no nosso teste de carregamento, obtivemos em 30 minutos um carregamento de 1% a 72%, comprovando-se totalmente os valores apontados. A bateria foi totalmente carregada em cerca de 54 minutos.

Tendo em conta a gama onde se insere, este é sem dúvida um dos seus grandes argumentos.

Conclusões sobre a utilização do P40 Lite

Com o lançamento do Huawei P40 Lite, foi imposto um grande desafio à marca chinesa. Além de conseguir lançar um concorrente à altura da exigente concorrência que marcas como a Xiaomi estão a oferecer na gama média, tinha de ultrapassar a dificuldade de não ter a loja de aplicações da Google e as aplicações da gigante americana.

A nível do smartphone, podemos encontrar aqui um equipamento muito interessante. O preço baixou face aos seus antecessores, fixando-se agora nos 329€, e apresenta uma oferta sólida, com excelente construção, excelente desempenho e umas câmaras boas para a gama onde se insere (embora ainda careçam de alguns ajustes no software). O sensor de impressões digitais está, para mim, numa das melhores localizações, a lateral do smartphone, embora não seja o melhor local para canhotos. Além disso, a juntar a uma bateria que possuí uma boa autonomia, incluí a opção de carregamento rápido a 40W, garantindo 70% da bateria em apenas 30 minutos.

Por outro lado temos a questão do software. A EMUI oferece-nos a estabilidade que nos habituou e com uma interface, que embora não seja do agrado de todos, tem um aspeto apelativo, simples e costumizável, além de se basear no Android 10. No entanto, a grande mancha deste equipamento prende-se na ausência dos serviços e aplicações da Google. Embora a Huawei tenha já uma loja recheada de várias aplicações e tenha implementado estratégias para que o utilizador tenha acesso às aplicações a que está habituado, pode não ser suficiente para grande parte dos utilizadores. As aplicações da Google já estão bastante enraizadas e, embora seja possível instalá-las não oficialmente, alguns utilizadores poderão não querer ter esse trabalho.

No entanto, é importante referir que na minha utilização consegui rapidamente configurar a maior parte das aplicações que eu queria, quer pela loja oficial, pelo Phone Clone ou por fontes externas.

Para o sucesso deste equipamento, resta ver como será a reação das pessoas a este nova realidade e como irá a Huawei evoluir a sua loja de aplicações. Existe também a possibilidade de a guerra comercial ficar resolvida num curto espaço de tempo, permitindo à marca chinesa voltar a utilizar os serviços e aplicações da Google.

Exit mobile version