Claro que a utilização massiva trouxe outros problemas, principalmente trouxe vantagens para o cibercrime que recorre à engenharia social para se apoderar de informações pessoais e extrair dali vários proveitos ilícitos. Como é do conhecimento comum, o Facebook é, na actualidade, a maior rede social e está viva, implementando novas tendências e ferramentas para aumentar a sua tentacularidade na vida das pessoas. Nesse âmbito os responsáveis do serviço implementaram uma série de novas funcionalidades, como as descrevemos recentemente.
Estas novidades, contudo, não eliminaram fragilidades de segurança que afectam este serviço. É necessário alguma atenção para que as novidades, que seriam aparentemente para melhorar o serviço, não se tornem numa dor de cabeça.
Segundo a equipa de segurança do Bitdefender, ainda que as novas características aumentem a interacção entre os utilizadores, a privacidade e a segurança voltam a ser ameaçadas
1. As novas listas inteligentes
Estas listas inteligentes incentivam – e requerem-no para funcionar – que as pessoas completem os seus perfis com locais onde trabalharam, os seus estabelecimentos de ensino, etc. De cada vez que alguém cria uma lista com os colegas de um trabalho específico, anexa-se os colegas no seu perfil. Como é óbvio, esta não costuma ser informação confidencial, e os utilizadores têm a decisão final na aprovação da informação.
Contudo, tendo em conta que essa informação é pública e indexável nos motores de busca, é mais fácil para aos ciberdelinquentes criar ataques dirigidos, quer dizer, desenhados especificamente para afectar uma pessoa. Os atacantes saberão exactamente em que empresa trabalha essa pessoa, que actividade desenvolve na mesma e, mais ainda, em que projecto particular está a trabalhar. E estamos a falar de mais de 800 milhões de utilizadores. Isso permitirá criar, por exemplo, iscos mais credíveis para os seus e-mails maliciosos. Por exemplo, colocando como assunto do mesmo o nome da empresa em que trabalha o utilizador que se ataca.
2. A opção de “Subscrever” pode aumentar o número de spam bots, tal como no Twitter.
3. Tudo o que se partilha no Facebook é agora mais fácil de localizar.
4. A saúde é agora social e pública. O Facebook considera que a informação sobre a saúde é um tema social. Agora é muito mais fácil partilhar informação relacionada com a saúde como a fractura de um osso, se fomos submetidos a uma cirurgia ou se já superámos uma doença. Provavelmente o mais preocupante é que este tipo de informação se estabelece como “pública” por defeito.
5. Widgets, a porta aberta para as fraudes interactivas.
Tendo em conta a curta vida das aplicações de spam, isto poderia aumentar a sua eficiência. Claro que esta característica é nova, pelo que provavelmente passará algum tempo até que os burlões se aproveitem dela. Contudo, todas as funções virais nas redes sociais foram, mais tarde ou mais cedo, usadas com éxito pelos ciberdelinquentes.
Para além do mais, implementando este nível de interacção, o Facebook dá mais um passo no que diz respeito a passar para a timeline qualquer pequena informação sobre a vida do utilizador, como se pode ver no vídeo:
“Com cada vez mais e mais informação sobre o utilizador no seu perfil, o problema do roubo de contas convertir-se-á numa ameaça cada vez mais importante. O Facebook está fazer muito pela melhoria da interacção, mas não vemos nenhum passo importante em matéria de segurança”, explica Jocelyn Otero Ovalle, Directora de Marketing da BitDefender para Espanha e Portugal, juntando: “Depois da grande quantidade de problemas relacionados com a segurança no Facebook, esperávamos um anúncio relacionado com o sequestro de sessões em ligações não seguras, um problema de segurança notável para muitos utilizadores do Facebook hoje em dia. Mas tal não aconteceu.”
Estas novidades e todas as que forem surgindo, apenas devem a si, utilizador, motivar mais atenção e cuidado.