Depois de tantas polémicas negativas em torno do Facebook, é fácil perceber que a empresa não está numa das suas melhores fases.
Para dar continuidade a esta onda de más notícias, acionistas alegam que a empresa concordou em pagar milhares de milhões de dólares extra à FTC para proteger Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, e Sheryl Sandberg, COO.
Numa tentativa de resolver a investigação de fuga de dados da Cambridge Analytica sobre os planos da agência para processar individualmente Zuckeberg, o Facebook condicionou o seu pagamento de quase 5 mil milhões de dólares à Federal Trade Commission (FTC).
Em processos tornados públicos recentemente, alguns acionistas alegaram que membros do conselho de administração da rede social permitiram que a empresa pagasse em excesso a sua multa para proteger Zuckerberg, o fundador e maior acionista da empresa.
Acordo multibilionário
As queixas, que citam discussões internas entre os membros do conselho de administração do Facebook, foram apresentadas no Tribunal de Chancelaria de Delaware no mês passado.
Zuckerberg, Sandberg, e outros diretores do Facebook concordaram em autorizar um acordo multibilionário com a FTC como contrapartida expressa para proteger Zuckerberg de ser nomeado na queixa, sujeito a responsabilidade pessoal, ou mesmo obrigado a sentar-se para um depoimento.
A FTC nunca revelou que originalmente tencionava nomear Zuckerberg pessoalmente no processo, e os dois democratas da agência na altura votaram contra o acordo, em parte, devido à falta de responsabilidade pessoal do CEO.
O Conselho de Administração nunca controlou seriamente a autoridade irrestrita de Zuckerberg. Em vez disso, permitiu-lhe, defendeu-o, e pagou milhares de milhões de dólares dos cofres empresariais do Facebook para fazer desaparecer os seus problemas.
Disse um conjunto de acionistas.
Outra ação judicial movida pelos acionistas alega que, em 2012, o Facebook contratou a PricewaterhouseCoopers para auditar o seu cumprimento de privacidade, mas Zuckerberg e Sheryl Sandberg recusaram-se a participar neles.
Como se não bastasse, o CEO e a COO ainda permitiram que outros gestores prestassem declarações falsas sobre as práticas da empresa, e ao mesmo tempo nunca submeteram o relatório de auditoria ao conselho de administração. A auditoria tinha constatado que “os controlos de privacidade do Facebook não estavam a funcionar com eficácia suficiente”, diz o processo judicial.
Proteção da privacidade do Facebook em causa
A empresa de contabilidade concluiu que o Facebook não tinha controlos suficientes para proteger os dados dos utilizadores, alegando o segundo processo, e “que os controlos de privacidade do Facebook não estavam a funcionar com eficácia suficiente para fornecer garantias razoáveis de proteção da privacidade das informações cobertas”.
O Facebook recusou-se a comentar os factos.