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Polestar: China lidera a mudança para SDV, pois chineses querem carros que os entretenham

A China está fortíssima em vários setores, estando a dar cartas especialmente em matéria de automóveis. O país quer destacar-se enquanto potência e essa intenção tem sido clara. Com as suas empresas a trabalharem no sentido da globalização, o chefe de tecnologia (em inglês, CTO) da Polestar explicou por que motivo o país asiático lidera a mudança para os Software Defined Vehicle (SDV).


Para contexto, os SDV (em português, Veículos Definidos por Software) reinventam os veículos para que vão além de um simples meio de transporte; passam a ser verdadeiras plataformas tecnológicas, definidas e controladas por software.

Na perspetiva de Lutz Stiegler, um dos principais executivos da Polestar, a China está a liderar a mudança para este tipo de veículo, porque os clientes têm exigências muito diferentes aquando da escolha de um carro.

Na China, as pessoas utilizam o veículo em vez da sua casa. Muitas pessoas não têm uma casa grande e luxuosa. Por isso, sentam-se no carro, muitas vezes num engarrafamento. Não se preocupam tanto com as características de condução do automóvel, mas sim com a sua capacidade de entretenimento.

Opinou o CTO da Polestar, à Automotive News Europe, explicando que, assim, “o automóvel torna-se um veículo definido por software numa perspetiva de entretenimento”.

Para Joachim Fetzer, diretor de Tecnologia e Inovação da Marelli, “é muito claro que os SDV vão acelerar”. Na sua perspetiva, “as tecnologias de software já existem e os pré-requisitos para isso acontecer também”.

A aceleração será massiva em todo o mundo. A China já está a liderar isto.

A jornada da fabricante de carros elétricos em direção aos SDV começou com o Polestar 2, que, segundo Stiegler, tem recebido atualizações de software over-the-air há mais de três anos.

Podemos atualizar o controlo dos travões como atualizamos uma função HMI (interface homem-máquina). Também alterámos muitas coisas na propulsão do automóvel para o tornar mais eficiente. Isso funcionou porque podemos realmente analisar cada componente do carro.

Também temos a oportunidade de introduzir novas aplicações, novas funções e coisas novas. Assim, nessa perspetiva, diria que, em termos de conteúdo, somos definidos por software, mas isso depende da forma como se utiliza este termo.

Afirmou durante uma entrevista perto de Madrid, em Espanha, em maio.

Para Stefan Hartung, da Bosch, na China, “não se trata apenas de software”, pois “um automóvel é muito mais do que um telemóvel com rodas; é muito mais difícil torná-lo refinado e adequado a cada cliente, porque há muitas expectativas diferentes sobre como um carro se deve comportar”.

Na sua opinião, cada SDV precisa de hardware, pelo que continua a ser preciso investir nisso. Afinal, “continuam a ser necessários travões, sistemas de transmissão e muito mais”.

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