“Hoje anunciamos um banimento a qualquer tipo de apologia, apoio ou representação de nacionalismo branco ou separatismo no Facebook, bem como no Instagram”. Assim versa o comunicado hoje divulgado pela rede social de Mark Zuckerberg. As novas regras, mais duras, entram em vigor já na próxima semana.
Por conseguinte, o período de vacatio legis é extremamente curto, sendo a nova política aplicada a partir da próxima semana. Até lá, urge assim saber tudo o que mudará em ambas as plataformas ou redes sociais.
Anteriormente, a rede social já havia banido da sua infraestrutura vários movimentos de cariz supremacista ariano no rescaldo do massacre na Nova Zelândia. Agora, o Facebook e o Instagram tomarão posição mais dura perante toda e qualquer manifestação de ódio, racismo ou indício que aponte no sentido do extremismo.
A nova postura do Facebook e do Instagram
As mudanças foram dadas a conhecer em primeiro lugar pela Motherboard, e mostram-nos a nova postura a adotar. Assim, uma frase como – a imigração está a arruinar o nosso país – por exemplo, será expressamente proibida. O mesmo se aplicando a expressões de discriminação racial ou de apologia à supremacia branca.
A decisão foi tomada esta terça-feira (26) pela rede social de Mark Zuckerberg graças ao ímpeto de Sheryl Sandberg, uma das redatoras da proposta e diretora estratégica da empresa. Além disso, o Facebook passará a encaminhar os interessados (que pesquisarem por conteúdo deste género) para a página “Life After Hate“.
Esta é uma das medias encontradas pela rede social para promover a compaixão, ao invés do ódio. Algo que deixará de encontrar lugar seja no Instagram, bem como no Facebook. Assim, o contributo de organizações sem fins lucrativos (ONGs) como a supracitada Life After Hate será o primeiro passo rumo à tolerância.
A rede social não tem lugar para ódio ou discriminação racial
Nós (Facebook) decidimos que a abrangência e pontos de contato entre o nacionalismo branco, o separatismo, ou supremacia branca são tão extensos que não conseguimos traçar uma linha que defina cada um deles. Brian Fishman, responsável pelo departamento antiterrorista do Facebook.
Apontando a retórica comum a vários dos movimentos extremistas, seja à esquerda ou direita. Uma amálgama de ideologias que, em comum têm o ódio professado à diferença. Algo que nos mostra também as dificuldades da rede social em policiar o conteúdo das suas plataformas, seja o Facebook ou o Instagram.
Salientamos ainda as dificuldades do Facebook e do Instagram em combaterem a disseminação de conteúdo intolerante. Aliás, basta relembrar o recente caso da Nova Zelândia. Mais concretamente, dos milhares de vídeos que acabariam por chegar à rede social. Isto por muito expedita que a empresa fosse na sua remoção.
A Inteligência Artificial (IA) patrulhará o Facebook
Com efeito, esta é a “arma” encontrada pela rede social para tentar travar os conteúdos supracitados. A inteligência artificial, o machine learning, bem como os algoritmos. Em síntese, várias ferramentas treinadas para farejar mensagens subliminares ou claramente expressas de ódio, discriminação e/ou perseguição.
Entre o conteúdo eliminado imediatamente estão as mensagens, imagens e vídeos. Aliás, tudo o que possa acalentar ou disseminar qualquer material considerado impróprio pela rede social. Agora, mais do que nunca e com um âmbito cada vez maior, já a partir da próxima semana.
Por fim, numa nota pessoal, acredito que esta é uma decisão que gerará discórdia. Sobretudo entre os defensores da liberdade de expressão.