Já muito se falou no passado sobre a rivalidade entre PES e FIFA e, tenho de admitir, fui um dos que apesar de ter crescido a jogar Pro Evolution Soccer nas consolas, nos últimos anos tenho-me rendido aos encantos de FIFA. Especialmente desde PES 2010 que senti que a maré tinha mudado e que o seu maior rival tinha ganho vantagem.
Com o arranque das épocas desportivas, arranca também a velha competição entre qual o melhor jogo de consolas que retrate o desporto-rei e Pro Evolution Soccer 2013 foi quem seguiu com a bola, com o nosso Cristiano Ronaldo em destaque na capa.
O Pplware já teve, portanto, a possibilidade de testar a edição deste ano de PES e descobriu se o “velhinho” PES voltou?
Gráficos: 9,2
Se bem que é verdade que as edições de anos anteriores já traziam um brutal realismo no que toca ao grafismo, em PES 2013 a Konami conseguiu novamente ir um pouco mais além. Ok, pode-se considerar que não houve assim um salto tão grande mas a verdade é que, trabalho foi feito, e trabalho vê-se agora nas nossas televisões.
Uma das coisas que mais salta à vista são os movimentos dos jogadores. Houve uma especial atenção a esse pormenor e realmente os movimentos de certos jogadores chave (e não me refiro apenas a CrisRon ou a Messi) estão cada vez mais perto da perfeição. Pormenores como, o ataque à bola, a forma de correr e controlar o esférico, …
Outro aspecto bastante exposto são as compleições físicas e faciais dos jogadores e esse é outro capitulo que foi melhorado. Nota-se que cada vez mais jogadores, e de mais equipas recebem tratamento de beleza personalizado e são vários os exemplos nos três grandes portugueses facilmente identificáveis ao longe.
Por seu lado, os recintos de jogo também são algo que estão sempre debaixo de olho e apesar dos estádios virtuais de Pro Evolution Soccer 2013 não terem sofrido muitas alterações, continuam a ser autênticas catedrais dedicadas ao desporto-rei, perfeitamente representadas.
De notar algumas alterações nos framerates em alguns lances mas de resto tudo impecável.
As repetições dos golos e lances de perigo, estão magnificas …
No entanto, apesar de ter indicado que os movimentos dos jogadores se encontram bastante melhorados, tenho de admitir que pelo menos um caiu no esquecimento … o da reposição da bola em jogo com a mão pelos Guarda-Redes. Como diriam os Gato Fedorento, os guarda-redes têm “uma maneira ezzquizita de lançar a bola”.
Som: 9,2
Cânticos das claques gerando aquela envolvência extra a um jogo de futebol, são exemplos dos pormenores a que a Konami dedicou atenção e com isso conseguiu que o ambiente proporcionado por um jogo de PES 2013 seja simplesmente fantástico.
Até os tradicionais speakers dos microfones dos estádios se encontram com as vozes emprestadas dos originais (ou pelo menos muito parecidos).
Os comentários dos jogos, feitos pelo Luis Freitas Lobo e Pedro Sousa trazem outro realismo ao desenrolar dum jogo, apesar de algumas falhas pontuais.
Jogabilidade: 9,0
Este é um capítulo no qual PES já foi rei, até à fatídica edição de 2010, a qual penso ter sido um ponto de viragem negativo para a série.
No entanto, com esta edição de 2013 fui finalmente surpreendido ao ver que a Konami assumiu definitivamente uma postura de correcção desta pedra no sapato e, apesar de ainda haverem alguns pormenores a necessitar de atenção, o ter conseguido.
Uma das principais falhas que, pessoalmente, acho ter contaminado PES nos últimos anos tem sido a demasiada mecanização e automatização dos movimentos dos jogadores. Havia uma certa sensação de que os jogadores não respondiam da melhor forma aos nossos comandos e que tal minava a jogabilidade. Em PES 2013 os jogadores tornaram-se bem mais responsivos.
Já não há aquela linearidade demasiado artificial que os jogadores apresentavam e agora há mais e melhores diagonais, mais tabelinhas, …
Há no entanto ainda alguns movimentos que parecem algo presos e sem sensação de continuidade, como por exemplo, certos momentos em que sprintamos para a linha de fundo com um defesa a pressionar e tentamos fazer uma mudança de direcção rápida. Ocasionalmente, o jogo teima em terminar a animação do sprint antes de virar imediatamente o jogador. Felizmente não acontece tanto e em tantas situações como no passado.
Por outro lado, algo que me deixava completamente desiludido por vezes, era a fraca mecânica da bola e dos próprios jogadores. Em PES 2013 a física da bola, ao contrário do que sucedia no passado está finalmente mais, física. Os ressaltos, os passes, os cortes, os remates… parece que tanto a bola como os jogadores, redescobriram as leis da física e o jogo está assim muito mais fluído, responsivo, mais solto e menos scriptado.
Em parte, esta nova realidade pode ser explicada pelo facto do ritmo do jogo ter sido propositadamente reduzida. A equipa da Konami tomou essa decisão indicando que tal serviria para os jogadores terem um controlo bem mais afinado sobre a ação e a realidade é que tal se evidencia em cada jogo. Isto vem revolucionar completamente a jogabilidade duma partida de Pro Evolution Soccer 2013.
Entretanto a Konami não se ficou por aqui e adicionou também alguns outros pozinhos que fazem com que jogar futebol em PES 2013 seja muito viciante … e frustrante por vezes.
Devido à inclusão dos novos sistemas defensivos e da nova Inteligência Artificial dos jogadores, quebrar defesas adversárias é particularmente difícil. O novo sistema defensivo implementado em PES 2013 traz consigo uma maior profundidade em redor do aspecto táctico do jogo. Há muitos anos que não via um PES adquirir tanto realismo neste capítulo.
Quebrar uma defesa torna-se num quebra-cabeças no qual temos de, ou encontrar o momento de distracção certo dos adversários, ou então recorrer aos jogadores mais fortes no um para um. Mas mesmo assim isto não é sinónimo de vitória, pois os jogadores da IA entreajudam-se e encontram sempre o melhor posicionamento em campo. Um pouco como o que sucede no seu maior rival da Electronic Arts, o momento do tackle assume especial importância em PES 2013. A possibilidade de se controlar os adversários em vez de apenas ir “à queima” é deveras importante e faz com que se tenha de pensar melhor na postura perante um adversário. Aliás, quando em posição defensiva é o mais importante, além dum bom posicionamento.
Ofensivamente, melhorias foram também acrescentadas, e o recurso aos gatilhos traz uma maior variedade de lances ao jogo. Jogadas desde passar a bola por um lado e ir buscar do outro, fazer túneis (ou cuecas) aos adversários… são tudo lances agora mais realistas mas, tal como nos movimentos defensivos, bastante difíceis de executar. Novamente o timing é crucial.
Os remates estão mais perfeitos que nunca, mas tal não indica acertar sempre na baliza. Aliás, atingir o alvo é tanto difícil como marcar golo. Dependendo da categoria e notas de cada jogador, teremos uma posse de bola e circulação melhor ou pior e um jogador mal classificado pode muitas vezes não ter um controlo de bola adequado e fazer passes deficientes. A bola nos pés dum artista como Messi por exemplo parece que tem cola, tal como na realidade, enquanto nos pés do Zé da Esquina parece que tem picos …
Uma das novas funcionalidades que mais apreciei foi a recepção controlada e direccionada da bola. Por exemplo, quando mudamos de flanco, se pressionarmos em R2 e em simultâneo para a linha de fundo no momento em que recebemos a bola, isso permite-nos fazer uma recepção perfeita e direccionada rumo à linha de fundo e assim ganhar segundos preciosos num arranque quase instantâneo.
Cada jogador tem os seus pontos fortes e podemos assistir a isso perfeitamente em campo. Por exemplo, Di Maria gosta de acelerar rumo aos adversários enquanto CrisRon revela grande apetência pelo remate, certo? No jogo precisamente isso que presenciamos…
A inclusão de passes totalmente manuais e completamente controlados por nós, , o PES Full Control, que é representado pelo aparecimento duma seta em frente do jogador é extremamente útil para tentar assaltar uma defesa bem montada e dá outro toque estratégico ao jogo, permitindo total liberdade no momento de decisão do passe.
Novamente, temos a maior parte dos Modos disponíveis das edições anteriores e entre elas temos a possibilidade de fazer Carreira como Jogador ou como treinador nos modos Vida Futebolística. Há nestes modos a inclusão de algo que me satisfez particularmente, a existência de itens de treino que possibilitam uma evolução dos jogadores. Por exemplo, se treinarmos uma equipa no modo Treinador/Jogador (podemos escolher qualquer uma das existentes no jogo) podemos usar determinados objetos como halteres, balizas de treino por exemplo para melhorarmos os treinos dos nossos jogadores. É uma boa adição pois traz algo novo a um modo que já toda a gente conhece. Resta indicar que estes novos itens de treino são desbloqueados nos modos online/offline ou então comprados na loja virtual.
Por outro lado, PES 2013 apresenta-nos um sistema de treinos que, rompendo um pouco com o passado, se apresenta de duas formas distintas: Treino Especifico e Treinos Livres. Os treinos Específicos surgem na forma de lances controlados, como controlo de bola, tabelinhas, fintas, remate… e acabam por ser bastante úteis na descoberta de alguns dos novos truques de Pro Evolution Soccer 2013. De qualquer forma há alguns treinos que têm pouca informação sobre os truques a descobrir.
No entanto há ainda algumas coisas que desgosto em PES e, por exemplo, os cantos e lances de bola parada mereciam um pouco mais de ritmo. Os jogadores teimam em, nem sempre atacar a bola da melhor forma, quer defensivamente, quer em lances atacantes.
Um outro aspecto menos positivo e que já vem de edições anteriores prende-se com os modos de Vida Futebolística que, apesar de trazerem uma maior e mais intensa dimensão ao jogo, acabam por nos obrigar a passar muito mais tempo a negociar, progredir no calendário, sentar no banco ou falar com a Direcção do que a jogar propriamente dito.
Devo admitir que no decorrer dum jogo gostava de ver os árbitros darem mais vezes a Lei da Vantagem, para não beneficiar os infractores.
E há uma queixa que gostaria de fazer ao Conselho de Arbitragem … há alguns fiscais de linha a dormir na Liga dos Campeões… e mais não digo!
A jogabilidade de PES 2013 está a atingir finalmente o ponto. Aquele ponto que antes fazia da série O Marco dos simuladores de futebol. Ainda com algumas falhas e certas prisões de movimentos, mas está definitivamente no bom caminho. Gostei, gostei e gostei deste PES 2013.
Longevidade: 8,8
Os modos de PES 2013 são essencialmente idênticos aos das edições anteriores, e talvez essa seja uma outra falha a apontar. De qualquer forma, eis de volta as Konami Cups, African Cups, European Cups e outras, sem esquecer os a Master League Online e jogos amigáveis de 2 contra 2.
Nas competições online tenho apenas a realçar as dificuldades que se tem por vezes a ligar aos servidores. Aliás, a Konami antes do arranque do jogo costuma fazer certos avisos e anúncios e tem sido bastante frequente a indicação de problemas e intervenções nos servidores, limitando assim o acesso ao online.
Atenção que nestes modos online há uma coisa que salta à vista e que deverá ser bastante bem ponderada na altura da escolha de equipas… tudo o que mencionei acima aplica-se, e de forma cruel a um jogo online. Com isto quero dizer que equipas como Barça, Real Madrid, Manchester United, Chelsea e outros são autênticos tubarões e para os derrubar é preciso muita, mas mesmo muita paciência e jogo táctico.
Por vezes fica a ideia de algum desequilíbrio exagerado entre os valores das equipas e dos jogadores.
Pro Evolution Soccer 2013 tanto na vertente online, como na offline será certamente um caso sério de longevidade e preparem-se, pois parte da vossa vida social e/ou familiar irá sofrer a factura … com toda a certeza.
Nota Final-9,1
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Definitivamente, é com enorme satisfação que digo em bom som que, “Pro Evolution Soccer está de volta!”. Pessoalmente, penso que já fazia falta um Pro Evolution Soccer em boa forma e nesta edição de 2013 vê-se livre da maior parte dos demónios que o prendiam no passado tornando-o novamente num hino ao futebol, retratando o desporto-rei duma forma muito mais realista. PES 2013, conta com uma jogabilidade e dinâmica bastante melhoradas que se traduz numa reprodução dum jogo de futebol duma forma quase perfeita. Como disse acima … “Gostei, gostei e … gostei!”