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É possível viver sem a Google em 2018?

Toda a gente sabe que a Google é das empresas mais importantes e valiosas do Mundo. Isto devido à grande quantidade de informação que guarda, manipula e controla. Sem dúvida, informação é o ouro do século XXI.

Mas será que é possível, em 2018, viver sem os serviços disponibilizados pela Google?


Missão: Viver sem os serviços Google

Em agosto de 2017, após muita ponderação e reflexão, decidi abraçar uma vida livre dos serviços disponibilizados pela Google. Nada de pesquisas utilizando o Google (motor de pesquisa), nada de Gmail, nada de Google Maps, notas, calendário… nada que venha da Google.

Tenho a dizer que não é nada fácil. O Ser Humano é uma criatura de hábitos e houve momentos em que precisei de muita concentração e vontade para não me deixar levar pelos meus impulsos, mesmo quando estava com pressa e o Google era, simplesmente, a solução mais fácil.

Realmente a Google e o Google conseguem tornar a nossa vida mais fácil!


Porquê mudar?

Costuma-se dizer que em equipa que ganha não se mexe. No entanto, neste caso o treinador estava cansado da equipa e de estar sempre a olhar para a cara dos mesmos jogadores. Tinha chegado a hora de dar oportunidade a outros de mostrarem o seu talento e, no final do jogo, avaliar e tirar conclusões.

Desde que uso tecnologia no meu dia-a-dia, nunca usei mais nada a não ser o Google (motor de pesquisa) e as aplicações que a empresa desenvolve. Mas decidi mudar.

Em primeiro lugar porque, sendo eu estudante de Ciência de Computadores, existe aquela curiosidade tecnológica sempre desperta, que me leva a querer conhecer novos produtos, novas empresas e novos valores. É importante saber aquilo que outros programadores fazem, e acima de tudo, tentar perceber porque é que fazem as coisas de certa forma.

Por outro lado, sinceramente… estava farto da Google. Desde que comecei a explorar o tema da privacidade online, Edward Snowden, NSA que me queria ver livre da Google, Microsoft e afins… mas como já perceberam não é nada fácil. Tirar a Google da minha vida já foi um importante passo. Uma coisa de cada vez.

A invasão de privacidade a que estamos sujeitos quando utilizamos os produtos da Google é extraordinária. (Não digo isto com um tom alegre.) Mas em termos tecnológicos e algorítmicos temos que dar o braço a torcer. A gigante de Silicon Valley sabe o que faz quando pretende mesmo sugar toda a informação que deixamos por aí.

Mas em troca dá-nos o melhor motor de pesquisa que existe… Ainda assim, será que é justo ter que abdicar de um direito básico para usar o melhor?

Obviamente que a resposta é: Não!


As alternativas que encontrei…

Motor de pesquisa

Quando decidi abdicar do Mundo Google a única certeza que tinha era o motor de pesquisa. Decidi utilizar o DuckDuckGo.

Este motor de pesquisa não só mantém as pesquisas privadas como também é capaz de fornecer outras vantagens, como por exemplo, bang shortcuts e respostas instantâneas.

É um motor de pesquisa rápido, que apresenta resultados satisfatórios e tem um design bastante cuidado e agradável. Para além disso, está disponível para todas as plataformas que uso: Android, iOS e Ubuntu.

Browser

O Browser também foi relativamente fácil de escolher, dadas as plataformas que uso. Apenas considerei uma opção. E porquê? Porque tenho o Safari no iPad. Logo, nos restantes dispositivos instalei o Firefox. E estou bastante satisfeito.

Passados quase 5 meses não sinto falta nenhuma do Chrome. O Safari e o Firefox são também bastante rápidos e fáceis de utilizar. E o Safari no iPad é o melhor. Rápido, fluído e permite mudar o motor de pesquisa para o DuckDuckGo nas definições.

E-mail

O e-mail foi o que me deu mais dores de cabeça. Neste momento estou a usar 4 aplicações de e-mail diferentes… sim, quatro! É de tolos, eu sei.

Isto tudo porque tenho o e-mail da faculdade, o e-mail pessoal e quero ser capaz de verificar a existência de novos e-mails em qualquer sistema operativo que esteja a utilizar.

No meu smartphone, que é Android (sim Google, mas mais sobre isto a seguir) uso duas aplicações: o Outlook da Microsoft para ver o e-mail da faculdade e o ProtonMail que é o serviço de e-mail que utilizo para receber e-mail pessoal.

O ProtonMail é excelente! O melhor serviço de e-mail que existe, na minha opinião. É cifrado, logo tem excelente segurança, as aplicações e o site estão muito bem desenvolvidos e gosto das ideias da equipa por detrás do ProtonMail.

No iPad tenho novamente a app do ProtonMail mas não uso o Outlook. Uso a aplicação Mail da Apple para receber e-mails da faculdade.

No Ubuntu tenho apenas o Thunderbird. Para aceder ao ProtonMail vou ao site. Mas como no meu dia-a-dia só uso iPad e o telemóvel (computador só para trabalhar) não me faz muita diferença.

Armazenamento na nuvem

Esta decisão também foi facílima de tomar.

Escolhi a Dropbox e estou muito satisfeito. Os 2GB chegam-me para tudo aquilo que necessito. Consigo ter documentos pessoais e da faculdade sem ocupar a totalidade do espaço.

Antes de começar o novo semestre elimino o que já não for necessário. Está disponível, novamente, para todos os sistemas operativos que utilizo e estou muito satisfeito.

Calendário e notas

Graças ao iPad não tive dificuldade em fazer a troca dos serviços Google para as aplicações da Apple. Sinceramente, agora até prefiro. O iPad e um caderno são as únicas coisas que utilizo em tempo de aulas, portanto até é conveniente ter estas duas coisas lá.

Estou muito contente com a solução que encontrei. Se por acaso não tiver acesso a aplicações da Apple pode utilizar serviços semelhantes da Microsoft. O OneNote e o calendário do Outlook são também muito bons.

Mapas

Não é que eu seja um grande utilizador de aplicações para me guiar, porque nem sequer tenho carta. Mas é bom escolher a aplicação a utilizar em caso de alguma vez vir a precisar.

Experimentei a app Waze, gostei bastante e até agora ainda não mudei. Apesar de a Waze ter sido adquirida pela Google há alguns anos, não considerei que esta app fizesse parte do ecossistema principal Google.

Para além disso, tenho também a aplicação Mapas no iPad mas nunca uso. É estranho andar na rua com um tablet na mão…


Mas ainda uso Android…

Infelizmente, sim. Estou ansioso por mudar para o iOS, mas ainda não tive oportunidade. Esta é aquela mudança que envolve gastar dinheiro e o meu smartphone Android ainda não fez um ano.

Tenho que esperar mais uns tempos para justificar a troca do smartphone para um iPhone.


É possível viver sem a Google em 2018?

Sim, é.

Existem imensos serviços, aplicações e empresas que conseguem fazer um trabalho tão bom ou melhor que a Google. Da minha parte, o desafio foi cumprido e não estou a pensar voltar atrás.

Estou muito satisfeito com as opções que fiz. A única coisa que me deixa com alguma pena é ter que utilizar Android, mas isso, daqui a uns tempos resolve-se.

E você? Já tentou outras alternativas que não envolvam a Google? Diga nos comentários.

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