Pplware

Teste Microsoft Kinect – Uma aventura Pplware!

Depois da entrevista do Hugo Cura à Sofia Tenreiro acerca do Microsoft Kinect, chegou a altura de colocar as mãos na massa e comprovar se realmente este novo lançamento da gigante de Redmond revolucionará ou não a forma como interagimos com os videojogos.

Ana Narciso e o Paulo Silva rumaram às instalações da Microsoft Portugal, no Taguspark em Oeiras e foram convidados a testar uma série de demonstrações dos jogos que acompanharão a pequena, mas poderosa câmara. Kinectimals, Kinect Adventures, Kinect Sports e Kinect Dance Central foram experiências deliciosas, com muitos pulos, risos, exercício e até dança à mistura.


Passavam poucos minutos das 9 horas da manhã quando estacionámos junto à entrada principal da gigante companhia norte-americana. A ansiedade era bastante e as expectativas altas. Fomos recebidos em pleno coração da Microsoft, por Sara Fernandes, Gestora de Produto Xbox Portugal.

Dirigimo-nos a uma sala protótipo, muito semelhante a uma sala comum, com um gigante televisor, sistema de som surround, a XBOX 360 e a elegante câmara Kinect. Estavam lá duas consolas, a XBOX 360 como a conhecemos e a XBOX versão debug, a utilizada nos testes que efectuamos, já compatível com o Kinect.

Kinectimals

Trata-se duma aventura interactiva com um animal de estimação virtual, que bem pode ser um leão, uma chita ou uma pantera bebé e de aspecto deliciosamente fofinho. Por esta altura começa-se já a perceber as potencialidades deste novo brinquedo da Xbox e à medida que a Ana brincava com o seu leão juvenil e o ensinava a saltar, rebolar ou mesmo fingir-se de morto diversas capacidades do Kinect iam-nos sendo demonstradas.

Embora o público-alvo deste jogo sejam as crianças mais pequenas, o Kinectimals é um jogo que “derrete” qualquer adulto. É-nos mostrado uma pequena chita bebé, cujo realismo do pêlo dá vontade de de agarrar e acarinhar, super brincalhona e pronta a interagir com o utilizador. É possível desenvolver uma série de acções tais como dar festas ao animal e ensinar-lhe truques por imitação – o animal tenta sempre imitar-nos, numa fluidez de movimento e sem qualquer atraso na captura das nossas posições.

Note-se que serão vendidos também acessórios para este jogo, pequenos peluches (físicos) que poderão ser incluídos no ambiente do jogo, convertendo-se em personagens virtuais. No nosso caso, experimentámos incluir uma pequena pantera bebé, ainda mais fofinha que o animal anterior.

A combinação software/hardware por detrás do Kinect e que permite captar os nossos movimentos já foi muitas vezes comparada com as potencialidades da Wii ou de Eye Toy, mas a verdade é que essa é uma visão um pouco minimalista.

Com uma acuidade tremenda que se traduz numa capacidade precisa e real de compreender o espaço tridimensional em que o jogador se insere e com uma percepção quase perfeita dos principais pontos de flexão das articulações do corpo humano, o Kinect permite ao jogador entrar no próprio jogo. O mecanismo de detecção de 3D, conforme poderemos ver nos vídeos mais adiante, encontra-se muito bem implementado e deixa-nos sentir isso mesmo… a sensação de profundidade encontra-se efectivamente presente.

O objectivo do Kinectimals, provavelmente virado para uma faixa etária mais baixa, é o de ter um animal de estimação e de cuidar e brincar com ele, usando as nossas mãos como se de duas varinhas mágicas se tratassem.

Podemos dar festas ao animal, mandá-lo rebolar na relva como se faz no circo com as feras, saltar com ele, enfim uma grande variedade de opções de interacção com movimentos de mãos pré-definidos que são interpretados como comandos. Existe também a hipótese de levar a nossa ferinha a fazer exercício através de circuitos de manutenção (semelhantes aos que existem nas exposições de cães de raça) onde é necessário encadear vários desses comandos para que o nosso leãozinho consiga concluir o percurso o mais rápido possível e sem se magoar, claro está.

Resumindo, Kinectimals, embora originalmente para um público mais novo, acaba por se transformar num bom momento de diversão para todas as idades e para todas as alturas. Entretanto vai-se tornando mais forte a sensação de que o Kinect traz um novo modo de interagir com os jogos que, pois além de ser de rápida adaptação permite também uma maior intimidade com o jogo.

Kinect Adventures

Após terminarmos a apresentação do Kinectimals, saltámos imediatamente para o Kinect Adventures, um jogo de aventura, no qual foi-nos possível apreciar três níveis dos cerca de 20 da versão final. Foi o primeiro jogo multiplayer. O Kinect reconhece mais que um corpo em frente à câmara sem qualquer problema. Neste caso, trata-se de um jogo que permite que 2 jogadores desçam um rápido, com o auxílio de movimentos muito intuitivos como saltar para que o barco salte também, mexer os braços para apanhar as moedas, inclinar para a frente para andar mais rápido, andar a correr de um lado para o outro para mudar a direcção, enfim, trata-se de um jogo bastante cansativo, mas muito divertido!

A entrada do segundo jogador em cena é extremamente simples e intuitiva, bastando “aparecer” ao lado do primeiro e deixar que o Kinect o detecte. A partir daí, embora o jogador 1 seja quem controle as opções mais relevantes do jogo, ambos se encontram presentes e interagem com o Kinect.

Esta interacção com menus e opções é feita com a palma da mão aberta apontando na direcção do ecrã onde queremos fazer algo, um pouco à semelhança do que se passa com o comando Wii. Para confirmar uma acção, tem de se manter a palma da mão aberta durante 2 ou 3 segundos em cima do elemento de interacção pretendido (botão, alavanca, etc.) para que o sistema reconheça que não se trata dum comando casual.

O primeiro nível era simples e pedia que, em simultâneo, nos desviássemos dos obstáculos, e apanhássemos umas medalhas espalhadas pelo circuito, tendo para isso que saltar, abrir os braços, esticarmo-nos, dobramo-nos ou baixarmo-nos. Este nível é jogado numa perspectiva 2D por detrás dos jogadores e de frente para o circuito. A ideia era atingir o final do rio mais depressa que o adversário e com mais medalhas apanhadas pelo caminho.

Para jogos com mais de uma pessoa, Sara Fernandes indicou-nos que o ideal seria os jogadores se posicionarem a cerca de 2 metros de distância do Kinect, para que o ângulo de “visão” do aparelho seja mais amplo e permita maior raio de acção dos jogadores. Para vos dar uma noção do espaço deixem-me indicar-vos que jogámos numa área de 2 metros de largura por 1,5 metros de comprimento e o Kinect portou-se sempre à altura, havendo apenas alguns distúrbios compreensíveis quando um de nós inadvertidamente caia para a frente do outro. Num normal jogo singleplayer, Sara Fernandes referiu-nos que uma distância entre 1,5 metros e 1,8 metros será o ideal para que se usufrua das totais potencialidade do Kinect.

Este nível trouxe-nos algo que já tínhamos visto no Kinectimals, mas que aqui se tornou mais óbvio – a rapidez de reacção do Kinect. O aparelho quase não apresenta delay, tornando-se ridículo por vezes dar por nós a saltar prematuramente na antecipação dum obstáculo e tal como seria expectável na realidade, ser demasiado prematuro.

Jogar a dois este jogo é extremamente divertido e suspeitamos que muitos bons serões irão ser passados entre amigos ou familiares em volta dele. Com a confusão que se gera a meio do jogo com tantos saltos, aberturas de braços, desequilíbrios, é uma experiência bastante divertida (menos para o vizinho de baixo, se tiverem).

O segundo nível que experimentámos, tinha como cenário o interior duma sala quadrada, algures numa nave espacial com o planeta Terra ao fundo. Nessa sala apareciam aleatoriamente bolhas em qualquer localização ou quadrante do ecrã, mais acima, mais abaixo, mais para o fundo da sala, mais para trás, e cabia-nos a nós apanhar o maior número de bolhas no tempo de jogo. Uma vez que estávamos numa nave espacial havia um terceiro factor a ter em conta, a gravidade.

A deslocação no eixo dos Y correspondia a um suave “bater” de braços. A deslocação no eixo dos X era com passos laterais e no Eixo dos Z, com passos para a frente e/ou para trás. Extremamente engraçado, e em multijogador definitivamente hilariante, com alturas de “tudo ao molho e fé em Deus“ na tentativa de apanhar as bolhas.


Foi neste nível que nos apercebemos do enorme potencial do Kinect em termos de noções de profundidade. Conjugando a quase ausência de delay mencionada anteriormente com uma perfeita noção do ambiente 3D onde o jogador se insere e movimenta, atinge-se um nível de imersão no jogo muito bom, e apenas com quebras quando um dos jogadores fica inadvertidamente tapado pelo outro.

Terceiro nível, por fim testámos o nível de Kinect Adventures que era uma espécie de corrida de carros de transporte de carvão nas minas (ao estilo de Indy Jones), onde numa mecânica semelhante ao jogo do bote de borracha, tínhamos de ir apanhando as medalhas espalhadas pelo percurso, enquanto nos desviávamos dos obstáculos e tentávamos ganhar velocidade para chegar mais depressa.

O Kinect Adventures, acaba por ser um jogo simples e divertido para todas as faixas etárias e que apresenta uma simplicidade cativante, e que ganha realmente bastante fulgor e interesse graças a interface do Kinect.

No entanto ficam algumas duvidas sobre quais as mecânicas que as equipas de desenvolvimento irão implementar noutros títulos que necessitem de outros tipos de interacção mais complexos como por exemplo disparar ao mesmo tempo que conduzimos, conduzir um carro com mudanças, travões e embraiagem.

Na próxima página veja:

Kinect Sports

Após termos chegado ao final da Demo de Kinect Adventures, Sara Fernandes apresentou-nos a Kinect Sports. Trata-se dum jogo que,  como o nome indica, apresenta várias modalidades desportivas (semelhante a outros títulos lançados para consolas concorrentes). Nesta versão apenas tivemos oportunidade de dar uns chutos no futebol co-op, o singleplayer de Bowling e lançamento do dardo.


Futebol

Começámos pelo desporto rei, onde fiquei a descobrir que a Ana Narciso tem um pé direito que vale mais que alguns que jogam na nossa selecção.

O jogo é simples. Somos os dois da mesma equipa e temos movimentos para atacar e defender. O ataque é simples, consistindo em passes ou remates. Quando temos a bola em nosso poder temos de decidir rapidamente o que fazer com ela e para tal damos o chuto na direcção correcta e com a força adequada. Nós, com o nosso movimento do pé é que indicamos a direcção e o Kinect interpreta isso no ambiente 3D do jogo de futebol e ilustra isso de forma bastante boa.

A intensidade do chuto indica se estamos a passar devagar, com força ou a rematar. Quando não temos a bola temos de defender, certo? (há jogadores que se esquecem disto por vezes).

A lógica é, o adversário tem a bola em seu poder e vai-nos sendo apresentado alternadamente alternativas de passe que ele tem e à última hora escolhe uma direcção para onde vai tentar passar/chutar. Nós temos de forma rápida cortar essa linha de passe esticando o pé ou movendo-nos nessa direcção.

Podemos ficar com a bola ou gerar um ressalto e assim por diante. Parecendo um jogo de matraquilhos humano, apresenta uma mecânica bastante simples, com pouca movimentação, pouca disciplina táctica, pouca profundidade a nível de simulação. É divertido mas que satisfará essencialmente os adeptos de jogos fáceis, simples e para ser jogado em ambientes descontraídos.


Novamente, algumas questões ficam no ar direccionadas para as equipas de desenvolvimento, tais como, “como serão implementados os diferentes mecanismos existente agora nas séries FIFA e PES passes em profundidade, dribles, cortes de carrinho?” ou por exemplo “se a câmara não detecta o corpo de costas, como fazer um pontapé de bicicleta?” por exemplo. As equipas de desenvolvimento apresentarão as respostas nos próximos meses.

Já agora aproveito para deixar o resultado final de 1-0 a nosso favor com um grande golo de pé direito da Ana Narciso, ao ângulo superior esquerdo da baliza adversária.

Engraçado também o facto de em todos os jogos que aqui mencionamos o Kinect ocasionalmente decidir tirar fotografias da nossa performance que nos são mostradas no final e que através do Xbox Live podem ser lançadas no Facebook.


Dardo

Após o relvado partimos para outro desporto. Lançamento do Dardo. Novamente um jogo sem grande complexidade onde o objectivo é correr o mais rápido possível, e lançar o dardo com a maior força que se consiga arranjar. Realmente é mesmo isso.

Quanto mais se corre mais velocidade o Kinect emprega no nosso personagem, e quanto mais forte for o lançamento maior o impulso o Kinect dá ao dardo. A mecânica é simples e funciona bem (excepto o facto de no primeiro lançamento ter falhado a zona de jogo e quase ter trespassado um fotógrafo).

Umas coisas que reparámos durante as nossas experiências de jogo foram que havia alturas em que parecia que os nossos movimentos desapareciam. Sara Fernandes explicou-nos o ocorrido. Por vezes, durante os nossos movimentos nos jogos, há partes do corpo que ficam por detrás de nós, e como tal o Kinect ao não vê-las perde temporariamente a ligação com elas. Sara Fernandes deu-nos um exemplo que se passou com um desportista de lançamento do dardo profissional que ao testar o Kinect acertava sempre aos seus próprios pés. Era precisamente isso que acontecia.

No movimento do lançamento do dardo profissional, o atleta por breves momentos coloca a mão que segura o dardo atrás das costas, o que levava o Kinect a não atribuir esse movimento ao lançamento do dardo.

Bowling

Por fim fomos ao Bowling, onde pudemos novamente comprovar a percepção extremamente detalhada que o Kinect consegue ter dos nossos movimentos (neste caso com a mão) em sintonia com o ambiente circundante. Neste jogo, tal como na realidade, a força e posição da mão são deveras importantes e o Kinect consegue com grande precisão captar esses pormenores e simula-los no ecrã.

Kinect Dance Central

Para que a despedida não se torne triste e melancólica nada melhor que terminar com uma canção e, como tal a nossa fez-se ao som de Lady Gaga e da sua faixa Poker Face no Dance Central, um jogo que promete pôr toda a gente a dançar pelas salas de estar deste País. O jogo, cuja fórmula não será particularmente inédita propõe ao jogador ser a estrela dum videoclip de dança duma musica à escolha.

No canto inferior direito aparece um preview do próximo movimento a fazer (um pouco à semelhança do preview da próxima peça no Tetris) e temos de ir acompanhando a música executando com a máxima prontidão e perfeição esses movimentos. O jogo vai avaliando e pontuando a nossa exibição até ao final da música e dá-nos o seu veredicto. Alternando entre movimentos pré-definidos pelo intérprete em questão com momentos de freestyle o jogo é divertido e o Kinect mais uma vez acompanha muito bem o que se passa deste lado do ecrã.

Segundo a Ana: O meu favorito, e eu até nem danço muito! O que eu ri com as minhas figuras a dançar Lady GaGa, no seu “Poker Face”. Mesmo no nível de dificuldade fácil, foi difícil acompanhar os movimentos da instrutora de dança virtual que me ensinava os movimentos da coreografia do “Poker Face”. Acho que o vídeo vale mais que tudo o que eu possa escrever aqui. Imaginem as possibilidades de inclusão de novas músicas.

Terminados os testes com os jogos ainda tivemos tempo de ver um pouco como será o Dashboard da Xbox quando estiver devidamente preparada para reagir completamente ao Kinect. Com alguns pormenores e melhorias gráficas e de interface a navegação pelos Menus da Xbox nunca terá sido tão simples e fácil de fazer, ficando tudo à distância dum simples arrastar de palmas das mãos. Simples e intuitivo.

Ainda deu para ver, em ambiente debug, o que a câmara do Kinect vê quando nos posicionamos em frente dela. Se alguém já viu aquelas filmagens usadas para captura de movimentos, como por exemplo do Gollum do Senhor dos Anéis, deixem-me dizer-vos que é um pouco assim. O dispositivo vai tentar numa primeira instância identificar as articulações e o tronco do jogador e a partir daí o resto é fácil. Os jogos apenas têm de receber e perceber esse input e traduzir isso para o seu ambiente.

Uma questão que entretanto surgiu e que quando colocada foi em relação ao reconhecimento da língua portuguesa pelo Kinect. As indicações que obtivemos foram que a versão portuguesa sairá mais tarde estando neste momento em fase de desenvolvimento. Ainda nos foi comunicado que presumivelmente a nossa Língua (bem como muitas outras ainda não existentes) será distribuída através de actualizações gratuitas na Xbox Live.

Em jeito de considerações finais gostaria de deixar duas ideias que sobressaíram desta nossa hora de experimentação com o Kinect.

Embora os jogos que tenham sido testados sejam na sua generalidade jogos casuais, sem grandes níveis de complexidade ou exigência ficamos com a noção de que efectivamente o Kinect tem muito para oferecer e desfrutar.


Antes de terminar queria aproveitar para indicar que a experimentação com o Kinect foi feita no novíssimo televisor 3D LED9000 da Samsung, um televisor 3D LED Full HD considerado o televisor mais fino do mundo com apenas 7,98 mm de espessura, disponibilizada pela Samsung à Microsoft precisamente para que todas estas experiências se tornassem no que acabaram de se tornar. Um sucesso.

Agradecimentos

Agradecemos à Sara Fernandes por nos ter recebido nas instalações na Microsoft e ainda pela oportunidade que a Microsoft nos proporcionou, em nome de toda a equipa e leitores do PPLWARE.

O lançamento do Microsoft Kinect em solo europeu está marcado para dia 10 de Novembro.

Em nome do Pplware.sapo.pt queria agradecer à Microsoft Portugal por nos ter proporcionado este primeiro contacto com o Kinect e um agradecimento especial à Sara Fernandes por nos ter recebido e acompanhado duma forma tão amável e disponível ao longo de toda a nossa experiência Kinectiana.

Resumo de preços e datas

NOTA: Todos os preços indicados são P.V.P. recomendado. Todas as datas são referentes a lançamentos na Europa.

Artigos relacionados:


Homepage:  Kinect

Outros artigos sobre o Kinect aqui, aqui e aqui.

Exit mobile version