No início deste mês, o Ministério do Ambiente português comunicou que iria abrir um concurso de prospeção e pesquisa de lítio no nosso território. Agora, o governo francês defende que o país também deve começar a explorar os seus próprios recursos.
Dessa forma, poderá satisfazer a procura que o afastamento dos combustíveis fósseis vai exigir.
Numa entrevista à Les Echos, a ministra francesa do ambiente Barbara Pompili clarificou que a França deve começar a explorar os seus próprios recursos de lítio, por forma a satisfazer as necessidades que surgirão com o afastamento dos combustíveis fósseis.
A adoção em massa de veículos elétricos é um dos principais objetivos da União Europeia, tendo em vista a redução das emissões de gases com efeito de estufa. Por isso, as tentativas de reduzir a dependência externa do fornecimento de baterias espelham-se na construção de projetos com fabricantes de automóveis europeus, bem como com especialistas em baterias sediados na Europa.
Um dos elementos importados é o lítio e, sendo este um componente importante, seria vantajoso explorar o recurso na Europa.
Para a ministra francesa do ambiente, a estratégia é clara:
A França precisa de contratos a longo prazo para importações, mas também para obter o nosso próprio lítio em casa. Se queremos ser uma sociedade que emite menos gases com efeito de estufa, temos de enfrentar as consequências, precisamos de materiais como o lítio.
Se se provar que temos lítio próprio, devemos assumir a responsabilidade de o extrairmos no nosso território, porque fá-lo-emos em boas condições.
O problema da exploração do lítio não é unânime e há países a viver verdadeiros protestos por parte de grupos ambientalistas, como é o caso de Portugal e da Sérvia, que viu a sua proposta cair por terra.
Em França, a produção de lítio poderá residir nas salmouras da Alsácia Oriental, onde o lítio geotérmico já tem vindo a ser explorado para ser usado como uma fonte de abastecimento.