A partir de hoje, o Luxemburgo é o primeiro país do mundo com transportes públicos gratuitos. Este projeto foi anunciado no final de 2018 e esteve em testes durante todo o ano de 2019. Agora é oficial.
Este sistema é implementado a todo o território, o que o destaca de outros projetos que funcionam noutros países.
Comboio e autocarro gratuitos em todo o país
Os países fazem um esforço para chegar com os transportes públicos a mais áreas, para servir mais pessoas. No Luxemburgo, este projeto estava a ser estudado há vários anos. A ambição era conseguir ser o primeiro país no mundo a abolir os transportes coletivos pagos. Neste pacote estão incluídos o comboio, metro e autocarro.
Segundo o executivo do país, este é um passo importantíssimo para incentivar a mobilidade sustentável, já que a cidade do Luxemburgo sofre de uma das piores crises de congestionamento rodoviário do mundo.
Com uma população de apenas 602 000 habitantes, pode ser um dos menores países da Europa, contudo a ideia não tem precedentes.
O governo quer que o Luxemburgo se torne um laboratório de mobilidade.
Referiu o ministro da Mobilidade, François Bausch, que aponta para a população em rápido crescimento do grão-ducado, com um aumento de 40% em 20 anos.
Nos últimos anos, cerca de 200 000 trabalhadores – quase metade da força de trabalho do Luxemburgo – viajam da Bélgica, França e Alemanha, atraídos por altos salários e uma economia rica. Portugal também tem muitos cidadãos a trabalhar no país.
Quanto vai custar este projeto?
Viajar nos transportes públicos será gratuito para residentes e visitantes, exceto para passageiros de comboio de primeira classe.
O preço do projeto será de 41 milhões de euros em tarifas de passagens perdidas, mas isso será pago pelo contribuinte.
É claro que só porque eu chamo de transporte gratuito não significa que ninguém pague.
Explicou Bausch, que faz parte do partido verde do Luxemburgo, déi Gréng.
O custo total da operação do serviço é superior a 500 milhões de euros, de modo que o governo vê a receita perdida como relativamente pequena.
Na verdade, antes desta alteração, um bilhete custava 2 euros e o dobro para um passe diário. Muitos trabalhadores têm o seu passe de viagem anual subsidiado, portanto, poucas pessoas gastam muito em transporte de qualquer maneira.
Mas então qual a razão para este projeto?
O governo tem vários motivos:
- Quer promover uma medida social que atingirá mais uns contribuintes do que outros
- Pretende tirar os carros da estrada – já que o Luxemburgo tem mais carros por 1000 pessoas do que em qualquer outro lugar na UE
- Ambiciona atingir o objetivo de ter mais 20% de passageiros em transportes público dentro de cinco anos
- Alertar os cidadãos luxemburgueses sobre os problemas ambientais do seu país
- Quer investir na rede de transportes para lidar com um aumento já grande de passageiros
Medida também vai beneficiar outros cidadãos
Estas medidas também vão beneficiar outras pessoas que entram no Luxemburgo. Além da circulação gratuita dentro do país, os bilhetes dos autocarros e comboios que cruzam as fronteiras são, a partir deste sábado, mais baratos.
Na capital do país vivem cerca 110 mil pessoas, mas outras 400 mil deslocam-se diariamente para a cidade, vindas não só de outras zonas do país como também das vizinhas França, Bélgica e Alemanha — destes países chegam diariamente 175 mil pessoas a uma nação com uma população total de 602 mil habitantes.
Portanto, a medida no fundo, promove uma melhoria significativa no capítulo dos transportes dentro e para o país. Beneficia residentes, trabalhadores, mas também os cerca de 1,2 milhões de turistas que o país recebe por ano.