O teletrabalho e o trabalho remoto são conceitos que emergiram com a pandemia e que, ainda agora, agradam a muitos profissionais. Nos Estados Unidos da América (EUA), estas pessoas motivaram a criação de uma rede de cidades chamadas Zoom Town.
O fenómeno está a crescer e há dois lados da moeda a considerar.
Durante a pandemia, os funcionários foram incentivados a trabalhar a partir das suas casas, à medida que os conceitos de teletrabalho e trabalho remoto foram ganhando pertinência e adeptos. Aliás, um estudo levado a cabo pelo LinkedIn, em outubro do ano passado, concluiu que o teletrabalho teria provavelmente atingido o seu auge no Reino Unido.
Com o fim do estado de alerta e o regresso à normalidade, houve muitas empresas a decidir eliminar o teletrabalho e a exigir o regresso aos escritórios. No entanto, houve outras entidades que optaram por manter este método, acreditando no seu potencial para a produtividade dos seus funcionários.
De qualquer forma, essa nova abordagem de trabalho (pelo menos, de forma massificada) deu frutos controversos. Os EUA decidiram apelidar um deles de Zoom Town. Como qualquer fruto, não agrada a gregos e a troianos.
Zoom Town recebem trabalhadores que optam pelo teletrabalho e por abandonar a confusão
O conceito de Zoom Town surgiu, em 2020, como resultado da massificação do teletrabalho, durante a pandemia provocada pela COVID-19. Este termo é utilizado para designar os locais que registaram um crescimento populacional e económico devido à chegada de teletrabalhadores, que decidiram trocar as grandes cidades por zonas rurais.
De acordo com Danya Rumore, professora na University of Utah e diretora do programa Environmental Dispute Resolution Program, esta imigração oferece às zonas rurais “uma oportunidade de diversificar a sua economia”, principalmente pelas potencialidades para o turismo.
Por outro lado, a professora mencionou um outro estudo que concluiu que algumas dessas zonas rurais estão a passar por um processo de gentrificação. Este resulta num aumento exponencial de preços que, consequentemente, obriga os locais a abandonar as suas casas.
As vantagens e as desvantagens parecem ser de difícil pesagem. Pegando no exemplo português: em novembro, a CNN partilhou que o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa classificou a cidade de Lisboa como “capital mundial digital” e assegurou que “somos muito bons no digital” e que, apesar das consequências, “não podemos impedir as pessoas de virem para cá”.
Assim como acontece nas Zoom Town, que recebem aqueles a que a London School of Economics and Political Sciences apelidou de “elite metropolitana”, por tenderem para um nível de vida superior em relação a outros profissionais, Lisboa também tem aberto os braços aos nómadas digitais, apesar das consequências para os habitantes.
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