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Entrevista aos Rio Studios, equipa responsável por Misteryium

No final de janeiro demos a conhecer (ver aqui) o desenvolvimento de um jogo português para Game Boy e PC: Misteryium.

Tal como referimos na altura, Misteryium encontra-se a ser desenvolvido pelos Rio Studios e nós quisemos conhecê-los um pouco melhor.


Misteryium, tal como aqui indicámos, é um jogo que se encontra em desenvolvimento por um estúdio independente de videojogos, do Instituto Politécnico de Leiria: Rio Studios.

O jogo assenta a sua jogabilidade, em redor de Luke, que decide explorar uma mansão abandonada. Com um ambiente misterioso e repleto de interações únicas com o ambiente circundante, o jogo vai-nos lançando vários obstáculos e quebra-cabeças que, teremos de resolver para conseguir escapar.

Quisemos conhecer melhor os Rio Studios.


PPLWARE: Quem forma os Rio Studios?

A Rio Studios é formada por três estudantes do Instituto Politécnico de Leiria do primeiro ano da licenciatura em Jogos Digitais e Multimédia, sendo eles: Rúben Pereira, Diogo Frazão e Eduardo Peixoto, que no projeto desempenharam neste projeto as funções de Game Designer, Game Designer & Artist e Game Developer, respetivamente.


PPLWARE: Como surgiu a ideia de Misteryium?

A ideia de Misteryium surgiu de um trabalho que tínhamos que realizar para a cadeira de Game Design lecionada pelo docente Ivan Barroso em que foi nos proposto fazer um breve jogo, bem como a sua documentação e trailer em aproximadamente 1 mês. Para este projeto eu juntei-me ao Eduardo e ao Rúben e chegámos ao conceito do jogo tendo principalmente como inspiração os videojogos que se popularizaram em 2013/2014 top-down de horror que formaram o zeitgeist do RPG Maker. A partir destas referências tentamos entender como os mesmos conseguiam criar uma atmosfera de suspense e tensão durante todo o jogo e que mantinha o jogador preso ao ecrã.


PPLWARE: Como caracterizam o jogo?

Caracterizamos Misteryium como um jogo de mistério e puzzle com estilo retro.


PPLWARE: O que os jogadores podem esperar de Misteryium?

Ao jogarem Misteryium os jogadores podem esperar uma tensa exploração ao estarem na pele de Luke a explorar a mansão mais falada da cidade, enquanto presenciam interações únicas com o meio ambiente e uma atmosfera misteriosa. O nosso principal objetivo é que durante os 15/20 minutos do jogo os jogadores possam sentir-se conectados ao jogo e que se divirtam.


PPLWARE: Porquê desenvolver para Game Boy?

Desenvolver para Game Boy foi uma decisão motivada por aquilo que era pretendido neste trabalho face ao tempo de desenvolvimento que tínhamos. Com o conceito e audiências do jogo definidas, optamos por desenvolver Misteryium de modo a fosse totalmente ao encontro do que essa audiência espera, não apenas um jogo que “pareça” de Game Boy, mas que também possa ser jogado num.


PPLWARE: Vocês são jogadores habituais? Que tipo de jogos preferem?

Todos nós somos jogadores habituais e costumamos jogar com frequência. Já em relação aos nossos gostos, acabamos por ter opiniões diferentes: Eu, (Diogo), sou um grande fã de jogos que tenham uma boa atmosfera e grande banda sonora, sendo os meus jogos preferidos GRIS e Night in the Woods. O Rúben já tem um gosto diferente e variado, prefere jogos sidescroller com mecânicas e conceitos únicos, como Hollow Knight, ou então jogos de simulação desportivos, tais como Fifa. Por fim o Eduardo, explora bastantes jogos com alto teor de narrativa e desenvolvimento de personagem, tal como Stardew Valley, Psychonauts, Ib, Wizard of Legend, Binding of Isaac e Choice of the Deathless. Apesar disto detesta qualquer tipo de jogo que se jogue a si mesmo, como os jogos da Telltale Games.


PPLWARE: PC ou consolas, o que preferem como jogadores? E como game developers?

Como jogadores, preferimos todos PC. Talvez seja pela acessibilidade de poder jogar praticamente qualquer jogo numa cadeira sem ter de ligar uma consola, ou por ter acesso a muitos videojogos que nunca chegam a ver a luz do dia em consolas, mas no nosso caso, preferimos PC. Como Game Developers preferimos desenvolver para PC pois é um ambiente que nós estamos familiarizados e conta com um acessível vasto mercado.


PPLWARE: Quais os principais desafios/obstáculos que, na vossa perspetiva, travam o desenvolvimento do negócio dos videojogos em Portugal?

Na nossa opinião, o mercado dos videojogos em Portugal é bastante jovem quando comparado com outros países, o que afeta os envolvidos na produção dos mesmos, desde falta de apoios e investimentos, até falta de consumidores para comprarem um produto. Isto porque, vender perto de 10 mil unidades em Portugal é muito difícil.

Existem ainda muitos outros fatores tais como socialmente o desenvolvimento dos videojogos não ser associado a um “trabalho”, e sim a diversão, a falta de Seniores em Portugal, o que dificulta a vinda de grandes empresas para cá, e a grande quantidade de licenciados na área por oposição às pequenas oportunidades em emprego cá.


PPLWARE: Já existe alguma previsão de data de lançamento de uma versão mais próxima do produto final?

Devido a estarmos com outros projetos, não planeamos dar continuidade a Misteryium para além do que está feito, pelo que não temos como definir uma data. O jogo é neste momento gratuito, mas quem quiser pode fazer uma doação na loja do itchio (https://rio-studios.itch.io/misteryium).


PPLWARE: Qual a percentagem do jogo que já está completa?

Diríamos que Misteryium está completo em pelo menos 30%.


PPLWARE: Querem deixar algumas palavras aos leitores do Pplware?

Gostávamos de convidar todos os leitores do Pplware a experimentarem a demo de Misteryium disponível no itchio, que pode ser jogada no computador ou até mesmo no próprio Game Boy!


E é assim que ficámos a conhecer um pouco mais sobre a equipa dos Rio Studios. Uma equipa portuguesa, que se encontra a desenvolver Misteryium (entre outros projetos), um jogo para Game Boy e PC.

Gostaríamos de terminar, agradecendo a disponibilidade dos Rio Studios e desejando-lhes o maior sucesso.

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