Cada vez mais os carros trazem uma maior interação com os smartphones em pleno ato de condução. Também é verdade que os veículos trazem mais tecnologia de assistência à condução. No entanto, um estudo refere que usar os sistemas de entretenimento, como o CarPlay da Apple, prejudica o tempo de reação do condutor mais do que a cannabis.
No estudo foram consideradas as utilizações, em condução, do CarPlay da Apple, Android Auto da Google, as mensagens no telefone, usar a voz no telefone, entre outros.
Basicamente o que foi comparado e testado foi a reação do condutor quando usa certos dispositivos durante o ato da condução. Além disso, juntaram o tempo de reação da pessoa que vai ao volante e que está sob o efeito de uma droga, a cannabis.
Mas o que é o CarPlay?
Para percebermos do que se está a falar, segundo a Apple, o CarPlay (e o mesmo sistema da Google, o Android Auto) é uma maneira inteligente e segura do condutor usar o seu iPhone enquanto conduz. Este sistema oferece um painel com sugestões de músicas, apps de trânsito, o assistente virtual Siri, aplicação de calendário, além de vários outros serviços em forma de aplicação.
Contudo, segundo a empresa iAM RoadSmart:
Os resultados preocupantes das investigações levadas a cabo pela IAM RoadSmart mostram que os mais recentes sistemas de informação e entretenimento para veículos prejudicam mais o tempo de reação ao volante do que o uso de álcool e cannabis.
Entre os resultados chocantes, o estudo – realizado pela TRL em nome do IAM RoadSmart, da FIA e do Rees Jeffreys Road Fund – constatou que os tempos de reação nas velocidades das estradas aumentavam as distâncias médias de travagem entre quatro e cinco carros, os condutores tiravam os olhos da estrada durante 16 segundos enquanto conduziam e o controlo por toque nos ecrãs resultou em tempos de reação ainda piores do que enviar mensagens de texto durante a condução.
Conforme pode ser visto no gráfico abaixo, o uso destas soluções que têm múltiplas escolhas podem ser mais problemáticas que o uso de substâncias proibidas. Isto, claro, no capítulo da distração enquanto se conduz. Outro facto a reter é que o uso de voz, com os assististes virtuais, como o Siri da Apple ou o Google Assistent, podem ajudar, mas não serão a solução. Continuará a haver distração.
Reação na condução pior que condução com efeito de álcool
Além do que foi reportado em termos comparativos, o estudo afirma ainda que o uso do ecrã sensível ao toque CarPlay da Apple reduzirá o tempo de reação do condutor em 57%. Aliás, é pior que usar um telefone na mão. Além disto, também declararam que a execução de tarefas de navegação com o CarPlay pode resultar num desvio de posição da faixa de até 0,50M.
Com o evoluir da tecnologia, certos pontos mais problemáticos serão levados a outro patamar. Isto porque os carros já têm tecnologia de condução assistida, mas isso não invalida a total atenção do condutor. Mais entretenimento pode ser sinónimo de menos atenção, o que poderá ser uma causa crescente de acidentes nas estradas.
Apesar de ser um estudo norte-americano, a penetração em Portugal destas tecnologias é cada vez maior. Nesse sentido, os dados e a incidência dos perigos estão perfeitamente adequados ao nosso mercado.