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Devem os governos tornar os transportes públicos gratuitos?

É o país mais rico do mundo e, há cerca de três anos, tornou os transportes públicos gratuitos. Será que a decisão do Luxemburgo tem surtido efeitos e que lições podem os restantes países tirar deste caso de sucesso?


Em 2020, o Luxemburgo registou a maior densidade de automóveis da União Europeia: 696 carros por 1.000 pessoas, contra a média de 560. Em consequência, foi afetado por um desmedido volume de trânsito e por descontrolados níveis de emissões de gases com efeito de estufa.

Algures nesse ano, o país tornou oficial um projeto que vinha a testar desde 2019, tornando-se no primeiro do mundo a assegurar transportes públicos gratuitos, em todo o território.

Três anos depois da implementação da gratuitidade dos transportes públicos, já há resultados, e os feedbacks são muito favoráveis. Afinal, o novo sistema permite “viajar facilmente” e é “muito positivo para o ambiente”. Para alguns cidadãos, os transportes gratuitos passaram até a ser vistos como “um direito fundamental”.

É uma boa iniciativa, favorece o setor público, reforça o setor público.

O transporte é um direito fundamental dos habitantes. Se se tem o direito de trabalhar, também se tem o direito de ir para o trabalho sem demasiados custos.

Opinou Ben Dratwicki, professor, no Luxemburgo.

Validando um dos principais objetivos da iniciativa, os habitantes confirmam que a gratuitidade dos transportes os incentivou a deixar os carros em casa.

Como é gratuito, é mais fácil tomar uma decisão rapidamente, escolher entre o transporte público ou o carro particular. Isto significa que é muito positivo para o ambiente e prático.

Partilhou o contabilista Edgar Bisenius, segundo a euronews.green.

François Bausch, vice-primeiro-ministro do Luxemburgo

Apesar do sucesso dos transportes públicos gratuitos, do ponto de vista dos cidadãos, Merlin Gillard, um investigador especializado em transportes públicos, vê que “a cultura do carro ainda está muito presente e ainda é bastante complicado atrair as pessoas do carro para o transporte público”.

Segundo François Bausch, vice-primeiro-ministro do Luxemburgo, esta iniciativa tem “um custo considerável, mas é pago por todos os contribuintes”. Além de que “há mais equidade, porque, obviamente, os que pagam poucos impostos não pagam nada ou pagam muito pouco neste sistema”.

 

Deveria a gratuitidade dos transportes públicos chegar a mais países?

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