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Análise Star Wars Battlefront (Xbox One)

Este final de ano será certamente um dos mais memoráveis para o Universo Star Wars e todos os seus fãs. Como se não bastasse o lançamento de  The Force Awakens nos cinemas a 17 de Dezembro, que como diz o Nuno Markl “…anda toda a gente em pulgas para ver…“, foi ainda o lançado o videojogo Star Wars Battlefront.

Desta forma, a Electronic Arts tentou apanhar boleia da gigantesca onda de mediatismo e excitação que o lançamento do filme gerou e … em boa hora o fez … há já muito tempo que os fãs apaixonados pelo Universo Star Wars ansiavam por um jogo como Battlefront.

O Pplware já teve oportunidade de sentir o Poder de ambos os lados da Força e …

 

Sim! Eu sou um dos milhares/milhões de fãs incondicionais de Luke Skywalker, Princesa Leia, Darth Vader, Yoda e afins sendo da geração que viu os filmes originais no cinema, no já longínquo século passado. A Guerra das Estrelas exerce em mim um fascínio muito característico pelo que este final de ano está a ser simplesmente estonteante, neste capitulo.

Conforme o Pplware aqui revelou, a Beta de Star Wars Battlefront foi lançada ainda no mês de Novembro,pelo que tive o prazer de a ter podido experimentar de forma massiva e apesar de já mostrar alguns indícios sobre o que se poderia esperar do jogo final, não nos preparou para o primeiro impacto com Star Wars Battlefront. Simplesmente brutal, estonteante e nostálgico. Aliás, para todos os fãs mais acérrimos do Universo Star Wars, este jogo pode trazer doses largas de nostalgia e saudosismo.

 

Mas voltemos ao jogo. Star Wars Battlefront, tal como foi assumido desde o inicio, é um jogo claramente vocacionado para a vertente multiplayer. Apesar de ter modos que podem ser jogados a solo (Survival Mode ou Training, por exemplo) é no multiplayer online que a o jogo brilha. Mas já lá vamos.

O jogo apresenta assim dois tipos distintos de Modos de Jogo. Os modos nos quais podemos jogar sós ou com algum companheiro (local ou online) e os modos online.

Nos primeiros, fica-se claramente com a ideia de que se tratam de treinos de preparação para o multiplayer, apesar de apresentarem desafios distintos e com alguma dose de intensidade. Neste capitulo, gostei particularmente do Survival Mode no qual temos de ir sobrevivendo a hordas constantes de inimigos com crescente aumento do nível de dificuldade. Por exemplo, podemos começar em Tatooine, por ter de sobreviver a uma primeira vaga de Stormtroopers para logo de seguida surgirem Troopers com Jet Packs seguidos de AT-STs. A parte interessante destes modos é a capacidade de podermos jogar localmente com um amigo (na mesma consola) ou de convidar um amigo virtual para nos ajudar.

No entanto, 90% da adrenalina e satisfação de Battlefront encontra-se no multiplayer. Foi aqui que a DICE jogou todos os seus trunfos e … ganhou!

 

A começar pela quantidade e diversidade de modos de jogo multiplayer que se encontram na sua maioria bastante inspirados e para todos os gostos. Devo confessar desde já que os meus favoritos são Supremacia, Ataque dos Walkers, Esquadrão de Combate e Drop Zone.

O meu favorito, corresponde sem duvida a Ataque dos Walkers, que já tínhamos visto na Beta, e o qual consiste num combate em larga escala das forças do Império contra bases Rebeldes e no qual os AT-ATs e AT-STs são as estrelas…ou não? Ou não, pois do lado dos Rebeldes existem medidas defensivas a ter em conta, como os Airspeeders que usados com destreza podem derrubar um destes gigantes couraçados do Império. É brutalmente recompensador conseguir usar o arpão e ver um AT-AT ser derrotado…

Por outro lado, Supremacia consiste num combate de grandes proporções, até 40 jogadores (no ar ou em terra) no qual ambas as partes têm de conseguir ir conquistando pontos de controlo específicos, quer seja nas planícies geladas de Hoth ou nas florestas exuberantes de Endor (onde chegamos a ver Ewoks a fugir no calor da batalha).Aliás, Endor é talvez o meu mapa favorito no qual a vegetação densa ou as casas dos Ewooks nas árvores proporcionam esconderijos e pontos de emboscada para os Rebeldes, enquanto que os Walkers do Império trazem a destruição em tudo o que mexe.

Um outro modo dos meus favoritos é Esquadrão de Combate, passando-se nos ares das terras vulcânicas de Sullust ou no gelo de Host, e que corresponde a um combate aéreo entre até 20 pilotos e nos quais Tie Fighters e Tie Interceptors defrontam X-Wings ou A-Wings, com o aparecimento ocasional de Millenium Falcon ou de Slave I de Jango Fett (talvez exageradamente poderosos) os combates são frenéticos e quase caóticos, tendo em simultâneo 20 naves a cruzarem os céus e tentando mirar-se uns aos outros, criando por vezes, intersecções engraçadas. É um combate que obriga a determinada destreza e equilíbrio mas também a alguma sorte.

 

Por fim, o modo Drop Zone corresponde a um modo Capture the Flag dinâmico no qual cada equipa terá de deslocar-se pelo mapa para capturar Escape Pods que aterram de x em x tempo. Uma vez que o local da queda é desconhecido, cada equipa tem de se movimentar rapidamente e em alcateia para poder capturar e defender a Escape Pod. Tenho pena que a maior parte dos jogadores não saiba ou queira jogar em equipa pois este modo seria extraordinariamente mais divertido se jogado com alguma disciplina e seriedade.

Com isto não pretendo dizer que os restantes modos de jogo são fracos. Não, de facto os restantes modos também apresentam os seus méritos. Por exemplo Captura de Droides, apresenta como objectivo a captura de droids que circulam livremente pelo mapa. Novamente, e a equipa não estiver bem oleada (o que é o mais comum acontecer) então o jogo cedo perde a graça. A Caça ao Herói, por sua vez, faz lembrar um pouco o jogo Evolve, no qual temos um esquadrão contra um jogador que controla um Herói. Trata-se contudo de um modo que é um pouco desequilibrado se tivermos em conta que os Heróis podem receber uma grande quantidade de dano dos soldados normais antes de serem derrotados.

Um outro Modo de Jogo é o Heróis vs Vilões que, como o nome indica, apresenta 3 Heróis (leia-se Rebeldes) contra 3 Vilões (entenda-se Império). Podem ainda juntar-se mais jogadores que envergarão a pele de soldados normais. O problema deste modo é um pouco mais de contexto que da própria jogabilidade pois acaba por se tornar estranho ver Hans Solo ou Leia lutar contra Palpatine, em Endor! E os restantes jogadores que não encarnam Herois são… autêntica “carne para canhão“. Existe ainda um outro modo Captura de Cargas que, tal como em Blood Money de Battlefield Hardline (ver aqui), solicita a cada equipa que roube mercadorias à equipa adversária, transportando-a para a sua base. Nada de novo portanto.

 

Ao nivel do grafismo, Star Wars Battlefront apresenta um dos melhores panos de jogo que já foram lançados para as consolas de Última Geração.

Endor, o planeta dos Ewooks e onde se passa uma grande batalha entre o Império e os Rebeldes na tentativa de destruir a segunda Estrela da Morte, encontra-se fabulosamente detalhado. Apresenta uma luxuriante floresta húmida onde não faltam esconderijos para emboscadas e onde as cidades aéreas Ewoks também proporcionam pontos de ataque ou vigia privilegiados. Temos um planeta de Tatooine, seco e árido, coberto de montes e vales onde se pode ter uma postura mais aberta mas bem coordenada, pois os Walkers aqui são réis e senhores. Hoth é um planeta gelado irrepreensivelmente criado e no qual ao passearmos pelos corredores da base rebelde parece que estamos a viver os acontecimentos do O Império Contra-Ataca, tal a perfeição da recriação dos cenários. É até possível ver as nossas pegadas na neve. Por outro lado Sullust, o planeta vulcânico talvez seja o menos favorecido pois o combate passa-se quase exclusivamente num grande vale, no qual a lava flui.

 

Comum a todos estes modos de jogo e localizações temos ainda a inclusão de tokens especiais (símbolos azuis que surgem nos próprios mapas) os quais atribuem a quem os apanhar poderes/armas/ferramentas especiais.

São itens valiosos e que são de uso único, pelo que convém usá-los com alguma perícia e estratégia. Por exemplo podemos apanhar Granadas Implosivas (que quando são atiradas criam uma bolsa de implosão afectando tudo e todos os que estiverem no seu raio de alcance), droides R2-D2 (que além de patrulharem determinada zona também atacam os inimigos) ou os brutais Disparos Orbitais (ataques vindos dos Star Destroyers ou Flagships dos Rebeldes estacionados em órbita). O problema destes tokens é o facto de surgirem na maior parte das vezes em zonas conhecidas pelo que é muito fácil apanharmos campers a mirarem apenas essas zonas.

Contudo um dos aspetos mais bizarros do jogo também se encontra relacionado com estes tokens: os veículos. Ou seja, a possibilidade de se conduzir um veiculo (X-Wings, B-Wings, Tie Fighters, AT-ATs, …) depende apenas da nossa capacidade de apanharmos ou não um desses tokens de veículos. Creio que poderia haver uma forma de podermos escolher o nosso personagem ao inicio .. em vez de deixar desta forma aleatória a escolha de quem conduz os veículos.

Seja como for, à medida que vamos jogando vamos adquirindo créditos que serão utilizados para desbloquear itens, armas, personagens ou cartas de jogo. Estas cartas de jogo encontram-se apenas disponíveis quando atingimos determinado nível de experiência e correspondem a itens específicos que podem ser equipados e que melhoram alguns aspectos das nossas armas, ou trazem novos equipamentos. 3 tipos distintos, Star Card (como por exemplo, jet pack com propulsão), Cartas de Armas (gostei particularmente dos tiros explosivos) ou Cartas de Itens Especiais (Tiro teleguiado é uma boa opção).

 

De revelar que apesar de não existir uma grande variedade de armas, as disponíveis apresentam diferenças visíveis no seu uso tendo os Blaster pesados muito mais power de eliminar com um único tiro que as pistolas laser, por exemplo. É pena é haver pouca diversidade de armas. Por falar em diversidade, existe ainda um vasto número de skins a desbloquear para o nosso personagem mas … por amor de Deus … para quê tanta oferta, se decerto que não haverá grande interesse para os adquirir.

Por fim, gostaria de referir um ponto que é talvez o ponto fraco do jogo: a inexistência de modo Campanha.

Esta é uma questão que foi desde cedo assumida pela DICE (e EA Games) mas que se revelou como a grande lacuna. Acredito não ser o único a pensar que um modo campanha no qual pudéssemos jogar com Luke, Leia, Darth Vader, … traria isso sim, uma ligação emotiva mais forte entre os milhões de fãs e os seus personagens.

Battlefront, apesar de nos deixar ser Luke, Leia, Hans Solo, Palpatine, Bobba Fett ou Darth Vader nunca nos deixa realmente senti-los. Nunca chegamos a sentir mesmo que estamos a ser o poderoso Darth Vader, ou o aventureiro Hans Solo … e creio que é isso que os jogadores querem … talvez daí também as noticias recentes que apontam para um possível Battlefront 2 com um modo campanha (ou talvez ainda um Add-On para este?!?!?!).

Um outro problema potencialmente limitativo do sucesso do jogo corresponde também que ao se tornar um jogo especialmente vocacionado para o online o jogo acaba por inibir todos aqueles que não têm oportunidade de ter net ou subscrições Xbox Live.

Por fim, uma palavra de ordem para a existência duma colecção de miniaturas Star Wars que vamos desbloqueando (Diorama Star Wars) e que, apesar de não trazer nada de extraordinário, acaba por ser mais um objectivo a ser atingido … especialmente pelos fãs acérrimos de Star Wars.


Veredicto

ATENÇÃO! Star Wars Battlefront não é um shooter típico. É um shooter Star Wars e deve ser analisado apenas e unicamente dentro do contexto Star Wars! Contudo o jogo apresenta duas faces distintas. Se por um lado temos modos multiplayer brutalmente viciantes e empolgantes, nas mais emblemáticas localizações do Universo Guerra das Estrelas, por outro lado apresenta uma ferida profunda com a ausência de um modo campanha/história que permita aos jogadores uma ligação mais emotiva e consistente com os seus heróis. O veredicto final só pode ser no sentido de recomendar Star Wars Battlefront a todos os amantes da Guerra das Estrelas pois a Força é forte neste jogo!

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