O Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou ter descoberto e desmantelado uma rede de propaganda russa com cerca de 1000 contas, no X, que divulgavam mensagens pró-Rússia.
Conforme partilhado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, agentes russos criaram contas fictícias com a ajuda de Inteligência Artificial (IA), produzindo imagens e gerando texto pró-Rússia.
As contas no X apresentavam-se como americanas, sendo, contudo, operadas por agentes que tinham a aprovação e o apoio financeiro da Rússia.
Segundo o procurador-geral Merrick Garland, a rede era uma “fábrica de bots” usada para espalhar desinformação nos Estados Unidos e no exterior, inclusivamente sobre as reivindicações da Rússia à Ucrânia.
Como o Governo russo continua a travar a sua guerra brutal na Ucrânia e ameaça as democracias em todo o mundo, o Departamento de Justiça continuará a utilizar todas as nossas autoridades legais para combater a agressão russa e proteger o povo americano.
Disse Garland, num comunicado de imprensa.
Conforme avançado pela NBC, o Departamento de Justiça não detalhou se a rede de bots foi bem-sucedida nos seus esforços de propaganda.
Ainda assim, os especialistas alertaram para o facto de a desinformação continuar a representar uma grande ameaça, considerando especialmente as próximas eleições nos Estados Unidos. Afinal, a tecnologia avançada, as novas técnicas e o amplo recuo na moderação das plataformas são os ingredientes ideais para as redes sociais ficarem vulneráveis a ataques estrangeiros.
Segundo o Departamento de Justiça, o X identificou e suspendeu um “número significativo” de contas de bots antes de o órgão americano atuar e, desde então, removeu voluntariamente as restantes. O departamento elogiou o X pela sua cooperação.
Os procuradores informaram que as pessoas por detrás da rede de bots incluíam associados da RT (anteriormente, Russia Today), um órgão de comunicação social estatal russo – proibida na Europa.
As contas disseminavam desinformação “para e sobre vários países, incluindo os Estados Unidos, Polónia, Alemanha, Holanda, Espanha, Ucrânia e Israel”, de acordo com um aviso de cibersegurança que o FBI emitiu, na terça-feira, em cooperação com as autoridades canadianas e holandesas.
Apesar de o ataque ter sido concretizado apenas no X, a intenção dos agentes russos passava por expandi-lo para outras redes sociais. De acordo com o comunicado emitido pelo Departamento de Justiça, eles utilizaram um pacote de ferramentas de software de IA conhecido como Meliorator.