Pela primeira vez, as energias eólica e solar conseguiram dar resposta a 10% da procura global de eletricidade. Os apelos que têm sido feitos pelos especialistas, no sentido de tornar o mundo mais verde, estão, aos poucos, a ser atendidos.
Apesar da boa notícia, aquelas relacionadas à produção de carvão não são animadoras.
A crise energética que a guerra na Ucrânia promoveu alertou o mundo, e principalmente a Europa, para a necessidade de investir em energias renováveis. Afinal, apesar de ser um tema que reúne atenção há muito mais tempo, os cortes levados a cabo pela Rússia impulsionaram a vontade relativamente à mudança.
Agora, BloombergNEF partilhou conclusões que são, neste sentido, otimistas: mais de 10% da procura global de eletricidade foi respondida por projetos de energia eólica e solar, pela primeira vez, em 2021. A combinação eólica e solar representou 10,5% de quase 3.000 terawatt-hora de eletricidade gerada, no ano passado.
Além disso, a contribuição das centrais solares para a procura total de energia aumentou para 3,7%, ao passo que a das de energia eólica aumentou para 6,8%. Se recuarmos há 10 anos, os dois tipos de energia combinados representavam menos de 1% da produção total de eletricidade.
No geral, 39% de toda a energia produzida em todo o mundo, em 2021, foi isenta de carbono, enquanto a hidráulica e a nuclear davam resposta a pouco mais de um quarto da procura mundial de eletricidade.
As energias renováveis são agora a escolha padrão para a maioria dos países que procuram adicionar ou mesmo substituir a fonte de energia. Isto já não se deve a mandatos ou subsídios, mas simplesmente porque estas tecnologias são mais frequentemente as mais competitivas em termos de custos.
Explicou Luiza Demôro, chefe das transições de energia na BloombergNEF.
Por sua vez, Ethan Zindler, chefe das Américas na BloombergNEF, disse que “foi um ano de altos e baixos, pelas melhores e piores razões”. Se, por um lado, as “energias renováveis cresceram muito rapidamente”, por outro, “o regresso do carvão, bem como o facto de os países, incluindo aqueles que se comprometeram a atingir emissões líquidas zero, continuarem a explorar o carvão, é realmente desconcertante”.
Exploração de carvão continua a ser um problema para a produção de energia
A resposta que a energia eólica e solar tem garantido é motivo de manchete. No entanto, o relatório que dá conta das Power Transition Trends de 2022 chega com as más notícias. Este declarou que, além de a procura global de eletricidade ter aumentado, a produção de energia através do carvão também cresceu.
Para Michael R. Bloomberg, enviado especial do secretário-geral da ONU para a Ambição e Soluções Climáticas, e Fundador da Bloomberg LP e da Bloomberg Philanthropies, “novos picos na produção de carvão são um sinal preocupante para a economia, para a nossa saúde, e para a luta contra as alterações climáticas”.
Este relatório deveria ser um apelo para os líderes de todo o mundo de que a transição para a energia limpa requer ações maiores e mais arrojadas, incluindo ações que deem poder às nações que menos contribuíram para as alterações climáticas, mas que suportam muitas das suas piores consequências, para progredir no seu combate.
Partilhou Michael.
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