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Análise Gears of War: Judgement (Xbox 360)

2011 foi o ano de fecho da trilogia de uma das trilogias mais bem sucedidas do mundo dos videojogos. O exclusivo da consola da Microsoft, Gears of War chegava assim ao fim, com um fantástico terceiro jogo que por fim sossegou todos os soldados que nos últimos anos lutaram nas suas consolas contra os maléficos Locust.

Quando quase todos os jogadores já pensavam em arrumar os Gears no seu cantinho especial, em 2012 surgiram noticias que deixaram algo em suspenso…

… Gears of War: Judgement … foi a resposta!

O Pplware já teve oportunidade de pegar nas armas e partir contra o invasor Locust.

Gears of War: Judgement é um jogo um pouco diferente dos seus antecessores mas consegue transformar essa diferença numa mais valia. A história de Judgement começa com um par de helicópteros a aterrar numa clareira no meio da cidade em ruínas, de onde saem 4 soldados aprisionados e escoltados para julgamento. Esses 4 soldados são, nada mais, nada menos que Damon Baird, Augustus Cole, Sofia Hendirk e Garron Paduk. Cedo nos apercebemos de que algo se passa, e quando entramos num enorme anfiteatro descobrimos que os 4 vão ser julgados por insubordinação e traição. Logo neste momento começamos a sentir alguma empatia com a história, pois já os conhecemos do passado e tal acusação parece descabida. E assim começa o julgamento. Um a um e à vez, são todos interrogados e cada interrogatório leva-nos a regressar no tempo à altura a que as acusações se referem e jogando com o personagem em questão. Mais ou menos a meio do jogo começamos a ter uma ideia do que realmente aconteceu e a tirarmos ilações sobre o eterno dilema, respeitar a autoridade cegamente, ou tomarmos decisões por nós próprios.

Assim estão lançados os dados para mais um jogo brutal e deliciosamente visceral jogo de Gears of War. Ao longo dos 4 depoimentos e não só, vamos nos apercebendo de muito mais acerca da guerra contra os Locust e fica a questão …

Numa guerra tão violenta e épica, haverão mais episódios destes à espera de serem contados?

Voltando ao jogo, e conforme mencionei, Judgement continua a senda dos anteriores e presenteia-nos com, mais uma vez, uma jogabilidade soberba, simples e bastante intuitiva, seja num momento mais calmo, seja no calor do combate.

E combate, é algo que não falta em Judgement. Visceral, será o adjectivo mais adequado.

As missões passam-se então, à vez, na pele de um dos soldados em julgamento e uma das coisas que os jogadores mais batidos vão reparar é na sua mecânica de mini-secções. Resumidamente, o que se passa é que, cada missão com cada um dos personagens está dividido em dezenas de mini-secções, que servem como checkpoints no meio da acção e nos intervalos das quais, é colocada a cola que une todos os pontos, a narrativa.

É precisamente com essa narrativa que todas essas mini-secções se vão mantendo unidas e que vão dando um rumo ao nosso avanço na história e que consegue também, fazer com que esses intervalos não sejam demasiado monótonos nem quebrem em demasia o ritmo de jogo.

Aliás, uma das outras mais-valias desses checkpoints é precisamente o facto de impedirem grandes retrocessos na acção, caso se morra.

E morrer é relativamente difícil, especialmente nos Modos mais fáceis, pois a IA nesses casos deixa um pouco a desejar. Por exemplo, quando estamos caídos e quase a dar o ultimo suspiro, há inimigos que passam por nós e, ignoram-nos completamente.

No entanto no modo mais difícil, isto não acontece … de longe. A dificuldade é mesmo bastante mais elevada e exigente e nem sempre os nossos camaradas de armas podem nos vir dar uma mãozinha e evitar o ecrã de Game Over.

O combate final, por exemplo, é …. brilhantemente desgastante e recompensador em simultâneo.

Contudo não quero dizer com isto que a IA atribuída aos Locust seja má, porque não o é. Aliás no decorrer do jogo são inúmeras as ocasiões onde eles nos tentam surpreender, sendo por tentativas de flanqueamento, ou pelo uso de armas de longa distância.

E por falar em armas. Judgement tem um grande arsenal, especialmente se tivermos em conta que podemos usar as armas dos nossos inimigos caídos em combate. E há armas bastante impressionantes. Por exemplo o OneShot que como o nome indica, com um tiro elimina um inimigo com um único tiro. Ou então o BoomShot que funciona como se fosse um lança-granadas, ou então a Mulcher, que é um autêntico Inferno para quem nos defronta.

Uma novidade bastante útil corresponde ao facto de podermos lançar granadas apenas com o LB e sem termos de guardar a arma. Podemos também trocar de arma com recurso ao botão Y. Podemos transportar até 2 armas em simultâneo.

Acontece também, ocasionalmente a oportunidade de usarmos armas fixas do cenário ou mesmo um ou outro mech armado e nesses momentos a acção é simplesmente brutal … é o Inferno a cair sobre os nossos inimigos.

Seria a inclusão de missões que possibilitassem a condução de veículos, uma mais valia para Gears of War?

E Inferno é o que nos espera em algumas situações. O caos, a destruição, enfim … Judgement dá-nos a guerra contra os Locust tal e qual como ela aconteceu. É impressionante o trabalho gráfico levado a cabo pela equipa de designers, no desenho de um planeta em ruínas, destruído e sem esperança.

Edifícios caídos, escombros por todo o lado, portos repletos de barcos encalhados, fogo e cinzas no céu, explosões, … o conflito com os Locust entra sala adentro e quase sentimos o seu cheiro.

E esse conflito fica ainda mais sério, se tivermos em conta que, nas mini-secções que acima referi existe agora um sistema de Missões Declassified. Quando entramos numa dessas mini-secções encontramos na parede um grafiti do símbolo de Gears of War, e nesse momento temos de escolher se aceitamos a Declassified Mission ou não. Estas missões correspondem a um acréscimo de dificuldade ou algum tipo de handicap que vamos ter se a aceitarmos. Por exemplo, podemos ter tempo limite, podemos não regenerar quando somos feridos, …. As Declassified Missions acabam por tornar o jogo mais exigente e aumentam consideravelmente a sua diversidade.

De qualquer forma, as Declassified Missions acabam por ser importantes também, por outro motivo. No final de cada missão, temos uma pontuação dada em estrelas de honra e consoante a pontuação vamos desbloqueando variados itens e customizações (armas e equipamento) e progredindo no ranking de soldado. Se  optarmos por jogar com Declassified Missions acabamos por receber mais estrelas. No entanto, há outros factores a ter em conta na atribuição da pontuação final como por exemplo, Headshots, número de inimigos mortos entre outras.

Atenção que Gears of War sempre foi considerado um jogo com conteúdos mais violentos, e portanto esperem o mesmo de Judgement. Sangue, pedaços de corpos, desmembramentos … Judgement mantém viva a tradição da série e, portanto, convém não o deixar à mão dos mais jovens e susceptíveis.

Deveria Gears of War ter a opção de mostrar menos sangue e violência? Ou acham que perderia parte da sua mística?

A possibilidade de procurarmos abrigo atrás de objectos com a tecla A, e de podermos mudar de abrigo em abrigo está de volta e continua com a sua importância máxima.

Tradição que se mantém também no capitulo sonoro. Os efeitos especiais, os grunhidos dos Locust, os sons da guerra … tudo como Gears of War já nos habituou e não só. Também a banda sonora se encontra fabulosa e encontra-se novamente a cargo do compositor Steve Jablonsky.

Apesar do modo Judgement ser o modo campanha principal, existe ainda um outro, Aftermath que, apesar de ser bem mais pequeno … passa-se em 2/3 horas … acaba por ser um voltar atrás no tempo, no que respeita à jogabilidade contínua e, mais tradicional.

Em ambos os modos a equipa de desenvolvimento escondeu pelos cenários, algumas tags de soldados caídos em combate o que adiciona alguma variedade ao jogo e, impulsiona o jogador a desacelerar pontualmente os batimentos cardíacos e perder algum tempo a vasculhar todos os cantos dos cenários. Não é inédito mas é algo mais. No entanto, é nestes momentos que nos apercebemos da riqueza visual do jogo.

Uma particularidade importante é que ambas as campanhas principais podem ser jogadas com mais jogadores localmente ou pela Xbox Live e isso é de louvar. Poucos jogos apostam nesta possibilidade de se fazer o modo campanha em coop, infelizmente.

Por fim, mas não menos importante, a componente multiplayer que está para Gears of War: Judgement como o açúcar está para um bolo. É uma analogia exagerada mas acaba por traduzir o vicio que o multiplayer traz ao jogo, tornando-o de imprescindível.

Seja no Team Deathmatch, Free for All, Domination, ou o modo Survival cooperativo no qual temos mais 3 camaradas para nos ajudar a sobreviver a várias ondas de Locusts, o vicio está garantido. Overrun traz-nos a possibilidade de jogar na pele de um Locust contra os humanos e é, sem dúvida, bem-vindo a Judgement. Tal com na maior parte dos jogos online que apresentam mecânicas cooperativas, o único problema que se coloca por muitas vezes é a falta de cooperação dos restantes jogadores. É pena que tal aconteça ocasionalmente, pois em diversas ocasiões, o jogo acaba por cair num caos de cego tiro neles, sem estratégia e organização.

 

Nota Final- 8,8

[0…....10]

Gears of War: Judgement é um episódio que descarrila um pouco do rumo a que a trilogia nos habituou mas, não considero que tal seja obrigatoriamente negativo. A narrativa é mais intrusiva no jogo, aparecendo com frequência na campanha e separando as inúmeras mini-secções mas acaba por servir de cola a uma história bastante interessante e cativante. O ritmo de jogo ressente-se um pouco dessas interrupções, é verdade  mas, ajuda a manter um fito a tudo o que vemos. Com uma jogabilidade melhorada e simplificada em alguns pontos, Judgement é mais um poço de vicio, agravado ainda mais por um magnifico modo multiplayer. Gears of War: Judgement é uma sólida demonstração de que há jogos que nunca morrem…

 

 

Gráficos: 9,3

Um mundo destruído e onde o caos impera. Detritos, escombros, edifícios destruídos … o cenário está montado para alguns dos combates mais visceralmente bem representados no mundo dos videojogos. Vermelho-sangue a contrastar com cinzento-guerra.

 

Som: 8,8

Tudo em inglês pode ofuscar um pouco o jogo mas, logo se esquece esse pormenor. Composição do experiente Steve Jablonsky. Efeitos sonoros sem grande deficiências mas que também não sobressaem nem inventam.

 

Jogabilidade: 8,7

Há males que vêm por bem, e a guerra contra os Locust é um deles. Judgement, à semelhança dos anteriores Gears of War, apresenta-se com uma dificuldade exigente para quem se aventure nos níveis mais elevados, mas com uma jogabilidade sem mácula. Apesar de inovar na mecânica das missões e acrescentando algumas novidades, como por exemplo o manuseio de granadas e duas armas, poderia ainda ir mais longe.

 

Longevidade: 8,8

Se as campanhas solo (Judgement e Aftermath) podem ser concluídas em pouco mais de 10 horas, podemos revivê-las a qualquer momento, escolhendo as missões que queremos melhorar. Um multiplayer forte e robusto e com muitos e bons motivos para longas horas de jogo online.

 

Género: Acção Plataforma Analisada:  Xbox 360 Homepage Gears of War: Judgement

 

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