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Estes grupos “roubam milhares de milhões” à indústria musical com streams “falsos”

Como temos visto, as fraudes estão cada vez mais requintadas, sendo os métodos impercetíveis, em muitos casos. Aparentemente, grupos fraudulentos “roubam milhares de milhões” à indústria musical através de streams “falsos”…


Uma empresa de tecnologia de streaming alertou para o facto de grupos fraudulentos roubarem milhares de milhões de dólares por ano à indústria musical através de reproduções falsas. Aparentemente, esses grupos têm andado a receber pagamentos de direitos de autor, após terem carregado milhões de músicas em serviços de streaming, fazendo-se passar pelos artistas responsáveis.

Segundo a Beatdapp, uma plataforma de deteção de fraudes em streaming, pelo menos 10% de todas as músicas transmitidas em streaming são fraudulentas, o que retira anualmente entre 2 e 3 mil milhões de dólares à indústria musical mundial.

Conforme avançado pela Sky News, os grupos fraudulentos fingem ser artistas, carregam milhões de músicas em serviços de streaming e reproduzem-nas a partir de contas falsas ou de contas reais que utilizam dados de conta roubados.

Dessa forma, recolhem pagamentos de direitos de autor que, de outro modo, teriam ido para os detentores dos direitos de autor reais.

Segundo Andrew Batey e Morgan Hayduk, co-directores-executivos da Beatdapp, todas as partes interessadas na cadeia de fornecimento de música digital perdem dinheiro com a fraude, porque esta está a lucrar com dinheiro gerado através de taxas de subscrição e receitas de publicidade, que é pago com base nas reproduções em streaming.

Os co-diretores afirmaram que o Beatdapp, que trabalha com a editora Universal Music Group e com o serviço de streaming Napster, controla os fluxos, medindo uma série de métricas diferentes que lhe são fornecidas pelas empresas de streaming para identificar os hábitos de streaming e detetar os fraudulentos.

Ninguém se apercebe de que alguns cêntimos vão para esta canção e alguns cêntimos vão para aquela canção, mas, em conjunto, podem roubar milhares de milhões de dólares.

Esse dinheiro teria ido para os verdadeiros artistas e teria sido utilizado para pagar a empresários, agentes, advogados, editoras e distribuidores. Mas, em vez disso, é desviado e vai para golpistas profissionais que estão apenas a roubar a indústria.

Afirmaram.

 

O streaming reina, mas modelo deveria ser reformulado

O streaming global aumentou um terço no ano passado, com 7,1 biliões de streams de música registados em 2023, de acordo com os últimos números publicados pela Luminate, um fornecedor de dados musicais.

As receitas do streaming ascenderam a 19,3 mil milhões de dólares no mesmo ano, de acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, que representa a indústria discográfica mundial.

Segundo o estudo, o streaming representa mais de dois terços das receitas do setor.

Fonte: Sky News

Para Phil Kear, secretário-geral adjunto do Sindicato dos Músicos, a fraude poderia ser resolvida por via de uma alteração do modelo utilizado pelos serviços de streaming. Na sua perspetiva, um modelo de contabilidade “centrado no utilizador” significaria que a taxa de subscrição mensal de um ouvinte seria distribuída pelos artistas que este ouve.

Contudo, isso não funciona assim, hoje em dia:

Atualmente, 99% da taxa mensal paga por alguém que ouve exclusivamente heavy metal acaba por ser atribuída a músicas de Taylor Swift, Ed Sheeran, Dua Lipa e vai parar aos bolsos das grandes editoras.

O modelo que Kear propõe “não só significaria que o dinheiro iria para os artistas que alguém ouvisse, como também poria um fim imediato ao bot streaming”:

Os piratas já têm de pagar 10 libras por cada conta. Atualmente, ganham dinheiro distorcendo a distribuição de modo a receberem mais de 10 libras, mas com o sistema centrado no utilizador nunca ganhariam mais do que gastam.

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