Pplware

Análise auscultadores Sony LinkBuds WF-L900

Quando conhecemos os auscultadores Sony LinkBuds, pareceram ser, de imediato, o produto de áudio mais exclusivo lançado até agora. Em grande parte, esta distinção deve-se ao seu design e à nova filosofia de “encaixar na orelha”. Depois de os usarmos algum tempo, há coisas que adorámos, outras que gostamos menos, mas o saldo… bom, o saldo é positivo.

Depois de testarmos vários modelos Sony, há desde logo um pormenor a reter mal se abre a caixa: finalmente os auscultadores têm um nome que não parece uma palavra-passe. Mas agora vamos ao resto e que é interessante de se conhecer.


Conforme sabem os nossos leitores, temos hábito de expor os auscultadores a alguns testes que nos mostram o valor dos equipamentos naquilo que mais importa. Estes não são diferentes e, portanto, usámos, abusámos e o saldo é positivo, mas… sim, têm vários “mas”!

Nestes últimos anos, deixámos aqui no Pplware análises a excelentes produtos da Sony. Relembro, por exemplo, os WH-1000XM3, os WF-1000XM3, os WF-XB700, ou mesmo os WF-1000XM4. São 4 de diferentes categorias com evoluções tecnologias que servem para prender ao conceito o utilizador que gosta da marca e, sobretudo, que quer pagar para ter qualidade.

Especificações

  • Tamanho e peso: Aprox. 4,1 g x 2
  • Tipo de auscultadores: Aberto, Dinâmico
  • Magnetos: Magnetos de neodímio de alta capacidade
  • Resposta de frequência (comunicação bluetooth): 20 Hz – 20 000 Hz (amostragem de 44,1 kHz)
  • À prova de água: Sim (IPX4)
  • Dsee: Sim
  • Bateria:
    • Tempo de carregamento: Aprox. 1,5 horas
    • Duração (tempo de reprodução contínua de música): Máx. 5,5 horas
    • Autonomia (tempo de comunicação contínua): Máx. 2,5 horas
    • Duração da bateria (tempo de espera): 11 horas
  • Especificação Bluetooth: Versão 5.2
  • Perfil: A2DP, AVRCP, HFP, HSP
  • Formatos de áudio compatíveis: SBC, AAC
  • Cancelamento de ruído: Não
  • Cores:
    • Preto
    • Prateado
  • Preço: 180 euros

Descobrir os auscultadores Sony LinkBuds WF-L900

Não há dúvidas que o mercado atual tem vários segmentos dentro de uma categoria: os earbuds. Há a entrada de gama, barata, simples, mas que a qualidade é como o preço, baixa. Depois há uma gama média que oferece já um som razoável, com um design a ir ao encontro de linhas populares, por vezes até com “inspiração” nas linhas de outras marcas. Já fornecem software e atraem um consumidor que quer áudio mais “casual”.

Depois há as marcas topo de gama, com produtos igualmente com qualidade superior, quer no som, quer nos materiais. Oferecem um excelente software de gestão das funcionalidades do produto e cobram-se bem por isso. É aqui neste patamar que se encaixa este produto na Sony.

Contudo, estes auscultadores destacam-se muito pela nova filosofia de usar na orelha. Depois de muitas horas a usufruir, é surpreendente como se torna normal usar os Sony LinkBuds, dado o seu aspeto estranho em comparação com outros verdadeiros auriculares sem fios.

Esta é uma abordagem bastante diferente de opções como o Sony WF-1000XM4, que selam o canal auditivo usando espuma ou pontas de silicone, ou os Apple AirPods 3, que não selam, mas ainda assim apresentam uma ponta dura para preencher todo o canal do ouvido.

Estes verdadeiros auriculares sem fios apresentam pontas em forma de anel, destinadas a aninhar-se suavemente nas curvas do seu ouvido, e embora possa levar um pouco de tentativa e erro, o resultado é bastante confortável.

Os Sony LinkBuds são de plástico, o que mantém leve na utilização – cada auscultador pesa apenas 4g. Os auriculares anelados são permanentes, o que pode parecer um problema, mas estes auriculares não se destinam a ficar encravados no seu canal auditivo. Pelo contrário, devem descansar nas dobras da sua orelha, e para facilitar, a Sony incluiu cinco tamanhos diferentes de anéis de silicone destacáveis (extra-pequeno, pequeno, médio, grande, e extra-grande).

É realmente importante encontrar o anel do tamanho certo. Demasiado pequena, e o auscultador estará solto o suficiente para cair. Um anel demasiado grande empurrará os auriculares para o ângulo errado, o que os fará cair, ou fará o áudio passar de forma menos clara e tornará a experiência muito desconfortante.

Basicamente, pretende-se um encaixe que seja confortável e seguro. A parte de trás do auricular fica mesmo contra o lado da orelha, deixando a parte do donut ligeiramente inclinada para longe do seu canal auditivo. Definitivamente, não tente encravá-lo, vai doer!

Como se controlam os Sony LinkBuds?

A utilização dos Sony LinkBuds é bastante convencional para um par de verdadeiros earbuds sem fios. Os auriculares apresentam lados sensíveis ao toque. Por defeito, tocando duas vezes fará uma pausa ou tocará o som que escolheu. Se der três toques, passará para a faixa seguinte. Estas ações, o utilizador poderá realizá-las mesmo sem a aplicação Sony Headphones Connect.

No entanto, embora os controlos sejam limitados, a sua utilização é confortável – se alguma vez tocou num verdadeiro auricular sem fios com pontas de silicone e achou desconfortável o efeito de sucção que o acompanha, saiba que não há nada disso aqui, e tocando nos auriculares também não os fará saltar da orelha.

O que é a área de toque ampla?

Os auscultadores LinkBuds também trazem suporte para um novo método de controlo que a Sony chama de área de toque ampla, e que vem ativa por predefinição. Bom, este é basicamente o mesmo método de controlo que o controlo regular de uma área de toque, mas que é no ouvido.

Vamos por partes. Se quisermos controlar algumas ações destes auscultadores, usamos a nossa pele, na área à frente do ouvido, como uma área de controlo. Os toques que damos na nossa própria pele são interpretados pela tecnologia existente nos LinkBuds e permitem, por exemplo, passar para a música seguinte.

Vejam este vídeo:

Caso não seja óbvio, vale a pena notar que este método de controlo também parece um pouco “estranho”. O utilizador poderá, em público, ficar um pouco inibido de estar a dar “toques” no corpo, mas a tecnologia é muito interessante e funciona com muita precisão.

Devemos descarregar a aplicação Sony Headphones Connect?

Não temos qualquer dúvida que é uma vantagem. Já noutras análises referimos que a Sony fez um excelente trabalho com esta aplicação. Assim, na nossa opinião, devemos definitivamente instalar a app Sony Headphones Connect se quiser obter o maior – ou mesmo o que alguns podem considerar o menor – resultado da utilização dos Sony LinkBuds.

A experiência de utilização dos auscultadores Sony Connect aqui é praticamente a mesma que com produtos como o Sony WH-1000XM4 ou o WF-1000XM4.Traz acesso a um EQ e atualizações de firmware, bem como à funcionalidade Sony 360 Reality Audio, que funciona bem, mas apenas alguns poucos serviços de streaming o suportam.

Esta semana instalámos uma versão (a 9.0.0.0 (542)), enviada pela Sony, ainda não disponível ao público, que a Sony diz trazer melhoramento da estabilidade da reprodução de música em condições específicas. Além disso, traz também melhorias da qualidade da voz durante as chamadas em condições específicas e ainda melhoria de outras funções.

Os Sony Headphones Connect também trazem um pouco de personalização aos controlos auriculares. Tudo ainda é gerido por dois ou três toques, mas pode definir cada auricular para um perfil de controlo individual, ganhando controlo sobre o volume, a capacidade de retroceder efetivamente uma canção, a ativação do assistente de voz, e o acesso Spotify.

Para além das opções de controlo, é possível alternar características mais particulares como o controlo adaptativo do volume e o toque de área ampla utilizando a aplicação. A aplicação também permite ligar a funcionalidade DSEE da Sony, que alguns sentem melhorar a qualidade de som de ficheiros áudio altamente comprimidos.

A opção de controlo do volume adaptativo deixa o ajuste de volume nos auriculares, com base na quantidade de som que os microfones captam. Funciona, mas pareceu-nos algo desorientador. Não há opção para personalizar a sensibilidade (é apenas ligado ou desligado), o que significa que mesmo que esteja num ambiente silencioso, o LinkBuds ajusta constantemente o volume de reprodução.

Basicamente, podemos então ter a opção de dar um toque no nosso rosto ou então esperar que esta funcionalidade ajuste o volume. Mas funciona melhor o toque na cara. Aliás, quanto mais adicionarmos às ações ativas nestes auscultadores, mais damos conta da pouco avantajada bateria que possuem. Atenção, o tamanho dos “botões” também não dá grande margem. E parece-nos que com uma gestão mais “fina” a autonomia poderá melhorar qualquer coisa.

 

Sony LinkBuds trazem Bluetooth 5.2

Os Sony LinkBuds ligam-se ao seu dispositivo de escolha utilizando Bluetooth 5.2 e suporta o codec AAC, bem como o SBC padrão. Não existe um codec Bluetooth fiável de alta qualidade para utilizadores Android, embora a ligação através do SBC seja bastante estável.

Não há aqui nenhum multiponto Bluetooth, mas pode pelo menos ouvir em mono com o botão de ouvido direito.

 

Vamos falar da bateria dos Sony LinkBuds?

Ok, se insistem vamos então falar um pouco na nossa experiência, principalmente com a versão anterior do software e firmware dos auscultadores.

Com um pico de reprodução consistente a 75dB (SPL), os Sony LinkBuds duraram cinco horas e meia com uma única carga, o que é padrão para um par de auscultadores verdadeiramente sem fios. De acordo com a Sony, a caixa de carregamento oferece ainda mais 12 horas de autonomia.

Atenção que o estojo de carregamento não suporta carregamento sem fios, mas o estojo suporta carregamento rápido via USB-C. O facto de se ligar durante 10 minutos irá compensar 90 minutos de tempo de escuta.

Portanto, não são excecionais, mas não são assim tão desajustados, como no início tinhamos ideia.

Como é o desempenho do isolamento Sony LinkBuds?

Os Sony LinkBuds não trazem quase nenhum valor de isolamento, o que faz muito sentido. Afinal de contas, há um buraco em cada auscultador de orelha. A Sony não está a tentar adicionar novos cancelamentos de ruído, isso será para outro segmento, como, por exemplo, os novos Sony LinkBuds S, que haveremos de falar dentro de dias aqui.

Este é um segmento para quem não quer um auscultador que seja intrusivo ao canal do ouvido, que queria som de pequenos auscultadores com boa qualidade e que não sejam de todo um problema no dia a dia.

Para quem faz desporto com eles, por exemplo, corrida, também vão gostar do equilíbrio oferecido entre o som dos auscultadores e o som ambiental. Além disso, por causa do suor, estes dispositivos Sony trazem classificação IPX4. A sua forma de fixar no pavilhão da orelha, permite que sejam seguros o suficiente para lidar com o constante abanão da cabeça, quando estamos a correr.

E como soam os Sony LinkBuds?

Vamos falar um pouco da qualidade do som que estes auriculares emanam. Os Sony LinkBuds têm um perfil sonoro que se desvia bastante do que no passado analisamos nos topo de gama da Sony. No entanto, o som é bom, sem ser excecional.

Trazem graves aceitáveis, apesar de determinados sons abaixo de certas frequências desaparecerem. Mas, reafirmamos, a experiência de audição não é má, não tem alma, mas tem consciência! Os graves é que ficam aquém, se procuram um som com conforto.

Se estivermos em casa, ou então num ambiente silencioso, o riff de um baixo surge alto e com alguma clareza. Um exemplo bom para sentir o que valem estes auscultadores é submeter Around The World, dos Red Hot Chili Peppers. Claro que não são tão definidos como os seus irmãos mais velhos, mas estão lá.

Músicas com um som menos atrevido, como Pink Floyd – Comfortably Numb, portaram-se bem. Dedilhados da guitarra e a voz por cima são canais bem definidos, incluíndo vocais mais agudos não são ofuscados por nenhum dos instrumentos. Mesmo a parte do baixo, que usa principalmente notas relativamente altas, soa bem.

Novamente, tudo isso é baseado na utilização, na audição num ambiente interno sem muito ruído externo. Se estivermos num café com música e pessoas, nada do que ouvir soará tão bem. Da mesma forma, não é preciso um camião passar para perdermos muitos detalhes do que estamos a ouvir.

No que toca às chamadas telefónicas, o microfone dos Sony LinkBuds soa melhor do que a maioria dos microfones de auscultadores sem fio que existem no mercado. Claro, não serão os melhores para gravação e nota-se que lutam um pouco com a rejeição de ruídos externos, mas isso é definitivamente bom o suficiente para chamadas telefónicas longas e curtas e quaisquer reuniões em videoconferências.

Veredito

Este poderá não ser um produto que o utilizador escolha num primeio relance nem será uma compra por impulso. Este produto vai ao encontro dos utilizadores que querem um auscultador apenas de encostar no canal auditivo, que sejam leves, com bom som e com um cunho de uma marca líder neste segmento. Estamos a falar nuns auscultadores que custam cerca de 180 euros.

Não são também uma escolha para quem procura uns auriculares com cancelamento de ruído. Digamos que estes estão para o mercado como os Apple AirPods 3, sem cancelamento, mas mais confortáveis, apesar destes nos parecem inovadores ao ponto de serem ainda mais confortáveis.

Interessantes para fazer desporto, para jogar de modo casual e até para mantermos uma conversa por telefone. Há quem queira algo mais e aí existem os Sony WF-1000XM4 que possuem o melhor cancelamento de ruído da categoria, suporte para o codec de áudio LDAC de alta qualidade e todos os mesmos recursos de software excelentes que os LinkBuds.

Sony LinkBuds WF-L900

Exit mobile version