Já ouviu falar do Proctorio? Em estado de pandemia e com as universidades fechadas no que diz respeito à lecionação de aulas, houve a necessidade de encontrar soluções alternativas para dar continuidade às aulas. Numa era altamente tecnológica, o digital tem sido o caminho, mas a escola das plataformas nem sempre é a mais acertada.
A Faculdade de Direito de Lisboa pediu aos alunos a instalação de um software que acede a dispositivos pessoais dos alunos.
Proctorio – a ferramenta que é exigida pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Num momento em que nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e um pouco por todo o mundo várias universidades começam a descartar a plataforma Proctorio, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa exigiu aos seus alunos que instalassem nos computadores pessoais este software.
Trata-se de uma plataforma que faz a gravação de som e imagem, e monitoriza o próprio computador, e seria fundamental para fazer exames. Face à contestação dos alunos, a faculdade já suspendeu a aplicação do Proctorio.
Todas as “exigências” da Faculdade de Direito de Lisboa relativamente a esta plataforma podem ser consultadas no manual que foi disponibilizado aos alunos. Segundo o manual…
Mantenha a concentração no ecrã do seu computador. O sistema deteta e sinaliza quando desvia o olhar por alguns momentos. Animais de estimação, televisores, locais de passagem são motivos de distração”.
Mas não se preocupe se o seu teste for de consulta. O docente pode ajustar o sistema para que os alarmes de desvio de olhar sejam mais ou menos rígidos.
O sistema grava o som ambiente. Caso seja detetada conversa ou um aumento de ruído é sinalizado o momento para posterior averiguação.
Numa primeira reação à implementação do programa Proctorio, o presidente da Associação de Estudantes, Ricardo Vicente, manifestou à RTP a revolta que esta decisão está a gerar entre os alunos e que “a Associação de Estudantes está contra a adoção do Proctorio, face às questões que podem colocar-se com as garantias da proteção de dados”.
Entretanto, para a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) seguiram já queixas individuais de alguns alunos.
Este caso não é único, pois já em março, um software de nome Respondus, usado na avaliação de universitários do Minho que guarda sons e imagens estava a ser “investigado” pela CNPD.
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