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Mexicanos estão doidos com o “carro elétrico mais barato do mundo”. Mas estão enganados!

Todos os povos parecem querer entrar na modernidade dos elétricos. Contudo, o segmento dos elétricos não é barato, muito menos para países com débeis infraestruturas rodoviárias e energéticas. No caso do México, as redes sociais estão em efervescência com o “carro mais barato do mundo”. Todos parecem querer ter na sua garagem o Chang Li S1 Pro. Mas para o importar da China até à América, o carro fica 60% mais caro.


Um carro elétrico dos 3Bs: bom bonito e barato? Nem por isso!

Bom, se o preço de importação, legalização e adaptação é um problema, o facto do “carro” não estar de acordo com as leis do país… é um problema maior.

O pequeno elétrico Chang Li S1 Pro, fabricado pela empresa chinesa Changzhou Xili Car Industry, parece estar a causar sensação no México. Segundo as redes sociais, os vídeos virais e publicações dedicadas mostram o veículo e as suas características como ideais para o país.

Segundo as publicações no país, é fácil encontrar este veículo numa faixa entre 20.000 e 27.000 pesos (ao câmbio atual são cerca de 1 100 e 1500 euros respetivamente). No Mercado Libre, por exemplo, há opções em ambos os extremos (20.443 e 27.389 pesos). No Alibaba, o preço é de 23.845 e 23.991 pesos, dependendo de quem o está a vender.

Como podemos ver, estes não são os canais habituais que podemos esperar quando compramos um carro novo. O Chang Li S1 Pro não tem uma rede de distribuição oficial no país. Para o obter, é necessário comprá-lo a um dos vendedores acima indicados… e montá-lo com as próprias mãos quando este é entregue em casa. Uma fórmula que já foi experimentada e testada antes para carros muito pequenos.

 

Além de não ser barato ainda parece ser um grande problema

O problema para o potencial comprador deste veículo é que, conforme é contado, para além do custo da venda, há custos alfandegários na entrada no país. Isto representa entre 30 e 60% do valor do veículo, cerca de 12.000 pesos extra no pior cenário.

A isto acrescem os custos de registo. Uma sobretaxa que, no entanto, não será necessária, uma vez que este pequeno veículo não cumpre os regulamentos NOM-194 e 195. Por outras palavras, o veículo não pode circular nas estradas mexicanas, uma vez que não cumpre os requisitos mínimos para uma matrícula.

Estes requisitos referem-se às obrigações que todos os automóveis novos devem cumprir em termos de segurança, tanto em termos de dispositivos como ABS ou airbags como estruturalmente, uma vez que define os requisitos mínimos a cumprir na utilização de aço e ferro para automóveis.

Assim, os mexicanos não poderão ver nas ruas um carro elétrico que nunca deixa de surpreender. A sua autonomia elétrica é, segundo o fabricante, de 50 a 70 quilómetros, embora seja muito provável que estes números se refiram a ciclos de homologação chineses e que em condições reais de condução sejam menos capazes.

Para atingir estes quilómetros, é alimentado por uma bateria de 60 volts que é recarregada com um carregador de 110v já incluído. Para usufruir de toda a sua autonomia, o veículo precisa de estar ligado à corrente durante quatro a oito horas. Além disso, para conservar os quilómetros disponíveis, o automóvel não ultrapassa os 30 km/h.

Quanto às outras características técnicas, o Chang Li S1 Pro tem 2,35 metros de comprimento, 1,60 metros de altura e 1,20 metros de largura. No habitáculo, há espaço para um máximo de quatro pessoas, mas idealmente não mais de três passageiros.

Estas questões poderão igualmente serem importantes um pouco por todo o mundo. Não se pode apenas olhar para o preço “online”. Tudo o resto poderá tornar o carro… num não negócio!

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