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Análise Mass Effect 3 (Playstation 3)

Actualizado dia 8 de Maio pelas 23:45 horas!

Foi em 2007, que o primeiro capítulo de Mass Effect chegou às nossas lojas. Lembro-me perfeitamente que foi um lançamento bastante aguardado pois durante os meses que o antecederam inúmeras pistas foram divulgadas cá para fora sobre a sua história e o seu complexo sistema de decisões.

O primeiro Mass Effect foi automaticamente considerado como uma obra de arte pela critica e comunidade. E com razões para tal. O lançamento de Mass Effect 2 em 2010 teve o condão de manter a história bem presente, bem como de nos dar a conhecer um pouco mais das suas personagens e eis que, agora, em 2012 sai o ultimo título da trilogia.

Nós já o testámos, acabámos e ……….

Bem, vamos começar pelo início, certo? A história de Mass Effect 3 vem na continuação dos anteriores, como é óbvio e apresenta-nos um arranque brutal. Como já era previsto, os Reapers chegam ao nosso Sistema Solar e iniciam a invasão da Terra. O jogo começa assim com o início da invasão do nosso planeta pelos Reapers, e nas primeiras sequências de jogo é nossa missão conseguir fugir e embarcar na Normandy a fim de chegar à Citadel e pedir auxilio.

Este é o mote para o arranque do melhor dos três jogos de Mass Effect. A partir deste momento é o nosso objetivo angariar o maior número de aliados na nossa luta contra os Reapers ao mesmo tempo que uma magnifica arma, o Crucible, que se pensa poder acabar com a ameaça é construída em segredo. Como se os Reapers não bastassem temos ainda o desprazer de encarar por variadas vezes com o nosso “homem do cigarro”, o Illusive Man que, com a sua organização Cerebrus tem um particular interesse também nos Reapers.

A trama está montada e arranca assim Mass Effect 3.

 

Gráficos: 9.5

Ao longo da nossa aventura e durante as mais variadas missões que fazemos, deparamo-nos com inúmeros ambientes diferentes. Desde planetas com os mais variados ambientes, instalações militares, laboratórios, estações espaciais, naves inimigas, a própria Citadel e, claro está, o nosso próprio Planeta Terra passamos por uma grande diversidade de cenários de fundo e em todos existe uma constante …. riqueza. Riqueza visual.

Contudo há pormenores que poderiam ter sido retocados. Por exemplo, na Citadel existe uma tentativa de criar a ideia de comunidade viva com humanos e extraterrestres a andarem dum lado para o outro nos corredores, a dançarem ou beber um copo no Bar Purgatory mas, acaba por se tornar irritantemente repetitivo pois a maior parte destes personagens encontra-se sistematicamente a fazer o mesmo, visita após visita.

Também as personagens com quem interagimos ao longo do jogo estão algo mais límpidas e polidas em relação aos jogos anteriores. As suas roupas e armaduras, as suas armas…

Há em determinados momentos algumas secções por onde somos obrigados a vaguear por corredores ou escadarias na plena escuridão apenas com a lanterna como foco de luz e deixem-me apenas que vos diga … preparem-se para alguns sustos.

Som: 9.6

A banda Sonora do jogo foi composta por Sascha Dikiciyan, Cris Velasco e Clint Mansell com a participação ainda que indirecta de Sam Hulick (que trabalhou nos dois jogos anteriores e em Red Orchestra 2, que o Pplware analisou aqui) e está ao nível de qualquer produção de Hollywood. Isto para referir que a banda sonora de Mass Effect 3 é, novamente, digna duma produção de Hollywood tal a sua profundidade, a sua qualidade e, principalmente, a sua capacidade de transmitir os sentimentos do que se passa naquele momento no ecrã.

Quanto aos efeitos sonoros, tudo na mesma o que equivale a dizer, tudo com a qualidade apresentada nos anteriores jogos.

Por fim, mas não menos importante, as vozes. Aliás, embora considere que Mass Effect 3 ganha muito pelo seu todo, considero este um dos aspectos mais importantes do jogo e está absolutamente impressionante. As entoações, os sentimentos, as sensações que os actores conseguiram transmitir através das suas representações está simplesmente arrebatador. Para tal não será de estranhar o facto de algumas das vozes terem por trás actores bem conhecidos como por exemplo Martin Sheen, Keith David, Mark Meer, Ali Hillis ou Seth Green.

Jogabilidade: 9.5

Conforme indiquei acima, Mass Effect 3 apresenta-nos 3 ambientes de acção distintos. Primeiro temos a parte da Citadel onde encontramos missões paralelas, fazemos as nossas compras de armas e acessórios, reunimos com os embaixadores, … é o centro administrativo da Galáxia e do jogo. Depois temos a Normandy, a nossa amada nave que está de volta, tal como Sheppard, graças ao Illusive Man e que é onde passaremos grande parte do tempo a equipar Sheppard e companheiros, a reunir com os elementos das outras raças que nos acompanham, a apalpar os sentimentos da tripulação (seus medos, sentimentos, aspirações,…. ) e a navegar de missão para missão. Por fim, temos as missões propriamente ditas que são passadas tanto em planetas distantes, como em naves espaciais, laboratórios, …

A Vida na Citadel … Ao longo de Mass Effect 3, a Citadel passa por várias fases distintas, e pode ser considerada como o ponto nevrálgico do próprio jogo. Existem 5 áreas específicas da Citadel às quais temos acesso; as Docas onde a Normandy está ancorada, a Zona dos Refugiados, o Hospital Huerta, o Bar Purgatory, as Embaixadas e o Presidio. Cada uma destas zonas tem, a dada altura do jogo, uma especial importância para a história central mas, é também por estas zonas que vamos descortinando as mais variadas missões paralelas existentes em Mass Effect 3. Geralmente passam por ir buscar um artefacto ao planeta X, ou encontrar um sobrevivente da raça Y, …

A Normandy acaba por ser a nossa zona de tácita. É aqui que nos reunimos com tanto a nossa equipa, como com alguns outros membros dos aliados e é aqui que tomamos algumas das mais importantes decisões do jogo. Temos 5 áreas principais que podemos visitar e onde, além dessa interacção com os companheiros de armas também poderemos encontrar outros motivos de interesse. Cabine do Comandante onde, além de observar o nosso aquário com espécies exóticas de peixes que vamos comprando, também iremos passar por momentos mais … íntimos … e mais não digo. Secção de Engenharia onde podemos falar com o Engº Taylor sobre a Normandy e sobre a sua performance, Zona da Tripulação onde temos zonas de lazer, cabines dos passageiros e os gabinetes Médicos e de Liara, Área de Comando, onde temos acesso ao mapa estelar, á zona de controlo da nave onde se encontram o Joker e a EDI, e o Cais de Embarque onde podemos fazer compras e equipar armamentos e novas protecções.

Por falar em equipamentos e armamento, devo referir que o leque de armas (pistolas, Machineguns, Snipers, Shotguns ou Assault Rifles) disponíveis e as suas mods, foram ligeiramente melhorados e apresentam agora uma maior variedade. Por exemplo, podemos fazer Upgrade duma determinada arma até ao nível 5, melhorando consecutivamente o seu poder de fogo, pontaria, capacidade, … no entanto e para melhorar ainda mais o uso da arma podemos adquirir acessórios, como por exemplo miras, barras estabilizadoras, … que por sua vez também podem sofrer upgrade até ao nível 5. Para cada missão podemos levar 5 armas distintas pelo que a escolha das armas e dos seus upgrades e acessórios terá de ser bem ponderada.

Por fim as missões são onde se passa a acção toda, e acabam por pecar por não trazer mais diversidade às suas mecânicas. Basicamente trata-se de ir ao planeta X destruir umas antiaéreas, ou ir entrar numa nave inimiga e destrui-la, …. São muito semelhantes e feitas, já como seria de esperar, a pé. Embora o andar a pé já faça parte da história genética da série, creio que não se teria perdido nada se houvesse novidades neste capítulo. (bem sempre podemos andar num Atlas)

Nos combates a inclusão da possibilidade de nos escondermos e dispararmos protegidos é extremamente importante, pois como irão ver, nem sempre o peito aberto consegue suster muitos tiros. Apesar de termos inúmeros mods (capacetes, ombreiras, placas de peito, …) que nos aumentem o poder dos escudos nenhum deles é imbatível. Assim é muito importante saber recuar quando assim tem de ser.

Isso leva também à questão da IA. Apesar de em diversas ocasiões os nossos inimigos nos surgirem segundo o modelo chinês antigo, ou seja em número e sempre em frente, há adversários que, ou por se protegerem e tentarem flanquear-nos, ou pelas suas características que lhes permitam ficar invisíveis, se tornam peras muito duras de roer. Cada missão tem de ser bem ponderada e a não ser que se jogue no modo mais fácil, teremos de ponderar sempre bastante bem o que fazemos e como lidamos com determinado adversário.

Há uma determinada missão na qual nos ligamos ao Servidor Central dos Geth e não poderia deixar de mencionar que essa missão está esplendidamente criada. Faz-nos lembrar um pouco de Tron.

A árvore de evoluções de cada personagem da nossa party está equilibrada e leva-nos a pensar bem antes de usarmos os pontos de experiência. O armamento, adquirido em inúmeras missões, ou comprado na Citadel apresenta-nos algumas armas simplesmente brutais …

Antes de embarcarmos em cada missão temos a oportunidade de escolher dois companheiros que nos acompanhem, após o que passamos a escolher os seus armamentos a levarem. Caso tenham ponto de experiência por atribuir é nessa altura que o podemos fazer também. Durante as missões temos um leque mais ou menos variado de opções sobre os nossos companheiros, através duma roda de comandos despoletada por L2 ou R2 (semelhante à de Operation Flashpoint analisado aqui), que pessoalmente acho pouco intuitiva, em que podemos pedir-lhes que dêem fogo de cobertura numa determinada direcção ou indicar-lhes para usarem preferencialmente uma determinada arma.

Aqui entra na minha perspectiva um outro aspecto que poderia estar melhor. Apesar de termos um pouco de informação sobre a missão que nos espera, não temos muito mais sobre o tipo de inimigos ou o tipo de cenário e como tal a escolha dos companheiros a irem connosco e as suas armas é quase às cegas. Apesar de termos armas para todos os gostos e podermos levar 5, poderia haver um pouco mais de informação sobre a missão em si.

Mass Effect 3, conforme mencionei é um autêntico filme interactivo. E como tal, no meio da acção existem muitas secções de vídeo auxiliares como por exemplo os diálogos ou apenas animações feitas para ilustrar qualquer evento. Surge aqui um de dois problemas técnicos que minam um pouco a experiência do jogo, que é a queda abrupta de framerates. Enquanto durante o jogo a acção se passa fluída parece que estas animações foram algo desprezadas pois é bastante notório o arrastamento de algumas animações. Felizmente apenas acontece nas animações e não acontece durante a acção.

O outro pormenor de cariz técnico que aponto a Mass Effect 3 são os tempos de loading. São demasiado grandes. Seja dentro da Citadel quando viajamos entre zonas, seja na Normandy quando passamos dum patamar para outro, creio que mais de 30 segundos de loading é demasiado.

Para os amantes de “mais acção e menos conversa”, Mass Effect 3 permite reduzir os diálogos ao mínimo privilegiando a acção mas, encurtando também em muito a longevidade e a profundidade do jogo. Creio que para nos apercebermos do real valor e complexidade do enredo do jogo, esta opção nunca deverá ser activada. A grande beleza de Mas Effect 3 reside precisamente no conjunto de interacções que vamos fazendo ao longo do jogo e das escolhas ou tomadas de atitude que vamos adoptando.

Convém referir que para todos aqueles que não jogaram os primeiros jogos da série, Mass Effect 3 está tão inteligentemente crido que o próprio jogo auto explica-se para que o jogador consegue entrar aos poucos na história sem se aperceber que já houve dois títulos anteriores.

Longevidade: 9.5

O modo Campanha, acaba por ser o modo mais importante de Mass Effect 3 e após se chegar ao fim pede para um rematch. São tantas as opções que tomamos ao longo da aventura (fora as que importamos de Mass Effect 2) que não é muito difícil pensar em jogar outra vez e fazer algumas escolhas diferentes para ver um final diferente.

São mais de 30 horas de jogo se optarmos por fazer os diálogos, que aconselho fortemente.Existe ainda a possibilidade de se jogar online. Em equipas de 4 jogadores, entramos em combates nos cenários da campanha a solo contra várias vagas de adversários, cada qual a mais poderosa. Existem diversos itens, armas, e personagens a desbloquear à medida que vamos dilacerando os inimigos. É viciante e gostei particularmente de encontrar muitos bons jogadores com muito espírito de entreajuda. No entanto, tive bastantes problemas em manter ligações estáveis aos servidores da EA.

Entretanto no final do jogo ficam as promessas de que em breve poderão haver novidades!

 

Nota Final- 9,5

[0…....10]

 

What a Game! Mass Effect não é apenas um jogo. É uma lição. Acima de tudo, creio que Mass Effect ensina-nos que, tal como na nossa vida, as escolhas que fazemos não só nos afectam a nós como a quem nos é mais próximo. Mass Effect 3 leva esse conceito a um nível nunca antes visto num videojogo. A riqueza e variedade de opções e a constante sensação de causa-efeito obriga-nos a ponderar bem sobre todas as nossas decisões pois delas pode depender o futuro, de Sheppard, dos companheiros, da Humanidade ou de toda a Galáxia. A Bioware conseguiu com Mass Effect 3 uma coisa muito difícil de concretizar, criou um jogo emotivo apelando aos sentimentos do jogador e à sua postura perante a vida, que também acaba por ser um jogo de acção brutal e desesperada. Estas duas vertentes fundem-se duma forma tão perfeita que nem damos que o estamos meramente a jogar, mas sim que o estamos a viver. Até ao final. E quanto ao final do jogo, deixo ao vosso critério pois as vossas decisões apenas a vós pertencem mas suspeito que no final vamos todos dizer numa só voz que …

… Mass Effect 3 é uma das melhores histórias alguma vez contadas através dum videojogo!

 

NOTA DE EDITOR:

Gostaria de mencionar, a bem da transparência e da verdade que a nota que foi atribuída ao jogo se baseia nas mais de 30 horas que jogo que foram necessárias para o terminar. Acontece que, conforme alguns leitores indicaram e bem, o jogo apresenta um defeito, que noutras condições (se o tivesse terminado mais vezes) faria descer a nota, como é óbvio, para valores mais amenos. De facto, num jogo no qual a narrativa e as nossas decisões correspondem aos pontos fortes, o facto de não apresentar diferenças palpáveis nos diversos finais é grave. Assim gostaria apenas de mencionar que a nota atribuída, após ter terminado Mass Effect 3 uma única vez é a nota com a qual concordei mediante esse mesmo cenário.

 

Género: Acção/RPG Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, PC Homepage: Mass Effect 3

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