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Análise Kinect: Rush (Xbox 360)

Se duma coisa, os jogos para Kinect não podem ser criticados é de falta de imaginação e de criatividade. Realmente uma coisa que este revolucionário controlador trouxe ao Mundo dos Videojogos, foi precisamente a possibilidade de alargar fronteiras dos jogos e de colocar os jogadores mesmo no meio da ação.

Não será de estranhar portanto, que títulos mais festivos e casual, como por exemplo o jogo da Disney, Kinect: Disney Adventures(que o Pplware teve oportunidade de testar aqui) sejam tão populares e tão bem sucedidos. Embarcando numa aventura em plena Disneyland virtual, este titulo leva os jogadores a descobrirem a magia daquela feira dedicada aos desenhos animados, que para muitos, seria impossível de concretizar de outra forma.

No final do mês passado foi lançado mais um título que nos transporta até ao imaginário, neste caso dos desenhos animados mais emblemáticos da Pixar. Embora mais direcionado, como é óbvio, para os mais novos, o que é certo é que Rush consegue divertir toda a gente, de graúdos a miúdos. E até traz ligeiras melhorias em relação ao Disney Adventures.

Mas vamos ver melhor …

Conforme indiquei acima, Rush recria 5 dos filmes de animação da Pixar de maior sucesso (Toy Story 3, Cars, The Incredibles, UP!, e Ratatouille). Através duma sucessão de missões onde ultrapassamos obstáculos, deslindamos puzzles, fazemos corridas ou combates ferozes, vamos evoluindo nas histórias de cada um dos filmes. No entanto, torna-se claro bem cedo que Rush não faz um grande esforço em nos apresentar cada um dos filmes ou dos seus intervenientes partindo do principio que o jogador já os conhece e à sua história.

Gráficos: 8,7

A nível gráfico não há muito a dizer. Uma vez que o jogo se baseia nos filmes de animação acima referidos, será de esperar que se apresente com um grafismo gémeo do usado nos filmes e isso foi muito bem conseguido.

Desde Radiator Springs de Cars ao Jardim de Infância de Toy Story tudo se apresenta muito colorido e dinâmico, com acção a acontecer a todo o momento, mas acima de tudo, tudo muito leal aos filmes. Até o número de balões de UP! parece ser o mesmo do que o filme nos apresenta! 🙂

Gostei de ver o pormenor com que, tanto os cenários de cada filme, como as suas personagens principais foram criadas não deixando, em altura alguma, dúvidas de quem são e de que filme pertencem.

Som: 8,5

O que mencionei acima para o grafismo, aplica-se também no som e efeitos sonoros. Tudo o que se encontra nos filmes, encontra-se no jogo, pelo menos aqueles efeitos que estávamos à espera.

Contudo, e após várias horas a jogar, apercebemos-nos de alguma repetitividade em alguns diálogos e falas de alguns dos nossos companheiros de aventura.

 

Jogabilidade: 8,7

Rush é um jogo que se pode caracterizar pela sua simplicidade. Aliás, o Kinect é sinónimo de simplicidade na maior parte das vezes e também em Rush isso se aplica. No entanto a equipa de desenvolvimento conseguiu complicar um pouco a coisa, especialmente no mecanismo de movimento, mas já lá vamos.

O jogo apresenta duas vertentes principais. A primeira corresponde à zona da feira onde se escolhem as aventuras a reviver (um pouco como as ruas da DisneyLand) e a segunda corresponde aos minijogos de cada filme.

A zona da feira pode parecer algo limitada, quando comparada com as ruas de Kinect: Disney Adventures, apresentando-nos um menor número de universos a explorar. Tal é explicado pelo facto de ser baseada em apenas 5 filmes da Pixar, mas o certo é que com o conjunto dos diferentes níveis desbloqueados ao longo da aventura a sua longevidade se revela bem mais equilibrada.

Os minijogos de cada filme, apresentam-se sob a forma de missões a serem levadas a cabo pelo jogador. Pulando para a pele dos heróis favoritos, como Buzz Lightyear, Faísca McQueen, Remy ou Ratatouille, temos de fugir do Jardim-Escola, temos de vencer uma corrida pelas estradas de Radiator Springs, ou lutar contra um robot do espaço. Isto tudo enquanto vamos desbloqueando mais aventuras e outros personagens jogáveis.

Durante as missões temos de ir apanhando moedas e outros items espalhados pelos cenários que juntamente com o tempo que demorámos a completar esse cenário, nos atribuem o ranking. É uma forma mista de valorização, quer da rapidez, quer da atenção dada durante o percurso.

Se há uma coisa que impressiona, é a quantidade de movimentos diferentes que vamos poder fazer durante uma sessão de Rush. Podemos conduzir, podemos saltar, apontar mangueira de água aos pombos, deslizar por telhados, atirar objectos, deslindar alguns puzzles simples, deslizar por cordas da roupa, subir grades, nadar, mergulhar,…. Tudo isto com uma incrível precisão e muito intuitivo. O Kinect ao mais alto nível neste capítulo.

Há no entanto, alguns pequenos problemas mecânicos no jogo, e não me refiro apenas ao Faísca McQueen. Refiro-me a problemas de, quando estamos a jogar em UP! haver uma secção de canoa em que aí os nossos movimentos serem muitas vezes confundidos, ou por exemplo no Cars, quando batemos contra algo não haver um maior castigo por tal acontecer.

Os cenários são bastante exploráveis (dentro de certos limites) e isso é muito importante pois permite-nos entrar ainda mais dentro do espírito do jogo/filme.

Uma coisa que salta à vista é a mecânica empregue aos nossos movimentos e transpostos para o jogo. Gostei bastante de verificar que a condução do Faísca é bem menos fictícia do que poderíamos esperar. Tem uma dinâmica própria e que de certa forma dá uma sensação de veracidade. Ou quando jogamos Ratatouille temos um leque de movimentos muito semelhante ao aos dos ratos no filme e de como  esperaríamos que um destes roedores andasse.

Entre as missões, e enquanto exploramos a feira há muito pouco para fazer, e creio que poderiam ter inventado algo de imaginativo para se fazer pelas poucas ruas existentes.

Conforme mencionei acima há uma particularidade que afecta a jogabilidade de certa forma, e que se pode tornar algo incómoda, especialmente durante as nossas deambulações pela área da feira, que é o movimento. Andar pela feira exige-nos que façamos uma ginástica diferente, recorrendo a uma corrida no lugar para andar, e baloiçar os braços duma forma pouco natural para dar as curvas … é estranho, mas é uma questão de hábito.

Longevidade: 7,6

Partindo do princípio que Rush será mais virado para o público jovem, creio que será um jogo bastante interessante. Enquanto para um adulto possa não ter um interesse muito elevado, e uma vez chegado ao fim não apresente muitos pontos de interesse para voltar a jogar, para uma criança a coisa será completamente diferente.

Além disso a possibilidade de se jogar cooperativamente em multiplayer com um amiguinho aponta Rush como um bom jogo de divertimento para uma festa juvenil, por exemplo.

 

Nota Final- 8,2

[0…....10]

 

Kinect: Rush, pode não ser um jogo muito orientado para graúdos, e não é esse o seu público-alvo certamente .… no entanto, aos adultos, como eu por exemplo, que gostem dos filmes de animação da Pixar não sairão defraudados ao jogarem. É um jogo divertido, simples e que capta na perfeição o espírito dos filmes que representa. Consegue passar duma forma quase perfeita o ambiente dos filmes e seus personagens para o mundo dos videojogos, sendo apenas pena que tenha tão pouca vida entre as missões e um sistema de locomoção algo irreal. De resto creio ser uma escolha acertada para fazer uma surpresa a uma criança que goste dos filmes Toy Story 3, Cars, The Incredibles, UP!, ou Ratatouille.

Género: Aventura Plataforma Analisada: Xbox 360 Homepage: Kinect: Rush – A Disney-Pixar Adventure

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