A Europa quer ser independente, energeticamente, assegurando que não é surpreendida pelos seus fornecedores, como, ainda recentemente, aconteceu. Para acelerar este processo, já acordou unir-se ao Egito, por via de um cabo de 1000 km.
O Egipto ambiciona ser um centro de exportação de energias renováveis ou de hidrogénio verde. De facto, as condições e localização fazem dele o centro de muitos projetos, inclusive um que será assinado também pela Europa.
A empresa belga Jan De Nul confirmou, esta semana, ter assinado um “acordo histórico” com o Egipto para iniciar um estudo para a construção de cabo , que transportará mais de 2 GW de energia solar e eólica do Egito para a Europa, numa distância de mais de 1000 km. Segundo a empresa, o Norte de África tem o maior potencial de energia solar do mundo.
Europa liga-se ao Egito rumo à independência energética
O cabo foi descrito pela Comissão Europeia como um “projeto emblemático”, uma vez que ajudará a Europa nos seus esforços para se desligar do gás russo, bem como para cumprir os objetivos de redução das emissões.
A Comissão Europeia inclui este projeto numa lista de “Projetos de Interesse”, que beneficiam de procedimentos de autorização e financiamento mais rápidos. Apesar disto, ainda tem de receber o aval do Parlamento e do Conselho Europeu.
Este cabo de 1000 km não será o único projeto de ligação entre as energias renováveis produzidas no Norte de África e a Europa. Afinal, já existem ligações por cabo entre Marrocos e Espanha, estando previstas outras entre a Tunísia e Itália, e Marrocos e o Reino Unido.
A Europa e o Egito serão ligados por via de um cabo, numa missão que não será facilitada, considerando a profundidade de até três quilómetros e os desafios que construir um navio lança-cabos competente (com o dobro do tamanho dos comuns) trará.
O início da execução do projeto está previsto para 2027.