O Ubuntu tem estado a preparar uma mudança grande e até drástica para muitos. Vai de forma definitiva abandonar a arquitetura de 32 bits e passar apenas a suportar a mais recente, de 64 bits.
Se a maioria vê neste passo uma vantagem e uma melhoria, outros vêm esta mudança como negativa. As primeiras quebras parecem ter chegado, com o Steam e o Wine a recusarem a mudança nas suas apps.
Os planos da Canonical para o Ubuntu parecem claros e simples. A versão 19.10 desta distribuição Linux vai abandonar as atualizações das bibliotecas da arquitetura i386 (32 bits) e assim dar um passo para a uniformização.
Esta sua ideia, mesmo parecendo acertada e igual à de outros sistemas, está a ser mal recebida. Os programadores não querem ter de criar as novas versões das suas apps, algo que será obrigatório. As primeiras baixas parecem estar já no Steam e no Wine.
Steam não vai acompanhar Ubuntu na nova arquitetura
A equipa da Valve que esta dedicada a manter a versão para Ubuntu do Steam já veio a público mostrar sua opinião. Um programador dessa equipa anunciou que a nova versão não será suportada e nem sequer recomendada.
Ubuntu 19.10 and future releases will not be officially supported by Steam or recommended to our users. We will evaluate ways to minimize breakage for existing users, but will also switch our focus to a different distribution, currently TBD.
— Pierre-Loup Griffais (@Plagman2) June 22, 2019
A Valve vai procurar medidas para minimizar o impacto nos utilizadores e procurar uma nova distribuição. Esta é uma perda importante, porque o Steam é a mais importante plataforma de gaming no Linux.
Wine também está a ponderar não ter uma versão de 64 bits
Para além do Valve, também o Wine assenta a sua app nestas bibliotecas de 32 bits. Caso desapareçam, também esta aplicação essencial para muitos irá ter problemas graves.
Apesar de ter garantido que pode criar uma versão de 64 bits do Wine, o sentimento é que não o quer fazer. Para além de ter de usar bibliotecas de versões mais antigas, existe ainda a questão de sempre ter sido advogado que não iria existir esta versão.
Pode o Ubuntu viver sem o suporte para 32 bits?
Um teste realizado por Alan Pope, gestor de comunidades da Canonical, mostrou uma realidade complicada. A remoção do suporte para 32 bits será prejudicial. A grande maioria dos jogos ou não foi instalado ou tinha problemas na execução.
Fica assim a dúvida se será benéfico à Canonical apostar no fim dos 32 bits e abraçar os 64 bits apenas. A comunidade já mostrou a sua opinião e tudo leva a crer que certamente este passo não será dado.