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The Boring Company: do projeto de túneis ultrassónicos, às viagens de Tesla a 50km/h

Elon Musk criou a The Boring Company com o objetivo de revolucionar o transporte nos Estados Unidos da América, principalmente nos grandes centros urbanos com muito trânsito através da criação de túneis, onde o transporte seria feito a alta velocidade… num conceito altamente futurista. Em Las Vegas existem já destes túneis, a empresa prepara-se para alargar ainda mais a rede, mas as expectativas ficam muito aquém do prometido.


A The Boring Company foi criada para levar aos EUA uma solução de transporte mais rápido, exclusivo e que livrasse as pessoas do trânsito infernal dos grandes centros urbanos. O Vegas Loop foi o primeiro projeto concreto a arrancar e os planos são para que ganhe 69 estações, sendo que o projeto inicial era para 51 estações.

Atualmente, nas zonas do Centro de Convenções de Las Vegas e Resorts World, existem já 3,5 quilómetros de túneis construídos com 5 estações.

The Boring Company: Um transporte do futuro dececionante

Contudo, a promessa de Musk de revolucionar o transporte com túneis subterrâneos está a ser bastante dececionante. A promessa dos túneis futurísticos, com transportes coletivos autónomos de grande ocupação a viajar a alta velocidade, está longe de ser cumprida.

Ao chegar ao Vegas Loop, a pessoa terá que entrar num carro Tesla, com condutor humano e os passageiros são forçados a se sentar num Tesla operado por um motorista humano a velocidades frequentemente inferiores a 50km/h e às vezes ainda há trânsito.

O que poderíamos imaginar de mais futurista, afinal não existe em nenhum momento. A visão vendida aos vários estados populosos dos EUA, como Chicago, Los Angeles e Maryland, aparentemente não será possível de alcançar.

A alta velocidade nunca será atingida?

Recorde-se que, para conseguir uma licença, a Boring teve que aceitar algumas pré-condições, uma das quais era a capacidade de alto volume. A empresa teve que fazer uma demonstração de que poderia transportar 4.400 passageiros por hora. Assim, o projeto foi aprovado e recebeu a licença na categoria ATS, que significa Amusement and Transportation Systems, que é normalmente concedida às montanhas-russas.

Segundo o que é avançado, o teste provavelmente não refletiu as metas reais de capacidade do sistema em operação. De acordo com Mark Harris, jornalista que tem feito um trabalho incrível na investigação à The Boring Company para o TechCrunch, o sistema pode transportar apenas 1.200 pessoas por hora – ou um quarto da capacidade prometida. Se a Boring não conseguir atingir a meta de 4.400 pessoas por hora, a empresa enfrentará multas pesadas que poderão ir até aos 4,5 milhões de dólares.

As limitações de velocidade são impostas pela própria construção dos túneis, que será melhorada com a utilização de máquinas perfuradoras mais avançadas. Contudo, o responsável da empresa que está a desenvolver as máquinas já veio afirmar que a velocidade anunciada pela Boring é “totalmente irrealista”. Haverá, de facto, uma melhoria, mas “com certeza não haverá uma revolução”.

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