Famosos na Ásia, incrivelmente rápidos, os comboios que levitam são um desafio à engenharia ferroviária e, na Europa, a tecnologia ainda não chegou. Contudo, a empresa italiana IronLev efetuou um ensaio inaugural muito interessante.
Para quando comboios maglev na Europa?
Os comboios flutuantes estão mais perto da Europa depois de um ensaio pioneiro de levitação magnética – também conhecida como maglev.
A empresa italiana IronLev, que desenvolveu a tecnologia, afirma ter realizado o primeiro ensaio de maglev numa linha de comboio existente – e tem as imagens que o comprovam. Pode ver as provas por si próprio no vídeo abaixo:
A viagem do maglev teve lugar numa linha ferroviária perto de Veneza. Ao longo de um percurso de dois quilómetros, o protótipo do veículo atingiu uma velocidade de 70 km/h. Segundo a IronLev, não foi efetuada qualquer modificação na via.
O ensaio poderá abrir caminho à levitação magnética nas linhas de caminho de ferro já utilizadas. A IronLev afirmou ontem que esta experiência poderá abrir caminho à levitação magnética nas linhas de caminho de ferro já utilizadas, o que permitirá obter “vantagens significativas” em termos de eficácia e de redução do ruído e das vibrações.
O sistema também promete viagens limpas, ecológicas e rápidas. Ao utilizar a eletricidade para pairar sobre uma almofada de ar, os comboios maglev podem reduzir as emissões de carbono sem sacrificar o desempenho.
No entanto, o seu percurso até às vias férreas reais tem sido lento. Após décadas de investigação e desenvolvimento, ainda só existem seis comboios maglev em funcionamento: três na China, dois na Coreia do Sul e um no Japão.
Tentativa no tempo da Guerra Fria
No final da Guerra Fria, a Alemanha também explorou brevemente um serviço de maglev. Entre 1989 e 1991, a linha preencheu uma lacuna na rede de transportes públicos causada pelo Muro de Berlim. Após a reunificação da Alemanha, a linha foi suprimida.
Desde então, vários fatores atrasaram o regresso do sistema à Europa. Um deles é o elevado preço da tecnologia. O maglev de Xangai, por exemplo, custou cerca de 55 milhões de euros por quilómetro de via.
Outro obstáculo de longa data para os comboios maglev é a incapacidade de os fazer funcionar nas infraestruturas existentes. Mas a IronLev poderá ter finalmente encontrado uma solução para esse problema.