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Análise: Vodafone Connect Pen K5005

A necessidade de transferência rápida de dados aliada à mobilidade não pára de aumentar. A Cloud está “na moda” e são muitos os recursos que dela podemos tirar, tornou-se num meio com enormes capacidades e veio definitivamente para ficar. A cobertura de redes de “quarta geração” está solidariamente a crescer e os três operadores móveis facilitam-lhes o acesso com a sua oferta de equipamentos 4G.

A Vodafone enviou-nos o modem USB Connect Pen K5005, com capacidade de ligação às redes LTE, e fizemos um “test drive” ao seu funcionamento.

Foi há mais de 6 meses que publicámos uma análise aos equipamentos 4G da TMN. Não analisámos um modem USB como agora o fizemos com a Vodafone, no entanto o teste foi efectuado na mesma zona (embora não tão minucioso) e é possível ter uma ideia da diferença de cobertura entre as duas redes, 6 meses depois mas noutro operador.

A Vodafone disponibiliza uma estimativa de cobertura por freguesia em todo o território nacional e, na zona onde os testes foram efectuados (perto do Estádio Cidade de Coimbra), é referida cobertura “com velocidades até 43,2 Mbps na rede 3G e 150Mbps na rede 4G”.

 

Vodafone Connect Pen K5005

Trata-se de um modem fabricado pela Huawei capaz de atingir velocidades de até 100Mbps em LTE e 43.2Mbps em HSPA+. Tem um slot para cartão Micro SD que pode ser usado como um adaptador de cartões. Estando o cartão lá colocado, transforma-se numa grande PEN Drive “com modem LTE incluído”.

Especificações técnicas

  • LTE 800/2600 MHz
  • 2×2 MiMo, LTE categoria 3 (100Mbit/s no Downlink, 50Mbit/s no Uplink em 20MHz de largura de banda)
  • UMTS com HSDPA, HSUPA, HSPA+, Dual-Carrier HSPA+ (DC-HSPA+) e Receive Diversity (42Mbit/s no Downlink, 11Mbit/s no Uplink)
  • GSM com suporte EDGE
  • Slot para cartão MicroSD até 32GB
  • Ligação para antena externa TS-9

Primeiro que tudo, não posso deixar de referir o tamanho exagerado deste dispositivo. Não me refiro a ser de maiores dimensões dos que são oferecidos por outras marcas, porque não o é, mas refiro-me apenas ao dispositivo em geral como algo avançado tecnologicamente mas que, em termos estéticos e de comodidade, é uma regressão.

Ao ligá-lo pela primeira vez no PC senti-me estranho: rodei a ficha USB para o poder ligar, peguei no dispositivo com a parte mais óbvia virada para cima e… não encaixou. Nos computadores portáteis as portas USB têm uma posição comum: ao ligar, a parte de maior espessura fica do lado de baixo. Pois bem, para poder ligar a Connect Pen, a parte aparentemente superior fica obrigatoriamente virada para baixo, o que inclui a luz de estado, e para cima fica virada a parte com os dados técnicos do dispositivo! Resumindo, a ficha USB está virada ao contrário.

 

Software Vodafone Mobile Broadband

O software que acompanha este modem, embora funcione razoavelmente bem, é demasiado intrusivo no sistema (pelo menos em Windows). Após instalado, passa a figurar entre a ligação ao hardware de qualquer interface de rede (quer seja Wi-Fi, Ethernet ou móvel via USB) e a gestão do sistema Windows. Ou seja, estando o software aberto, ao ligar o PC normalmente a uma rede Wi-Fi, primeiro é o software Vodafone a obter ligação e só depois o sistema diz que está ligado, o que adiciona algum atraso na ligação. Como referi, este facto não impede que tudo funcione correctamente mas parece-me completamente desnecessário ser obrigado a adoptar este software como gestor das ligações de rede do sistema só para poder utilizar a ligação de rede móvel.

A acrescentar a isso, e porque me deslocava no carro enquanto tentava apanhar uma zona de máxima cobertura, a actualização da força do sinal de rede é deficiente e tem uma taxa de actualização muito baixa. A força de sinal indicada pela aplicação e pelo sistema não coincide na generalidade das vezes, onde a indicada pelo sistema parece mais precisa. Para conseguir ver a real força do sinal em determinado local, fui obrigado a interromper a ligação e retomar novamente, o que por vezes demora mais de um minuto a fazer esse procedimento dado e tempo inicial necessário de ligação (também este um ponto menos positivo).

 

Os testes

Na verdade, para a generalidade das tarefas não é necessária grande largura de banda. Algo como 10Mbit é mais que suficiente para 95% do que se faz actualmente online. O mais importante nem sempre é a largura de banda mas sim a latência e estabilidade do serviço. Para a latência, um valor menor indica melhor desempenho, para o upload e download um valor maior indica melhor desempenho.

Para efectuar os testes recorri a dois serviços diferentes: Speedtest.net (servidor Vodafone Porto) e QoS PT. Procederam-se a 15 testes em cada um dos serviços e em 5 locais ligeiramente diferentes, portanto em cada local fizeram-se 3 testes em cada um dos serviços.

Resumo dos resultados:

A discrepância entre os 2 serviços utilizados é grande e não é possível tirar uma conclusão muito sustentada. O servidor utilizado no Speedtest foi o da Vodafone Porto, que por sinal era o que fornecia melhores resultados entre os nacionais, mas mesmo assim ficaram aquém do esperado. No serviço QoS da PT, os resultados são mais animadores mas longe do “prometido” pelo serviço. O valores apresentados em cada linha são a média dos 15 testes efectuados em cada serviço. Na coluna mais à direita é a apresentada a média que considera a discrepância entre resultados.

Resumindo, os valores médios finais obtidos são inferiores à velocidade máxima alcançável pela mais rápida tecnologia 3G existente (43Mbit), portanto não foi tirado partido da tecnologia LTE (embora fosse a ligação utilizada), pelo menos considerando a cobertura disponível nesta cidade.

Quanto à estabilidade, o modem (quer funcionasse em 2G, 3G ou 4G) não decepcionou e esteve sempre à altura, sem quebras de ligação nem bloqueios. Tirando o calor intenso que transmite após alguns minutos de funcionamento (o que revela que tem um rendimento energético longe de 100%), funciona sem problemas.

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Mas antes de adquirir um dispositivo 4G tenha atenção às letrinhas pequenas nas características do produto. Porque a ANACOM assim o definiu (sabe-se lá porquê :)), existe uma PUR (Política de Utilização Responsável) referente ao tráfego mensal, onde a navegação “ilimitada” à velocidade paga está limitada a 15GB de tráfego. Uma vez atingido esse plafond “ilimitado”, a torneira fecha e apenas pinga 128kbps. Eis a citação:

A Vodafone reserva o direito de aplicar medidas restritivas à utilização do Serviço de Banda Larga Móvel, se o tipo ou volume de utilização de um cliente potenciar a redução da qualidade de serviço dos restantes ou a integridade da sua rede. No âmbito destas medidas, e no que reporta ao volume de utilização, a Vodafone reserva o direito de, após verificado um consumo acumulado de 15 gigabytes no respectivo período de facturação mensal, reduzir temporariamente e até ao final desse período a velocidade de serviço disponível ao Cliente.

Utilizando 80% da largura de banda paga, portanto 80Mbit, numa transferência contínua a essa velocidade será possível esgotar o plafond “ilimitado” em apenas… 32 minutos! Após isso pode voltar a sentir como era bom navegar em linhas RDIS, há mais de 10 anos.

O Pplware agradece à Vodafone o empréstimo deste produto para análise.

Vodafone Connect Pen  

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