Com cada vez menos segurança e privacidade nos dispositivos móveis, os governos e outras entidades aproveitam para espiar os utilizadores. Uma nova informação avançada dá conta de que cidadãos em Portugal foram espiados por software similar ao conhecido Pegasus.
Cidadãos em Portugal foram espiados
Apesar de não existir um número identificado, sabe-se que residentes em Portugal foram espiados pelo telemóvel. Para isso foi usado um software similar ao Pegasus, conhecido globalmente por ter sido usado para escutar chamadas e obter dados dos aparelhos de políticos e jornalistas de todo o mundo, incluindo países da própria União Europeia.
A informação está a ser avançada pelo JN e consta do relatório final da comissão de inquérito do Parlamento Europeu para investigar a utilização do Pegasus e outros software espião. Neste documento não é especificado quando e por quem estes cidadãos foram espiados, recorrendo ao Hermit, um software de fabrico italiano.
Ainda assim, sabe-se que a sua utilização foi feita em vários países, não apenas da União Europeia. Para além de Portugal, a lista existente mostra que a Líbia, Malásia, Iraque, Grécia e a Itália foram os países onde aquele software fez vítimas.
EU-wide rules to stop governments' illegal spying on citizens needed!
— Renew Europe (@RenewEurope) June 14, 2023
Following a year-long inquiry into the abuse of spyware in the EU, the @Europarl_EN will tomorrow adopt @SophieintVeld report.
Watch the speech & read the PRhttps://t.co/A04S4qRGM8 pic.twitter.com/UMbDI8TQ1P
Software avaliado pela União Europeia
O relatório foi debatido nesta quarta-feira em plenário e as recomendações são votadas hoje. Neste, as referências a Portugal são escassas e a comissão de inquérito concluiu que “se pode presumir com segurança que, de uma forma ou de outra, as autoridades de todos os Estados-membros utilizam software espião, por vezes com legitimidade, outras vezes não“.
Em função desta conclusão, nas recomendações em apreciação está o apelo a que “o comércio e a utilização de software espião” sejam “estritamente regulamentados”. Até esse momento, devem ser adotadas condições para pôr fim de imediato aos abusos do passado.
Durante a apresentação deste relatório, a sua relatora, a eurodeputada Sophia in ‘t Veld, não deixou de revelar comentários importantes. Num dos mais relevantes lamentou a inexistência de reações institucionais a este escândalo, que afetou principalmente a Polónia, Hungria, Grécia, Espanha e Chipre.