É daqueles utilizadores que partilha tudo e mais alguma coisa nas redes sociais? Já parou para refletir se é mesmo importante partilhar todos aqueles conteúdos? Uma simples fotografia pode dar informações a terceiros que nem nos apercebemos.
A propósito do Dia Mundial das Redes Sociais, que foi assinalado no último dia de Junho, o especialista em segurança da ESET Tomáš Foltýn chamou à atenção para os problemas que podem advir da “sobrepartilha” nas redes.
A ansiedade das pessoas em partilhar não é algo novo. É uma evidência do desejo humano intrínseco de querer ligar-se aos outros. Portanto, talvez possamos dizer que esse “problema” não é responsabilidade do fenómeno digital em si, mas sim que a incidência do digital está mais relacionada com o tipo de informação que partilhamos e a quem permitimos o acesso.
Sobressaturadas de informações pessoais, as redes sociais tornaram-se território ideal para os criminosos. Tendo usado esses sites como ferramentas de reconhecimento, um cibercriminoso pode enviar uma mensagem direcionada (spearphishing) na qual ele tenta fazer com que a vítima visite uma página falsa, que parece ser legítima, com o objetivo de roubar seus dados de acesso e dinheiro. Eles podem também manipulá-lo para cair na armadilha de abrir um anexo infetado com um malware que atua como um dropper para outro malware capaz de fazer todos os tipos de coisas, incluindo o download de dados ou a gravação de tudo o que digitamos no computador através de um keylogger.
Essas mensagens podem ser extremamente personalizadas para dar a impressão de que foram enviadas por um colega, uma vez que esse tipo de estratégia é provavelmente mais bem-sucedida do que as realizadas de maneira massiva e automática.
Embora as técnicas de Engenharia Social tenham surgido antes das plataformas sociais on-line, elas ganharam força com a chegada das redes sociais e abriram novos caminhos para o roubo de identidade, fraudes on-line e outros tipos de crimes.
Precauções contra o fator humano
Quais são as medidas que podemos tomar para neutralizar os riscos derivados da troca excessiva de informações digitais?
Um bom ponto de partida pode passar por começar a rever com certa regularidade e configurar melhor as opções de privacidade disponíveis em cada uma das redes sociais que usa. Por outro lado, sempre que possível, recomenda-se limitar ao máximo o acesso de pessoas que podem ver o que está a fazer.
Algo que é importante ter em conta é que, mesmo configurando as suas opções de privacidade, assim que algo é publicado, automaticamente perdemos o controle sobre o que os outros podem fazer com a nossa informação.
Considerando isso, provavelmente será útil limitar as informações que publica, especialmente aquelas que podem torná-lo vulnerável. O mais seguro é sempre evitar publicar o que não gostaria que o público possa ver. Além disso, pense como um cibercriminoso: as informações partilhadas podem ser usadas contra si? Se for o caso, melhor não as partilhar…
Tenha cuidado com essas mensagens suspeitas, principalmente quando contêm links ou parecem boas demais para ser verdade. Essa recomendação aplica-se até mesmo a mensagens enviadas por amigos, pois podem ser provenientes de um cibercriminoso que atacou a conta do seu amigo.
Além disso, seja cético em relação às pessoas desconhecidas que enviam solicitações de amizade por meio das redes sociais. O ideal é aceitar apenas pedidos de amigos, conhecidos ou pessoas com quem você tenha amigos em comum na vida real. A Internet está cheia de golpistas que aproveitam todos os tipos de manobras. Há até aqueles que planeiam o roubo de casas aproveitando-se quando os utilizadores divulgam para o mundo que estão de férias e que não há ninguém em casa.
Em resumo, apesar de sermos seres sociais por natureza, devemos usar as redes sociais de forma responsável. Até porque na Internet, ninguém sabe que somos um cão”!